Olá, alunos, como vão os estudos?
Neste artigo de hoje, vamos abordar a contracepção de emergência, muito cobrada nas nossas provas dentro da temática da saúde da mulher – planejamento familiar. Para resumir esse tema, utilizei como referência as informações do Manual de Nota Técnica do Ministério da Saúde 2012:
“Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes”
Vamos nessa?
A contracepção de emergência deve ser utilizada de forma restrita para caso de violência sexual, não podendo, portanto, ser utilizada de forma rotineira.
É importante saber que, segundo o Ministério da Saúde, grande parte dos crimes sexuais ocorre durante a idade reprodutiva da mulher. Dessa forma, o risco de gravidez, decorrente dessa violência, varia entre 0,5 e 5%, considerando-se a aleatoriedade da violência em relação ao período do ciclo menstrual, bem como se a violência foi um caso isolado ou se é uma violência continuada. A complexidade dessa situação de violência e os danos por ela provocados podem ser evitados, em muitos casos, com a utilização da Anticoncepção de Emergência (AE).
As conhecidas pílulas do dia seguinte, anticoncepcional pós-coito ou, ainda, contraceptivo de emergência são preparados de um comprimido que contém apenas o progestogênio em uma dosagem alta (1,5 mg) a ser administrada até 72 horas após o coito para ter melhor eficácia, podendo ser utilizada até 5 dias após o ato sexual. Sua eficácia varia conforme o tempo que se passa entre o coito e a sua administração. Se administradas em até 72 horas pós-coito, sua eficácia é de 90 a 98%. Podem também ser utilizadas pílulas contendo estrogênio e progestogênio associados.
Vamos analisar como atua esse método, segundo o Manual do Ministério da Saúde publicado em 2012 sobre “prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes”?
MECANISMO DE AÇÃO
O mecanismo de ação da AE, se utilizada na primeira fase do ciclo menstrual, altera o desenvolvimento dos folículos, impedindo a ovulação ou a retardando por vários dias. Usada na segunda fase do ciclo menstrual, após a ovulação, a AE atua modificando o muco cervical, tornando-o espesso e hostil, impedindo ou dificultando a migração sustentada dos espermatozoides do trato genital feminino até as trompas em direção ao óvulo. A AE não produz efeitos sobre o endométrio, não modifica sua receptividade e não altera as condições para a implantação do blastocisto, caso a fecundação ocorra. Por esses mecanismos, a AE impede somente a fecundação. Não existem indicadores de que a AE exerça efeitos após a fecundação, altere o endométrio, prejudique a implantação ou que resulte na eliminação precoce do embrião. Portanto, acumulam-se evidências científicas suficientes de que não existe “efeito abortivo” com o uso da AE.
Tipos de métodos de contracepção de emergência
- Pílula anticoncepcional de emergência (PAE): levonorgestrel (primeira escolha)
Contém apenas levonorgestrel. Comprimido 1,5 mg: dose única.
- Esquema Yuzpe (segunda escolha)
Anticoncepcionais hormonais orais combinados (etinilestradiol 0,2 mg e levonorgestrel 1 mg).
Como pode observar acima, há dois tipos de anticoncepção de emergência: o método levonorgestrel (progesterona isolado) e o Yuzpe, que utiliza anticonceptivos hormonais orais combinados.
O método de primeira escolha consiste no uso exclusivo de um progestágeno, o levonorgestrel, na dose total de 1,5 mg.
Segundo o Ministério da Saúde, comparado ao levonorgestrel, o Regime de Yuzpe apresenta maior taxa de falha. A frequência e a intensidade dos efeitos colaterais também são maiores. O método de Yuzpe não deve ser empregado quando se utiliza o ritonavir, presente na profilaxia da infecção pelo HIV, pela significativa redução dos níveis séricos do etinil-estradiol no sistema microssomal hepático. Portanto, o método de Yuzpe constitui segunda escolha, reservado somente para situações excepcionais em que o levonorgestrel se encontre indisponível.
Veja como caiu na prova!
- (CESPE/TRT 8ª REGIÃO/2016 – adaptada) No que diz respeito à assistência de enfermagem aplicada à saúde sexual e reprodutiva da mulher, julgue o item.
Por não apresentar interação farmacológica com os medicamentos antirretrovirais, o método levonorgestrel (da AE) é indicado para as mulheres vítimas de estupro que pretendam utilizar o método de anticoncepção de emergência (AE) para evitar a gravidez e os antirretrovirais para a profilaxia da infecção pelo HIV.
Gabarito: certo.
O método de Yuzpe não deve ser empregado quando se utiliza o ritonavir, presente na profilaxia da infecção pelo HIV, pela significativa redução dos níveis séricos do etinil-estradiol no sistema microssomal hepático. Portanto, o método de Yuzpe constitui segunda escolha, reservado somente para situações excepcionais em que o levonorgestrel se encontre indisponível.
- (CESPE/TRT 8ª REGIÃO/2016 – adaptada) No que diz respeito à assistência de enfermagem aplicada à saúde sexual e reprodutiva da mulher, julgue o item.
Para se evitar gravidez indesejada, o método Yuzpe de AE é o de uso mais indicado em um período de até setenta e duas horas após a relação sexual, em caso de atraso menstrual.
Gabarito: errado.
O método do levonorgestrel é a primeira escolha, pois, comparando com o Regime de Yuzpe, o último apresenta maior taxa de falha. A frequência e a intensidade dos efeitos colaterais também são maiores no método Yuzpe.
Finalizamos nosso artigo com as principais dicas sobre essa temática. Continue nos acompanhando no site do Gran Cursos Online para que possamos contribuir com seu sucesso!
Fernanda Barboza é graduada em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia e Pós-Graduada em Saúde Pública e Vigilância Sanitária. Atualmente, servidora do Tribunal Superior do Trabalho, cargo: Analista Judiciário- especialidade Enfermagem, Professora e Coach em concursos. Trabalhou 8 anos como enfermeira do Hospital Sarah. Nomeada nos seguintes concursos: 1º lugar para o Ministério da Justiça, 2º lugar no Hemocentro – DF, 1º lugar para fiscal sanitário da prefeitura de Salvador, 2º lugar no Superior Tribunal Militar (nomeada pelo TST). Além desses, foi nomeada duas vezes como enfermeira do Estado da Bahia e na SES-DF. Na área administrativa foi nomeada no CNJ, MPU, TRF 1ª região e INSS (2º lugar), dentre outras aprovações.
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