Técnicas de estudos não funcionam para todo mundo

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13 de maio4 min. de leitura

Não há fórmula mágica para identificar o melhor método de estudo para você, mas o que há de mais importante dentre todas as técnicas é, na verdade, o monitoramento do seu processo de aprendizagem.

Não adianta você aplicar a técnica de Fulano ou Beltrano porque eles passaram em primeiro lugar e esse é o melhor caminho, supostamente. É preciso primeiramente avaliar se esse caminho serve para você, pois nem todas as pessoas se utilizam das mesmas técnicas. Muitas vezes, uma metodologia que traz aprendizado e conforto para uns não traz os mesmos resultados para outros, e assim segue o barco.

Primeiramente, teste as técnicas e personalize-as. Abuse da flexibilidade, nada deve ser muito engessado para você não correr o risco de querer abandonar seu projeto. “Personalizar a técnica de forma flexível? O que é isso?”.

Simples. Será um processo contínuo de verificação de vantagens e desvantagens de cada método, em que você analisará como cada um te favorece em custo e benefício. Questione-se sobre cada passo da técnica. Apaixone-se por esse momento de descoberta. Se nem a técnica for desenvolvida com amor e motivação, que dirá toda a trajetória do seu sucesso.

Até para descobrir o melhor método de estudo, requerem-se de você frequência, amor, perseverança e acuidade.

O Magistrado Federal William Douglas, mais conhecido como “guru dos concursos”, nos traz em sua obra Como Passar em Provas e Concursos algumas dicas muito interessantes, tais como a utilização de cores para estimular a atenção do lado direito do cérebro, anotações na forma de resumos, uso de mapas mentais (a seguir explico mais sobre cada técnica).

Tanto o “guru dos concursos” e muitos outros nomes ilustres dentro do mundo dos concursos são unânimes sobre a necessidade de se fazer um estudo ativo.

O que é estudo ativo?

William Douglas apresenta esse tipo de estudo com o nome de SISTEMA SQ3R. Com esse sistema, ele basicamente ensina cinco passos para se desenvolver uma leitura ativa:

  1. Identifique o que você quer aprender.
  2. Formule perguntas sobre o tema, mesmo sem conhecê-lo.
  3. Faça um voo geral pelo material a ser estudado, passando os olhos pelos títulos, destaques, imagens e pontos principais.
  4. Faça uma leitura do material sublinhando o que achou mais importante (cuidado! O texto inteiro não é importante).
  5. Releia o texto e veja se o que foi sublinhado respondeu os questionamentos do item 2. Reforce o que não ficou claro.

No Brasil, desde que frequentamos a escola na nossa mais tenra idade, somos submetidos ao estudo passivo, através do qual simplesmente se faz a leitura solitária de textos, que variam de simples a complexos, e depois seguimos para as provas. Depois do dia da avaliação, tudo desaparece de nossa mente como mágica.

O sistema americano de ensino já apresenta outra forma de estudo, instigando o raciocínio do aluno através do pensamento lógico de estudo.

 

 

Apesar de estarmos acostumados com a forma de estudo que nos foi imposta, temos em constante capacidade de evolução e com isso podemos descobrir nosso melhor modo de aprender.

Para os amantes da forma tradicional brasileira de leitura, a indicação é ler de forma ativa – ou seja, sublinhe de forma sintetizada os pontos mais importantes do texto. Se utilizar as famosas videoaulas, anote pequenos pontos importantes, sem “psicografar” a aula.

Essa técnica pode ser feita com todo tipo de material, ou seja: legislações, questões, textos e PDFs, e até há disponíveis programas que permitem o destaque em PDF, tais como o ADOBE e o FOXIT.

Atenção! Não sublinhe e destaque como se não houvesse amanhã. Conheça o conteúdo por inteiro, faça uma leitura rápida. Como eu disse anteriormente, voe sobre o texto.

Na segunda leitura, é o momento de atribuir a técnica, não se esquecendo dos detalhes primordiais de prestar atenção na ideia principal, nos conceitos e nas classificações.

