Práticas Pedagógicas: 5 exemplos para além da sala de aula

Engana-se quem pensa que práticas pedagógicas só existem dentro de sala de aula ou que toda aula é uma prática pedagógica. A seguir, vamos entender melhor sobre os conceitos e exemplos de práticas pedagógicas!

Se preferir, navegue pelo índice abaixo:

• O que é prática pedagógica?
• Diferença entre prática docente e prática pedagógica
• Qual a importância das práticas pedagógicas?
• 5 exemplos de práticas pedagógicas (dentro e fora da sala de aula)

O que é prática pedagógica?

A prática pedagógica é um dos principais conceitos-base da Pedagogia. Há diversos autores que conceituam práticas pedagógicas de formas diversas. Mas em linhas gerais, uma prática pedagógica é uma ação ou conjunto de ações e elementos que visa contribuir para o processo educacional, estimulando o desenvolvimento.

Esse desenvolvimento pode ser de um conhecimento, da criatividade, da autopercepção, de uma reflexão ou outras funções sociais necessárias.

Dessa forma, as práticas pedagógicas contribuem para o protagonismo do aluno em um processo de aprendizagem ativo, que explora suas potencialidades e estimula a ampliação do seu conhecimento e de outras habilidades fundamentais para sua vida.

Com o passar dos anos e os avanços tecnológicos, as práticas pedagógicas também precisaram passar por inovações constantes e passar a considerar ferramentas tecnológicas, dispositivos e possibilidades digitais, por exemplo.

Por isso, é importante levar em consideração que as práticas pedagógicas também envolvem o contexto das pessoas participantes do processo educativo (professor e aluno/educador e educando).

Boas práticas pedagógicas são aquelas que os alunos conseguem fazer (é possível), mas ainda são estimulantes e ensinam algo (são desafiadoras no nível adequado).

Por exemplo, para uma criança que já sabe somar 1+1, é preciso que a próxima prática pedagógica tenha um nível de dificuldade possível, mas desafiante. Não adianta colocar como próxima etapa somar 374+229 ou só se manter no 1+1 por muito tempo.

Diferença entre prática docente e prática pedagógica

Prática docente é toda atividade destinada ao processo de ensino de professor para aluno. Enquanto a prática pedagógica inclui a participação ativa e as competências do aluno no processo de aprendizagem.

Utopicamente, prática docente e prática pedagógica são conceitos que deveriam estar sempre juntos. Mas nem sempre é assim e isso pode comprometer o processo de ensino/aprendizagem e o vínculo entre educador e educando.

Toda prática docente deveria levar em consideração o contexto individual e coletivo daquela ação, além de ter intencionalidade pedagógica voltada para um objetivo específico.
Por exemplo, não faz sentido chegar para dar aula nos anos iniciais e exigir que crianças de 3 a 4 anos se sentem e fiquem por 50 minutos parados recebendo conteúdos de forma oral (mesmo que seja um assunto muito interessante).

Da mesma forma, que em uma aula de Análise e Desenvolvimento de Sistemas sugerir que os estudantes façam um trabalho manual de colagem pode não ser a melhor prática docente para passar a informação. A menos que exista uma prática pedagógica muito bem definida na proposta.

Prática docente, prática educativa e prática pedagógica são conceitos próximos, mas distintos que devem ser levadas em consideração, mas o aprofundamento dessas especificidades, bem como do debate sobre educação e pedagogia serem ou não sinônimos é muito mais profundo e não cabe nesse espaço. Certo?

Então, voltando ao artigo, a seguir vamos conferir mais sobre a importância das práticas pedagógicas e conferir exemplos para implementar dentro e fora da sala de aula.

Qual a importância das práticas pedagógicas?

Boas práticas pedagógicas são fundamentais para o processo de aprendizagem e para as interações sociais e habilidades socioemocionais na formação do indivíduo, independentemente da idade e contexto.

De acordo com as diretrizes nacionais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as práticas pedagógicas devem desenvolver competências como conhecimento, pensamento crítico, repertório cultural, autoconhecimento, cooperação, etc.

