Ciclo de estudos para concursos – Parte I: Conceitos

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13 de agosto8 min. de leitura

Alexandre Meirelles10.fwEntenda definitivamente o Ciclo de Estudos, uma ferramenta que criei para organizar o estudo para concursos públicos que me rendeu diversos agradecimentos de aprovados desde que o divulguei. Tenho visto alguns textos e vídeos espalhados pela internet abordando o assunto de forma equivocada, motivo pelo qual decidi explicitar o meu ponto de vista.

Estudar para concursos públicos não é fácil. São várias disciplinas e um conteúdo programático bem extenso. Muitos concurseiros, ao se depararem com essa realidade, já ficam desanimados e não sabem como lidar com tal situação. Essa dificuldade vem da maneira como a maioria das pessoas encarou os estudos até hoje, seja na escola ou na faculdade: lá você tinha uma prova por semana e podia estudar desesperadamente uma matéria por semana e depois da prova esquecer tudo. No concurso não: você vai estudar sem nem ter ideia de quando sairá um edital, e precisará manter na memória tudo o que estudou até o dia da prova.

Lembre-se: MANTER o estudo na memória é muito mais importante do que só se preocupar em estudar todos os tópicos do edital, sem fixar na memória o que estudou. No concurso você não vai fazer prova de uma ou duas disciplinas por semana, e sim de 10 a 25 num fim de semana só.

Mas qual seria a melhor forma de estudar e se preparar para uma prova de concurso público?

Foi pensando nessa pergunta que eu criei um método de organização do horário do estudo que, considero, foi essencial para as minhas aprovações: o Ciclo de Estudos. Tal método ficou “famoso” graças à disseminação de um texto que publiquei na Internet em 2006: o “Manual do Concurseiro”. Desde então diversos aprovados já deram seus depoimentos afirmando o quão importante foi sua utilização durante seus estudos.

Confesso que acho o nome um pouco impróprio, talvez o mais correto fosse “Estudo das Disciplinas em Ciclos” ou algo parecido, mas hoje não tenho mais como alterar sua certidão de nascimento.

Neste artigo, pretendo explicar todo o conceito do Ciclo de Estudos. Há muitos concurseiros novatos que ainda não ouviram falar deste método e alguns que ainda têm dúvidas sobre ele. Se você se encaixa em algum desses perfis, desejo uma ótima leitura. Caso você já tenha aprendido como ele funciona, fique tranquilo, pois nas próximas semanas virão conteúdos novos por aí.

CICLO DE ESTUDOS: CONCEITO

Em primeiro lugar gostaria de listar quais são os motivos para eu defender tanto o uso desse método (inseri no final do artigo uma ilustração que resume as vantagens do Ciclo de Estudos). Vamos a eles:

  • bullet1.gif (844 bytes)Você verá várias disciplinas por dia, evitando ficar dias e dias só olhando uma ou duas e esquecendo todas as outras;
  • bullet1.gif (844 bytes)Será obrigado a estudar as disciplinas que não gosta ou as que sabe menos, evitando o tradicional erro de só estudar o que gosta mais ou o que sabe mais. Garanto que 99% das chances de você ser eliminado em uma prova será em disciplinas que não gosta, e não nas que gosta;
  • bullet1.gif (844 bytes)Reduz bastante o esquecimento, porque o mantém em contato com várias disciplinas de seu concurso de poucos em poucos dias;
  • bullet1.gif (844 bytes)Aumenta sua motivação ao ver que está “rodando” mais rapidamente seu ciclo, ou ao menos aumentará sua cobrança pessoal em fazer isso. Lembre-se: não existe sucesso se você não se cobrar o tempo todo, desde que seja uma cobrança sadia, claro;
  • bullet1.gif (844 bytes)O cérebro está sempre “fresco” para receber novas formas de raciocínio ao mudar as disciplinas de poucas em poucas horas ou minutos;
  • bullet1.gif (844 bytes)Por último, o principal para mim: ele que se adapta a sua rotina e não o contrário, você tendo que se adaptar a ele, como no uso dos quadros de horário. Explicarei melhor isso logo a seguir.

