Os segredos por trás das três fases de um exame laboratorial

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03 de novembro2 min. de leitura

Sem dúvidas você, meu aluno do Gran Cursos Saúde, já me ouviu falar sobre a importância que nós, profissionais das Análises Clínicas temos em todos os níveis de atenção à saúde, não é mesmo? E não é para menos: dados da literatura apontam que cerca de 70% das decisões médicas baseiam-se em exames complementares de diagnóstico, em especial nos resultados exames laboratoriais.

Logo, conhecer os segredos por trás das três fases de um exame laboratorial é de fundamental importância para assegurar um laudo de qualidade, que conduza a diagnósticos e condutas médicas assertivas.

Vamos então recordar a definição que a Resolução nº302/2005 da ANVISA dá  para as três grandes etapas dos exames laboratoriais: a fase pré-analítica, a analítica e a pós-analítica.

– Fase Pré-analítica: Fase que se inicia com a solicitação da análise, passando pela obtenção da amostra, e que finda ao se iniciar a análise propriamente dita.

– Fase Analítica: Conjunto de operações, com descrição específica, utilizada na realização das análises, de acordo com determinado método.

– Fase Pós-analítica: Fase que se inicia após a obtenção de resultados válidos das análises e que finda com a emissão do laudo, para a interpretação pelo solicitante.

Fica fácil perceber que tudo o que ocorre antes da análise laboratorial faz parte da fase pré-analítica. Logo, esta é a fase que apresenta mais variáveis e interferentes, além da menor intervenção da tecnologia e, por isso, é responsável pela maior frequência de erros, seguida pelas fases analítica e pós-analítica.

Vamos destrinchar um pouco mais esta etapa então: ela se inicia ainda dentro do consultório médico, no momento da solicitação de exames, passa pela orientação e preparo do paciente para o exame, coleta do material biológico (a qual pode ser realizada pelo próprio paciente ou pelos profissionais do laboratório), identificação das amostras biológicas; e por fim, armazenamento e transporte de amostras até a área técnica do laboratório, onde serão processadas.

Perceba como muita coisa pode “dar errado” em tantas etapas: escrita ilegível ou abreviações grosseiras no pedido médico, falta de orientação ou preparo incorreto do paciente (especialmente em relação ao tempo de jejum, ao uso de medicamentos ou à técnica de coleta da urina, por exemplo), erro na identificação do paciente (seja no momento do cadastro ou da coleta do material), garroteamento prolongado, tubo contendo o anticoagulante incorreto ou erro na sequência dos diversos tubos, proporção inadequada entre sangue e anticoagulante, amostra contendo hemólise e/ou lipemia, acondicionamento fora da temperatura recomendada, perda ou extravio do tubo… E olha que citei apenas algumas situações… Veja como temos muito trabalho para garantir que nada disso ocorra!

Passando agora para a fase analítica, segunda fase dos exames laboratoriais, que como o próprio nome sugere, é a fase dedicada à análise do material coletado, os colaboradores do laboratório iniciam o processo de análise de acordo com o sistema analítico empregado e com os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) do equipamento e do método.

Esta etapa tem sido cada vez mais facilitada pela tecnologia e pela automação, mas ainda assim o trabalho do analista clínico é indispensável para garantir a qualidade e a segurança dos resultados, já que o rigoroso Controle Interno de Qualidade (CIQ) é indispensável para a realização das análises. Além disso, os Ensaios de Proficiência mensais também são essenciais para a credibilidade do Laboratório!

Finalmente, de maneira análoga, ao mencionado anteriormente, tudo o que acontece logo após o término da análise laboratorial se refere à fase pós-analítica, que compreende, entre outros, a digitação ou interfaceamento de resultados, retenção ou liberação do resultado, comunicação de valores críticos, solicitação de recoleta, discussão dos resultados com o corpo clínico, entrega ou divulgação dos resultados e, finalmente, interpretação dos resultados pelo solicitante. Perceba: até mesmo a interpretação equivocada dos resultados pelo solicitante é considerada uma fonte de erro na cadeia de execução de um exame laboratorial. Impressionante, não?

Assim, os laboratórios clínicos devem ser capazes de ter o controle dos processos, com a implementação de indicadores da qualidade e de rastreabilidade de todo o ciclo, reduzindo assim as chances de erros e proporcionando ao paciente um resultado laboratorial de excelência!

Gostou? Agora que você já conhece os segredos dos exames laboratoriais, continue estudando com o Gran Cursos Saúde e conquiste sua vaga dos sonhos! Temos cursos on line voltados exclusivamente para editais das principais residências e concursos, civis e militares, do Brasil.

Um forte abraço e bons estudos!

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