As provas do concurso PC RN para os cargos de Agente e Escrivão, aconteceram no último domingo, dia 11 de julho. A Fundação Getúlio Vargas, organizadora do certame, publicou na terça-feira (13), o gabarito preliminar das provas. Os candidatos que desejam entrar com recurso, devem acessar o site oficial da FGV, no seguinte endereço eletrônico: https://conhecimento.fgv.br/concursos/pcrn20.
O prazo final para entrar com recurso relacionado a algumas das questões do certame, encerra hoje (15). Ainda dá tempo de fazer o procedimento e nós vamos elencar aqui algumas informações importantes.
Destaques: |
Confira abaixo os recursos elaborados por nossa equipe de especialistas:
Disciplina Língua Portuguesa – Prof. Márcio Wesley
Questões 06, 07 e 09 – Prova tipo 02 (verde)
QUESTÃO NÚMERO: 06
GABARITO EXTRAOFICIAL: D
GABARITO PRELIMINAR ELABORADO PELA BANCA: C
RECURSO: A opção “C” afirma: “quartel não aparece citada anteriormente, mas se liga a polícia”. De fato, a palavra “quartel” não teve ocorrência anterior no texto. Porém, não se liga a polícia. O quartel em questão se liga à Scotland Yard, que é um departamento de investigações criminais da polícia metropolitana de Londres. Assim, a ligação está dirigida para um departamento apenas, e não para a polícia.
Por outro lado, a opção “D” afirma: “a segunda ocorrência de onde se refere a primeiro quartel central”. Com a leitura atenta do texto, nota-se a coesão textual paralelismo sintático entre dois segmentos: “onde funcionou seu primeiro quartel central” e “onde, por outro lado, localizou-se o palácio que utilizavam os reis da Escócia quando visitavam a Inglaterra”.
Nesses dois segmentos, pela estrita coesão referencial, o pronome relativo “onde” retoma, em suas duas ocorrências, o antecedente compartilhado “rua”. No entanto, a inteligibilidade de um texto se apoia mais na coerência do que na coesão estrita. Assim, a leitura em camada mais profunda de relações lógicas do texto permite alcançar que a segunda ocorrência de onde se refere mais apropriadamente (mais coerentemente) a “primeiro quartel central”, e não a “rua”, uma vez que é o prédio desse primeiro quartel que guarda a identidade mais precisa com o palácio (Onde ficava o palácio? – Ficava no mesmo prédio do primeiro quartel.), e não é genericamente a rua (com tantos prédios) que guarda essa identidade. Portanto, a retomada mais coerente foi indicada na opção “D”, e não da opção “C”. PEDIDO. Alterar o gabarito preliminar de “C” para gabarito definitivo “D”.
QUESTÃO NÚMERO: 07
GABARITO EXTRAOFICIAL: D
GABARITO PRELIMINAR ELABORADO PELA BANCA: E
RECURSO: O enunciado pede “a frase em que se apresenta uma visão positiva do crime”, e o substantivo “crime” aparece determinado por artigo definido presente na contração “do”, ou seja, trata-se de pedir uma visão positiva do crime como um todo, e não como parte. Ora, uma visão positiva pode ser apresentada com adjetivos subjetivos que carreguem valorização ou estima, e essa visão pode ser reforçada mediante advérbios de intensidade.
A opção “E” carrega duas limitações em comparação com o que pede o enunciado:
(1) a conclusão levantada se refere a “quase todo crime”, mas o enunciado pede visão positiva do crime como um todo; e (2) o desejo reprimido de expressão estética não atribui diretamente a quase todo crime uma visão positiva, mas apenas indiretamente, pois não assegura que a expressão estética vai corresponder a um crime a ser percebido coletiva e objetivamente como algo belo (estético).
Por outro lado, a opção “D” carrega dois pontos fortes que a harmonizam mais com o que pede o enunciado:
(a) o adjetivo “respeitável” que qualifica um tipo de comportamento no mundo dos negócios foi reforçado e valorizado positivamente como “perfeitamente respeitável”; e (b) essa qualificação positiva foi transferida por “extensão lógica” a todo crime (“o crime”, com artigo definido). Assim, essa extensão lógica da opção “D” supera a pretensão subjetiva (estética) da opção “E”; a intensidade do valor positivo (perfeitamente) reforça mais a visão positiva do crime em “D” do que a mera qualificação subjetiva (expressão estética) na opção “E”; e a generalização (o crime como um todo) se aproxima bem mais do que pede o enunciado do que a visão limitada da opção “E” (quase todo crime). PEDIDO: alterar o gabarito preliminar de “E” para gabarito definitivo “D”.
QUESTÃO NÚMERO: 09
GABARITO EXTRAOFICIAL: C
GABARITO PRELIMINAR ELABORADO PELA BANCA: D
RECURSO: O enunciado pede a função do trecho dado no texto. O texto é informativo e trata de aspectos históricos da origem da polícia no Brasil. Como texto informativo, ele fornece dados objetivos. Ora, a fonte de dados foi mencionada na primeira frase do texto, exatamente no trecho citado no enunciado.
A partir dessa menção, o texto detalha os dados obtidos dessa fonte. Assim, a opção “C” está em harmonia com o gênero textual e sua característica básica: oferecer dados e informar a fonte das informações. Por outro lado, a opção “D” oferece a função de dar credibilidade ao que é dito a seguir. Porém, a necessidade de credibilidade é uma marca do texto argumentativo, que pretende fundamentar juízos de valor – mas este não é o caso do texto em questão. Portanto, a opção “C” ofereceu a função mais condizente para o trecho dado dentro do texto, considerando o gênero textual. PEDIDO. Alterar o gabarito preliminar de “D” para definitivo “C”.