Quando eu estudava antigamente, isso é, antes da minha retomada nos estudos em julho de 2005, eu tentava montar aqueles quadros de horários que vemos em todos os livros ou artigos sobre técnicas de estudo, aquele tradicional quadrinho que é uma espécie de agenda diária com tudo que você tem que estudar de 2ª a domingo, separados pela hora do dia. Algo similar a este quadro:

E sabe o que acontecia? Eu vivia de consciência pesada por não ter conseguido cumprir o quadro toda semana. E quer dizer com isso que eu vagabundeava e não era compromissado? Não necessariamente, é porque ele dita sua próxima semana como se você fosse a mãe Dináh, que sabe tudo que irá acontecer em seus próximos dias, mas a vida não é assim. Você acorda mais ou menos disposto nos diferentes dias, briga com a namorada ou com familiares, fica doente, alguém precisa de sua ajuda etc.

Então suponhamos que na 2ª feira sua mãe o convoca a levá-la ao médico urgentemente às 8h da matina, só voltando para casa para o almoço. Que beleza, você deixou de estudar 4h de Direito Constitucional, Raciocínio Lógico e Contabilidade. Até aí tudo bem, por que você poderá compensar em outros dias, certo? ERRADO, porque nos outros dias seu horário já está tomado. Ué, e se eram suas únicas horas de estudo de Constitucional semanais, você ficará uma semana sem ver a tão preciosa disciplina? Sim, ficará, que legal, né? Que a Constituição vá ao espaço, ora bolas!

Com o peso da 2ª feira parcialmente perdida, mas com a consciência tranquila por ter feito sua obrigação familiar e por sua genitora estar melhor, você acorda na 3ª feira febril sentindo-se como se tivesse encarado uma rinoceronte de TPM. Acordar para estudar às 7h nem pensar. Quem sabe lá pelas 9h você consegue, mas aí Português e Economia terão que esperar a próxima semana ou algum próximo dia, ok?

Bem, já sentiram aonde quero chegar. Com todo o respeito aos inúmeros especialistas, alguns até meus amigos pessoais, que defendem em seus livros e artigos este método, eu não acredito em seu sucesso. Desculpem-me, mais uma vez, mas que levante a mão a primeira pessoa que conseguiu cumprir à risca o seu planejamento inicial por meses com sucesso. Eu, pelo menos, falhei inúmeras vezes.

E onde entra o ciclo para suprir esta falha?

Primeiramente, vamos entender seu funcionamento.

O ciclo é composto de disciplinas que devem ser estudadas na ordem em que nele aparecem, independentemente do dia e da hora em que se está estudando. Sendo assim, caso tenha estudado até determinada disciplina hoje, amanhã você reinicia seus estudos a partir de onde parou no ciclo. Não importa em qual hora do dia nem quantas horas você estuda em cada dia, o que importa é que você tem que continuar de onde parou no dia anterior, de modo a não prejudicar ou beneficiar alguma disciplina por conta de fatos do dia a dia.

Antes de mais nada, veja quais disciplinas você tem que estudar para o seu concurso e escolha aquelas que você acha que deve estudar por uns tempos. Não necessariamente precisa começar com todas elas, nada disso, se forem mais de 8 ou 10 você vai se atrapalhar todo e não vai render bem.

Escolhidas as disciplinas, determine quantas horas acha que tem que estudar cada uma dentro de um total de horas estipulado por você para que seja uma “rodada” do ciclo, ou seja, de quantas em quantas horas você quer rodar seu ciclo. Podem ser 10, 12, 15, 20, 30h, sei lá, isso é você quem vai definir. O ideal é que tenha o mínimo de horas possível que não prejudique o entendimento de cada disciplina. Sendo assim, não adianta nada, por exemplo, colocar 30 minutos para estudar cada disciplina de cada vez, porque você não vai aproveitar legal seu estudo. É importante nesta hora você ter ideia do tamanho, complexidade, importância e conhecimento anterior de cada disciplina. Se ela é grande, difícil e vale muitos pontos, como Contabilidade na área fiscal, deve ter uma participação maior em seu ciclo do que uma disciplina menor ou de pouco peso no seu concurso.

