Ser advogado é exercer uma das mais belas e difíceis profissões que conhecemos.
Desde a graduação até a aprovação no exame da OAB e sua inscrição, é uma longa jornada, mas que dará o direito de advogar, tendo como ferramenta inicial de trabalho, a carteira profissional que o habilita ao exercício de sua nobre profissão em todo o território nacional.
O trabalho do advogado, que podemos dizer ser uma obra, é feito no recesso do escritório ou de sua casa, e a maior parte de seu trabalho consiste em pesquisas, petições, contestações e recursos.
Quando finda a causa e a sentença transitada em julgado, toda àquela obra vai parar num escaninho da Justiça para que suas páginas terminem por amarelar com o passar do tempo.
O reconhecimento e o brilho do advogado, ao contrário de outras profissões, como a do médico, do engenheiro, etc., só vai aparecer se numa sustentação oral ou perante o Tribunal do Júri em caso de grande repercussão na mídia.
No entanto, a advocacia é exercida com total liberdade e independência, sem subordinação ou obediência a qualquer poder constituído, mas apenas aos ditames da consciência ética e moral, dentro do espírito da lei.
A beleza da profissão está, sem dúvida, no sacrossanto momento do juramento que o advogado faz perante a sociedade, composta por homens e mulheres que irão se beneficiar com sua atuação em prol do Direito e da Justiça, que diz: “Prometo, no exercício das funções de meu grau, respeitar sempre os princípios de honestidade, patrocinando o direito, realizando a Justiça, preservando os bons costumes e nunca faltar à causa da humanidade”.
O Mestre Roberto Lyra ensina o seguinte sobre a atuação do advogado: “É prerrogativa do advogado o uso das vestes talares. E quanta responsabilidade pesa sobre seus ombros, quando em debate judicial ele agita o branco, o preto e o vermelho de seuas franjas na luta pela vida do Direito. O anel, outra insígnia da profissão, é de ouro e de rubi, tendo, de um lado, a balança e a espada e, de outro lado, às tábuas da lei. A cor do rubi é a do sangue dos que morreram pelo que nos faz viver. O rubi é a pedra filosofal de luta e paixão que nós, os velhos advogados, ostentamos, e os novos combatentes ostentarão contra todas as formas de injustiça, de ilegalidade, de servilismo e prepotência. A balança simboliza equidade, equilíbrio. A espada o fiel de uma balança firme, honesta, na dignidade da verdadeira Justiça”.
O advogado desempenha uma função social já que defende interesses privados e também os públicos, realizando o direito e tornando efetiva a Justiça que resulta, desta atividade livre, o equilíbrio da ordem jurídica.
Na suma Teológica, Santo Tomás de Aquino diz: “… o advogado é pessoa parcial na causa em que atua, dada a natureza mesma da sua função, ao passo que o Juiz, assim como a testemunha, tem relações imparciais para com as partes da causa, sendo certo que a função do Juiz é dar sentença justa e a da testemunha é prestar depoimento verdadeiro. Ora, a Justiça e a verdade são imparciais, pois não pendem mais para um lado do que para outro. Já a função do advogado difere do Juiz e da testemunha, ele defende interesses legítimos de seus clientes, mas que não deixam nunca de ser interesses, na defesa dos quais se evidencia a sua parcialidade no processo”.
Osório e Gallardo diz que “a advocacia não se cimenta na lucidez do engenho, mas na retidão da consciência” e, Rui Sodré ensina que “a missão do advogado no seio da comunidade fundada na dignidade da pessoa humana e na livre afirmação das infinitas tendências e inclinações do homem transcendem, de muito, de ser simplesmente o mero profissional liberal, para elevar-se quase às alturas do sacerdócio”.
O advogado no seu ministério privado exerce o múnus público e a própria Constituição Federal, em seu artigo 133, estabelece que o advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo invioláveis os seus atos e manifestações no exercício da profissão nos limites da lei.
No exercício do múnus público, o advogado exerce um serviço em favor da sociedade e, por esta razão é resguardada a inviolabilidade do exercício na profissão.
O advogado é a pessoa que defende a parte perante os Juízos e Tribunais, e deve exercer sua profissão com o máximo de liberdade dentro da lei e, por isso, aos olhos da sociedade é uma profissão de dignidade sacerdotal, cujo sacerdócio é eternamente prazeroso. Ademais disso tudo, a sociedade sem a figura do advogado, profissional que recebe o problema do cliente, o transforma numa tese balizada pelas leis vigentes e a apresenta ao Juiz que, ao final, proferirá uma sentença dizendo de quem é o Direito; será uma sociedade injusta, vez que jamais haverá a possibilidade de se julgar alguma coisa.
Fonte: http://vanorbarreiros.blogspot.com.br
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