Por isso, é importante que profissionais qualificados desenvolvam as práticas pedagógicas em ambientes escolares, ao mesmo tempo que também é possível aplicá-las em outros contextos e espaços.

Confira a seguir alguns exemplos de práticas pedagógicas para colocar em ação para contribuir com o desenvolvimento infantil.

5 exemplos de práticas pedagógicas (dentro e fora da sala de aula)

Toda atividade com intencionalidade pedagógica pode se tornar uma prática pedagógica, desde que aplicada da forma adequada, permitindo o desenvolvimento de forma segura.

Assim, as crianças (ou adultos, pois isso se aplica a todas as idades) passam também ao papel de protagonismo no seu aprendizado, construindo junto com os educadores/facilitadores de aprendizagem, seu próprio conhecimento e desenvolvimento social.

A seguir, confira 5 exemplos de práticas pedagógicas para dentro e fora da sala de aula

1. Atividades coletivas como práticas pedagógicas

O aprendizado individual é importante para o processo de aprendizagem, mas vale lembrar que a interação social é fundamental para o desenvolvimento da criança. Por isso, estimular atividades coletivas que sejam baseadas nos princípios de práticas pedagógicas é uma ótima ideia para dentro e fora da sala de aula.

Gincanas com atividades em equipe como corrida de revezamento ou labirinto em grupo, por exemplo. Mas vale destacar que as atividades propostas podem ser voltadas para atividade física, mental e/ou cognitiva e são excelentes opções.

2. Convidar a criança para inventar a brincadeira

O lúdico faz parte do processo de aprendizagem e ativa diversos sentidos nas crianças (e adultos também). Por isso, tudo que permite que a criança tenha autonomia para usar a imaginação e a criatividade pode ser estimulado atendendo a uma prática pedagógica.

Permita que a criança invente a própria brincadeira, participe respeitando a autonomia e conduzindo quando necessário.

3. Brincar de professor

O ensino tradicional de anos atrás acreditava que a melhor forma de ensino era ter a figura de um professor transmitindo seu conhecimento para que os estudantes o replicassem.

Hoje, sabemos que o conhecimento é uma construção coletiva e constante. Então, ao repassar uma informação, cada aluno absorve, soma com seus conhecimentos e cria um novo conhecimento, ao mesmo tempo que o professor também aprende com seus alunos.

Convidar a criança para brincar de professor ajuda a entender como a criança vê o papel desse profissional e como ela compartilha seu próprio conhecimento.

4. Ferramentas tecnológicas

Explore ferramentas tecnológicas que as crianças têm acesso como objetos que permitem práticas pedagógicas. Construa dinâmicas e ações junto às crianças com base no que elas usam de tecnologia ou assistem, por exemplo.

Uma ideia bacana é fazer com que elas coloquem a mão na massa. Que tal assistir um vídeo de receita e colocar em prática? Isso colabora com noções de matemática, ciências e experimentações, linguagens e tecnologias.

Além do resultado poder ser um bom estímulo. Afinal, comer algo que ela mesmo preparou tem um sabor único.

5. Gamification: práticas pedagógicas em jogos

Jogos costumam engajar e despertar habilidades sociais muito importantes em diversas etapas da vida. Por isso, criar jogos para práticas pedagógicas é uma ótima opção para dentro e fora da sala de aula.

Com isso, é possível estimular a competitividade de forma saudável, incentivar a criatividade, a autonomia, o senso de equipe, o raciocínio lógico e a resolução de problemas.

O que não fazer nas práticas pedagógicas

As práticas pedagógicas são aliadas no processo de construção de indivíduos conscientes, emocionalmente mais saudáveis, que valorizam suas potencialidades e respeitam a si e ao outro.

Mas quando uma prática pedagógica é feita sem um espaço seguro e uma pessoa consciente conduzindo, é possível que isso acabe prejudicando o desenvolvimento e gerando traumas.

Por isso, caso você não tenha formação na área, peça apoio a profissionais devidamente qualificados.