Para quem está começando a estudar agora, recomendo que faça um ciclo só com as disciplinas básicas de sua área. Acredito que um candidato ingressando hoje na área fiscal tenha que estudar só Contabilidade Geral, Português, Raciocínio Lógico e os Direitos Tributário, Constitucional e Administrativo por alguns meses. Às vezes, mesmo dentro de uma área, há um concurso um pouco diferente do padrão, como o Auditor-Fiscal do Trabalho (AFT) na área fiscal. Neste caso, é necessário fazer algum ajuste na escolha das disciplinas básicas. No caso do AFT, eu não dispensaria o estudo de Direito do Trabalho e Segurança e Saúde do Trabalho desde o início.

Se sua área for outra, identifique as disciplinas básicas e faça algo parecido com o que expliquei aqui, levando em consideração o seu conhecimento anterior, bem como o tamanho, a complexidade, e a importância daquela disciplina no seu concurso.

Alguns esclarecimentos:

1. O ciclo não é uma camisa de força, é só um norte para orientar melhor os seus estudos. Quando sentir a necessidade, no seu dia a dia, você pode alterar a ordem de estudo de algumas disciplinas se achar que isso irá melhorar o seu rendimento naquele momento, tomando apenas o cuidado de não deixar de estudar aquela matéria que foi postergada depois.

2. A duração de cada disciplina dentro do ciclo é flexível. Se está marcado no seu ciclo uma duração de 2h de determinada disciplina não há problema algum em estudar 1h45 ou 2h15. A duração previamente estabelecida é para evitar que você fique 5h estudando direto aquela matéria e abandone as demais.

3. Não se deve fazer um ciclo separado para estudo teórico e outro para exercícios. O ciclo determina qual é a disciplina a ser estudada naquele momento. Cabe a você decidir se é melhor fazer exercícios ou estudar a teoria daquela disciplina.

4. Você quem determina qual será a duração total do seu ciclo. Se você achar que 10h ou 30h são as ideais, beleza, mande bala. Só não aconselho uma duração muito grande, porque aí você perderá uma de suas grandes vantagens, que é ver diversas disciplinas de poucos em poucos dias. Quer uma sugestão? Não faça um ciclo com mais que 32h.

5. A duração de cada disciplina depende de uma série de fatores: tamanho do conteúdo programático, complexidade, peso em relação ao total da prova e sua habilidade/conhecimento. Assim, você pode diminuir a duração se achar que tem um bom conhecimento (Ex.: você tem formação em Direito e por isso reduz o tempo em Constitucional e Administrativo para inclusão de uma matéria de exatas). Apenas um cuidado: Não ache que porque é formado em uma disciplina você terá grandes facilidades nela e que mandará bem em sua prova. O que aparece em provas é sempre bem diferente da ênfase que vemos em qualquer faculdade. Pode parecer a mesma coisa, mas não é.

6. Refaça o seu ciclo sempre que achar necessário. Quem vai determinar quando é a hora de alterar o ciclo é você. Enquanto não tiver dentro do seu ciclo todas as disciplinas do seu concurso, vá aos poucos incorporando-as. E evite abandonar qualquer disciplina que for cair em seu concurso, por mais que já esteja bem nela. Deixe nem que seja 30min dentro do ciclo para ela, o suficiente para ler seus resumos, fazer alguma prova da disciplina ou relembrar as fórmulas. Caso contrário, você vai esquecê-la em poucas semanas ou meses. Altere-o, até como forma de motivação. Com os ciclos você vai estudar de duas a oito disciplinas em um dia só. É ótimo para o cérebro e a memória. Esses seus dois aliados vão adorar os ciclos, com certeza.

