Dicas de quem passou, e passou bem – Parte III – Métodos extravagantes

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18 de julho5 min. de leitura

Quem passa em concurso público não é superdotado, gênio ou professor da Nasa; é apenas alguém que se esforça com muita dedicação, determinação, organização e perseverança.

Quando escutamos relatos de quem foi aprovado em concurso público, como eu já fiz por horas a fio, ouvimos frases do tipo: “Resolvi muitas provas”; “Eu me inscrevi em muitos concursos públicos só para ganhar experiência e confiança e para detectar em quais tópicos precisava melhorar ou me aprofundar”; “Para conquistar suadas aprovações, precisei vivenciar sofridas e tristes reprovações”; “As reprovações me ajudaram a corrigir os erros do plano de estudos e a crescer como candidato e como pessoa”; “Os fracassos – se é que posso chamá-los assim, uma vez que foram eles que me ensinaram o que eu precisava aprender – me ajudaram a conquistar muitas aprovações nos primeiros lugares”, entre outras similares.

Relatos como esses serviram de inspiração para os dois primeiros artigos desta série, em que abordamos algumas dicas de concurseiros que alcançaram a tão sonhada aprovação. Nesses dois primeiros textos (confira AQUI – Parte I, Parte II), deixamos claro que a vida de um concurseiro é, sim, feita de muito estudo; de muita disciplina; de episódios de dor, por causa dos fracassos; e de momentos de alegria, como o da primeira aprovação e o da primeira classificação. No artigo de hoje, iremos além e demonstraremos que a história de um concurseiro de sucesso muitas vezes também é escrita com a tinta da ousadia. De fato, como você verá a seguir, alguns candidatos adotam métodos quase inacreditáveis para passar em um concurso.

“O concurseiro precisa estar disposto a enfrentar os sofrimentos e sacrifícios impostos pela preparação suada, mas também precisa estar aberto para as alegrias da aprovação, da nomeação e da posse na carreira dos sonhos.”

Entrar na “fila” da preparação para concurso público é como subir a bordo de uma embarcação que navegará ora por mares calmos, ora por mares revoltos. Eventualmente, do porto seguro, o marinheiro precisará avaliar se é hora de ir em busca do destino, com coragem e determinação, ou se o momento pede paciência para aguardar o momento de lançar-se ao mar. Tudo na vida do candidato, assim como na vida pessoal, tem de ser feito ora com ousadia, ora com prudência; ora com humildade, ora com temperança. O concurseiro precisa estar disposto a enfrentar os sofrimentos e sacrifícios impostos pela preparação suada, mas também precisa estar aberto para as alegrias da aprovação, da nomeação e da posse na carreira dos sonhos.

“…não estou sugerindo que você siga exatamente as estratégias que apontarei nas próximas linhas. Elas são apenas exemplos de como muitas vezes precisamos ousar para vencer e de como pode ser bom criar métodos que atendam as nossas necessidades do momento.”

Antes de iniciarmos para valer nossa conversa de hoje, tenho de deixar algo bem claro: não estou sugerindo que você siga exatamente as estratégias que apontarei nas próximas linhas. Elas são apenas exemplos de como muitas vezes precisamos ousar para vencer e de como pode ser bom criar métodos que atendam as nossas necessidades do momento. Tenha em mente que, muitas vezes, no caminho do concurso público, você estará cansado, desmotivado e sem ânimo algum para estudar. Nesses momentos, precisará ser criativo para perseverar. Afinal, apesar de podermos lhe oferecer conselhos e diversas recomendações, não dispomos de uma receita única de sucesso que funcione para todo o mundo. É por isso que as dicas de hoje envolvem criatividade, para você ter onde se inspirar quando o momento exigir ousadia.

Posso compartilhar, desde logo, um relato surreal que acompanhei de três amigos de estudos aprovados e classificados no concurso para a Advocacia-Geral da União. No início, quando eles decidiram prestar o concurso, fizeram exatamente o que quase todo concurseiro faz: matricularam-se em um curso completo antes mesmo da publicação do edital. Depois, procuraram reforço nos conteúdos que dominavam menos, inscrevendo-se em cursos por matéria. Por fim, elaboraram a estratégia extravagante que funcionou muito bem para esses três guerreiros: quando faltavam quinze dias para a prova, alugaram uma casa na Praia do Francês, em Maceió, onde permaneceram até a véspera do certame. Ali, não fizeram nada além de estudar. Dedicaram-se à revisão de todas as matérias, resolvendo exercícios e discutindo cada um dos tópicos do edital. Eles relatam que, durante todo esse período, não colocaram os pés na areia; muito menos se banharam na bela praia com enseada natural. Em compensação, firmaram entre si o pacto de que, quando tomassem posse no cargo, voltariam ao local para mergulhar por horas e comemorar a conquista. E assim fizeram algum tempo depois.

