O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a atacar os servidores públicos. Na última sexta-feira (15/05), enquanto defendia o veto do presidente Jair Bolsonaro sobre o reajuste para algumas categorias, o ministro comparou servidores e empregados públicos como saqueadores. A declaração aconteceu no evento de balanço dos 500 dias de governo.
“Na hora em que estamos fazendo esse sacrifício, que o Brasil está no chão, é inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão, que usem a desculpa da crise da saúde para saquear o Brasil”, disse o ministro da Economia, que pediu ao Congresso para que não derrube o veto sobre os reajustes no qual Bolsonaro o encaminhará.
Paulo Guedes se refere ao PLP 39/2020, aprovado no Congresso sobre o auxílio a estado e municípios, no qual ele impôs algumas contrapartidas para que o auxílio fosse realizado. Entre elas, a impossibilidade de reajuste aos servidores públicos até 2021.
No texto aprovado pelo Congresso, os parlamentares aumentaram o rol de possibilidade de aumento de remuneração, soldo e subsídio para algumas classes do serviço público, como saúde, segurança pública, forças armadas, educação pública, periciais, PF, PRF, guardas municipais, agentes socioeducativos, profissionais da limpeza urbana, de serviços funerários e assistência social.
Guedes ainda destacou que os responsáveis pela segurança e da saúde do país não podem ser mercenários ao ponto de pedirem aumento em um momento de crise e que esses aumentos só poderiam vir após a guerra, comparando o aumento com medalhas.
“Nossos heróis não são mercenários. Que história é essa de pedir aumento de salário porque um policial vai exercer sua função? Ou porque um médico vai à rua exercer sua função. Se ele trabalhar mais por conta do coronavírus, ótimo. Ele recebe hora extra. Mas dar medalhas antes da batalha? As medalhas vêm depois da guerra”, afirmou.
Paulo Guedes: Servidores parasitas
Em fevereiro deste ano, Paulo Guedes comparou os servidores públicos a parasitas durante uma palestra na Fundação Getúlio Vargas. “O governo está quebrado. O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro (Brasil) está morrendo. O cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”, criticou.
Após a repercussão negativa a sua fala, Paulo Guedes mudou o tom ao afirmar que o parasita são os estados e não os servidores. “Estava dando um exemplo de quando os gastos do funcionalismo devoram 95%, 96%, 100% das receitas. Tem município chegando a essa situação. Então, o estado que está virando parasitário. Tive que pedir desculpa. As pessoas são sérias, batem o ponto, merecem respeito”, ressaltou.