7. O tempo em que você revisa o estudo feito nos dias anteriores não entra no ciclo. Ele conta como tempo de estudo diário, mas por fora do ciclo. A revisão pode ser feita antes, durante ou após o início do seu ciclo diário.

8. Já o tempo assistindo a videoaula é meio polêmico (cada pessoa entende de uma forma). Bem, EU sugiro que seja por fora do ciclo. A videoaula nada mais é que a antiga aula que você ia assistir em um cursinho presencial. Entendo que se o ciclo organiza o seu estudo diário, o cursinho ficaria fora, certo? Então por que agora a videoaula entraria no ciclo? Outro motivo é que sabemos que o estudo principal a ser feito é o com a cara enfiada nos livros. Se o colega opta por incluir a aula dentro do ciclo, ele pode ficar viciado em só assistir a muitas aulas para acumular mais horas de estudo e deixar de fazer o principal, que é estudar seus materiais. Mas também não sejamos tão radicais, se a maior parte do tempo daquela sessão foi estudando o material, mas durante ela assistiu a um pouco de videoaulas, beleza, coloque tudo dentro do ciclo mesmo.

O uso dos ciclos é excelente, porque o força a não deixar nada para trás, você sempre verá todas as matérias toda semana. Isso eu fazia muito errado antigamente, porque tirava uma disciplina só para estudar por uma ou duas semanas, só ela, e me desesperava quando voltava a uma anterior e não lembrava nada. Muita gente faz isso, o que, na minha opinião, é um grande equívoco.

Com o ciclo, você não esquecerá muito o que estudou, pois estará sempre revendo tudo. Além da motivação de marcar cada vez mais tracinhos no ciclo, estudando mais e mais. Experimente! Não duvide dos diversos aprovados que me agradeceram depois de terem sido aprovados por eu ter ensinado a eles este método. Como quase tudo na vida, experimente. Abra sua mente, livre-se dos preconceitos e use-o por algumas semanas. Caso não se adapte, beleza, volte ao seu método anterior, seja lá qual ele for.

Vantagens do ciclo de estudos:

1ª – Diversas disciplinas serão estudadas por dia
2ª – As disciplinas que você não gosta serão obrigatoriamente estudadas.
3ª – Seu esquecimento será reduzido, pois você terá contato com várias disciplinas frequentemente.
4ª – Sua motivação aumentará ao ver que gradativamente está “rodando” mais rapidamente seu ciclo.
5ª – Seu cérebro estará sempre “fresco” para receber novas formas de raciocínio.
6ª – O ciclo se adaptará à sua rotina, não engessando sua agenda.

Bem, caros concurseiros, espero ter conseguido explicar qual o conceito e as vantagens do Ciclo de Estudos. No próximo artigo vou mostrar como funciona a montagem dos ciclos na prática com alguns exemplos.

Conheça o Projeto “Método de Estudo” do professor Alexandre Meirelles. Acesse AQUI!

Ciclo-de-Estudos-para-concursos-públicos

Alexandre Meirelles

Aprovado nos concursos para: Agente Fiscal de Rendas do Estado de SP, Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, Auditor Fiscal da Receita Estadual de MG, Auditor Fiscal de Tributos Municipais de Belo Horizonte e Técnico de Finanças e Controle do Ministério da Fazenda. Trabalha como Auditor Fiscal há mais de 20 anos. Autor de um dos textos mais conhecidos sobre concursos, o “Manual do Concurseiro”, já lido por dezenas de milhares de candidatos. Autor dos livros “Como Estudar para Concursos” e “Concursos Fiscais”, publicados pela Editora GEN. Desde 2006 ministra palestras em instituições e feiras especializadas em concursos, nas quais fornece diversas dicas sobre como estudar de forma otimizada. Dezenas de milhares de candidatos já assistiram às suas palestras.

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