“Ele nos confidencia que foi o cargo público que abriu todas essas portas geradoras de renda, de prestígio e de sucesso.”

Outro relato que me impressionou foi o de um advogado recém-formado que tinha o sonho de se tornar procurador do DF. Como sabemos, esse é um concurso difícil, composto de muitas etapas e com extenso conteúdo doutrinário e muita legislação para vencer. Em seu depoimento, esse jovem conta que, para aprender algumas disciplinas importantes, começou a estudá-las e a dar aula sobre elas para concurseiros de nível médio. Ele preparava as aulas com apontamentos redigidos de maneira tão didática, que até uma criança poderia entender aqueles assuntos complexos. Quando o edital do concurso foi publicado, o rapaz transferiu para o sócio os processos pelos quais era responsável no escritório que administravam e alugou uma sala comercial no centro de Brasília. Ali, montou o seu “quartel general”, onde viveu por quase três meses uma rotina intensa de estudos, de até doze horas por dia. Ele não tinha tempo a perder. Era tudo ou nada. Inúmeros esquemas pregados nas paredes, três livros doutrinários sobre cada matéria devidamente destrinchados, incontáveis anotações redigidas e muitas leis sublinhadas depois, veio a aprovação. É bem verdade que não nos primeiros lugares, mas dentro do número de vagas. Hoje o nosso personagem é procurador, professor, palestrante, autor de várias obras voltadas para concurso e advogado dos mais requisitados. Ele nos confidencia que foi o cargo público que abriu todas essas portas geradoras de renda, de prestígio e de sucesso.

A penúltima fórmula de sucesso que apresento é a de um candidato que havia reprovado onze vezes em concursos para o cargo de promotor de justiça de vários estados brasileiros. Depois de tantas reprovações, qualquer um teria desistido, não é mesmo? Mas foi justamente por causa de tantas tentativas frustradas que nosso herói descobriu que estava estudando de forma equivocada. O que ele fez, então? Inverteu a ordem dos estudos. De posse das últimas cinco provas dos concursos que prestara, analisou as questões e os assuntos cobrados e começou a buscar na doutrina a explicação para os temas. Em síntese: estudou de trás para a frente, ou seja, das questões para a leitura das leis, da jurisprudência e da doutrina que os certames exploravam. Deu certo. Hoje, nosso personagem é promotor de justiça, professor e profissional muito respeitado pelos alunos, pelos colegas e pelos amigos.

A última dica vem de uma jovem que acabara de concluir o ensino médio quando decidiu se preparar para o concurso de técnico judiciário do TJDFT. Ela não fez grandes extravagâncias na preparação para o cargo que tanto desejava. O que fez de excepcional foi isto: leu o edital sucessivas vezes, a fim de criar uma estratégia para a realização da prova. Entendeu que, além de não poder zerar nenhuma prova, precisava tirar a nota mínima em cada grupo delas. Em síntese, utilizou-se do regulamento para passar, tal como recentemente fez a seleção portuguesa para vencer a EUROCOPA. A jovem não foi classificada em posição das mais altas, mas passou. Muitos dos seus concorrentes, segundo ela nos relata, gabaritaram uma prova ou outra, mas não foram aprovados; tudo porque perderam preciosos pontos chutando muito, ignorando que o edital e os critérios da fórmula de correção do CESPE desaconselhavam a prática.

Percebe como a aprovação num concurso é resultado de um conjunto de circunstâncias que envolvem estudo, estratégia, criatividade e ousadia? Note que não há fórmula mágica. No entanto, a experiência de concurseiro revela que, às vezes, deve-se adotar estratégias comuns e, outras vezes, deve-se ousar. É preciso saber quando é hora de avançar e quando é hora de recuar para pegar impulso. É necessário ser apaixonado pelos estudos mais do que pela aprovação. E é imprescindível desenvolver um ideal, mas também amar a si próprio, ter autoconfiança sem ser arrogante, e saber trabalhar com os próprios recursos e talentos. Em resumo: o concurseiro, mais do que qualquer outra pessoa, tem de saber que cada um de nós é diferente, mas não superior ao outro.

Esperamos que esta série tenha sido útil para você, futuro servidor público. Conte sempre com a nossa equipe. Nós nos vemos no artigo da próxima semana.

Uma última reflexão. “Antes de dormir, sonhe alto. Não espere coisas pequenas de um Deus tão grande. Sonhe os sonhos de Deus.” – Autor desconhecido

PS: Siga-me em minha recém-lançada página do Facebook e em meu perfil do Instagram. Lá, postarei pequenos textos de conteúdo motivacional. Serão dicas bem objetivas, mas, ainda assim, capazes de ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço público.

Gabriel Granjeiro
Diretor-Presidente do Gran Cursos Online

______________________________________________Gabriel

Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há quase 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.

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