 

RESUMOS

Essa técnica é amada e odiada por muitos, pois nos foi ensinada como sendo uma leitura solitária desde muito cedo. Atualmente, muitos concurseiros aboliram os resumos, pois normalmente a transcrição fica ainda maior que o conteúdo do PDF ou da videoaula, ficando inviável para as revisões rápidas que precisarão ser feitas futuramente.

O resumo é a condensação de todo um texto e não pode ultrapassar 10% do conteúdo lido. Aos que gostam de resumos, só peço CUIDADO, é preciso ter cautela. Indico que não haja transcrição, mas se assegure do seu entendimento sobre o assunto, com suas palavras e transcreva apenas os pontos importantes.

 

ESQUEMATIZAÇÃO

 

 

Na esquematização, utilizamos gráficos, códigos, recursos mnemônicos e palavras-chave. Ainda com os esquemas, você pode adicionar outras técnicas, como utilizar desenhos e cores para ativar sua memorização.

 

MAPAS MENTAIS   

 

 

Essa técnica assombra muitos concurseiros, pois quem aprende a fazer mapas mentais não quer outra técnica na vida. O ponto positivo dela é que a revisão de todo o conteúdo pode ser feita de forma extremamente rápida e objetiva; o ponto negativo é a demora na elaboração dos mapas – mas isso acontece apenas no início. Após adquirida a prática, os mapas se tornam parte do seu dia a dia.

Os mapas mentais devem ser elaborados com a ideia principal centralizada na folha, sempre com muitas cores e ramificações. Há mapas mentais elaborados apenas com escritas, mas, nesse caso, ficam mais com aparência de esquema. O diferencial é preenchê-los com imagens.

Existem alguns programas que auxiliam na elaboração de mapas mentais: ImindMap, Itrougts, Mindjet e Goqr, mas elaborá-los manualmente ainda é muito indicado, pois se recomenda utilizar as mãos durante o estudo, apesar de haver tanta tecnologia disponível.

 

ESTUDO REVERSO POR QUESTÕES

O estudo reverso é uma forma polêmica de estudo, pois, com ela, o primeiro contato com os estudos é feito com as questões. Mas como? Vou explicar, atenção!

Primeiramente, será mais proveitoso se você tiver pelo menos um conhecimento leve da matéria a ser estudada. Por exemplo: uma pessoa formada em Direito já tem contato com as matérias desse curso, então ela inicia seu estudo por questões de Direito Administrativo.

Ao ler as questões, algo daquela matéria está guardado na sua memória de longo prazo, muitas vezes você acha que nem tem nada lá, mas te garanto que tem sim!

O próximo passo é pensar na possível resposta e verificar em seguida o gabarito comentado da questão. É nessa hora que você estará aprendendo. Além disso, perceberá quais questões são mais cobradas dentro do tema a ser estudado.

Depois, parta para a videoaula ou leitura do PDF; você já estará com uma visão do que é importante na matéria e do que não é. Você também pode complementar essa etapa, se achar necessário, fazendo seu resumo, mapa mental ou o que mais te agradar como material de revisão, ou poderá elaborar questões próprias para revisar.

Apesar de ser uma excelente técnica, ela é dolorida para algumas pessoas. Ao iniciar o estudo com questões que você desconhece, seus erros são extremos, mas isso é normal. Sua mente deve estar preparada para encarar isso de forma natural em vez de encarar essa etapa como derrota. Os erros nesse caso te remeterão a aprender a analisar as questões para não errar mais.

Independentemente da técnica que você escolher, recomendo que experimente todas. Pratique cada uma e, após uma semana, faça as questões do conteúdo, assim será possível ter uma noção da sua produtividade com cada método.

Lembre-se de que você não precisa praticar todos as técnicas: encontrou aquelas que funcionam para você, abrace-as. Coloque-as em prática com muita vivacidade e você verá o seu resultado subir.

Outro ponto de extrema importância: ninguém chega no cumo da montanha sozinho. Se você quer chegar ao topo, vá acompanhado. Tenha um mentor, tenha um especialista em aprovações ao seu lado. Contrate um GranXpert. Inclusive, eu tenho uma vaga, talvez não tenha mais quando este artigo for publicado.

Bons estudos e foco!!

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