Noções de Informática – Prof. Maurício Franceschini
QUESTÃO NÚMERO: 37
GABARITO EXTRAOFICIAL: Anulação
GABARITO PRELIMINAR ELABORADO PELA BANCA: D
RECURSO: (FGV/PCRN/AGENTE.2021) As planilhas eletrônicas MS Excel e LibreOffice Calc permitem a especificação de fórmulas que incluem referências às células.
Nesse contexto, a fórmula localizada na célula A1 que estaria indevidamente construída é:
(A) =soma(X1; D2:E4)
(B) =soma(B1; Y2; T3; 10)
(C) =soma(10;20)
(D) =soma(Z12:X10)
(E) =A10
JUSTIFICATIVA: A questão fala sobre fórmulas que incluem referência às células e que está indevidamente construída, porém o gabarito D) usa uma fórmula que faz referência a células, pois a fórmula =soma(Z12:X10), porém a alternativa C) =soma(10;20) não faz referência a nenhuma célula, mas sim a valores constantes, o que a torna uma fórmula indevidamente construída, se o critério for o uso de células.
QUESTÃO NÚMERO: 39
GABARITO EXTRAOFICIAL: C
GABARITO PRELIMINAR ELABORADO PELA BANCA: D
RECURSO: (FGV/PCRN/AGENTE.2021) Considere as seguintes afirmativas a respeito do comando Classificar, disponível na guia Dados do MS Excel.
- É preciso que haja pelo menos uma célula preenchida para que esse comando seja executado.
- É preciso que haja pelo menos uma célula selecionada para que esse comando seja executado.
III. As colunas podem ser ordenadas da esquerda para a direita.
- As linhas são ordenadas de cima para baixo.
- O critério de ordenação de linhas pode incluir no máximo três colunas.
O número de afirmativas corretas é:
(A) Uma;
(B) Duas;
(C) Três;
(D) Quatro;
(E) Cinco.
JUSTIFICATIVA: O item II diz que é preciso ter ao menos uma célula selecionada para que esse comando seja executado. Mas na verdade, é necessário ter ao menos uma célula e com dados, pois não pode ser uma célula vazia. Dessa forma, a resposta deveria ser a alternativa C, pois há apenas 3 itens verdadeiros.
Questões 45 e 46 – Prova tipo 02 (verde)
(QUESTÃO 45) (PCRN/2021) – Agente e Escrivão. Determinado gerente lidera uma equipe de cinco pessoas e percebe que o grupo está desmotivado e realiza o trabalho de forma desinteressada. Conversando com a equipe, percebeu que os membros consideram que seu trabalho é repetitivo e pouco variado e que não têm autonomia para realizá-lo. A gerente decidiu então introduzir mudanças nos cargos e nas atribuições da equipe, para estimular a motivação dos colaboradores.
Para tal, na situação descrita, seria mais eficaz adotar, de acordo com as teorias de motivação:
- Ampliação horizontal dos cargos
- Abertura de canais de feedback
- Combinação de tarefas
- Estabelecimento de relações com os clientes
- Formação de unidades naturais de trabalho
Recurso na descrição:
Assim define Chiavenato (página 335):
“Para proporcionar continuamente motivação no trabalho, Herzberg propõe o “enriquecimento de tarefas” ou “enriquecimento do cargo” (job enrichment): consiste em substituir as tarefas simples e elementares do cargo por tarefas mais complexas para acompanhar o crescimento individual de cada empregado, oferecendo-lhe condições de desafio e de satisfação profissional no cargo. O enriquecimento de tarefas depende do desenvolvimento de cada indivíduo e deve adequar-se às suas características individuais de mudança. O enriquecimento de tarefas pode ser vertical (eliminação de tarefas mais simples e acréscimo de tarefas mais complexas) ou horizontal (eliminação de tarefas relacionadas com certas atividades e acréscimo de outras tarefas diferentes, mas no mesmo nível de dificuldade)”.
Adiante, na página 336, o autor afirma: “o enriquecimento de tarefas provoca efeitos desejáveis, como aumento da motivação, aumento da produtividade, redução do absenteísmo (faltas e atrasos ao serviço) e redução da rotatividade do pessoal (demissões de empregados)”.
Conforme resta claro, segundo definição de Chiavenato, a ampliação horizontal do cargo é uma forma válida de se motivar as pessoas para o trabalho, com o acréscimo de atividades distintas, mas de mesmo grau de complexidade.
Outro autor também versa sobre o tema e, ao que consta, a Banca fez uso específico dessa literatura. Segundo Robbins (página 235):
“O enriquecimento do trabalho refere-se à expansão das funções. Ele aumenta o grau em que o trabalhador controla o planejamento, a execução e a avaliação de seu trabalho. Essa prática motivacional de desenho do cargo permite que o funcionário execute uma atividade por completo, além de aumentar sua liberdade e independência, ampliar sua responsabilidade e oferecer feedback para que o indivíduo seja capaz de avaliar e corrigir o próprio desempenho”.
O referido autor, aponta ainda outras formas de motivar (página 235):
- A combinação de tarefas mescla atividades já existentes e fracionadas para que formem um módulo de trabalho novo e mais amplo.
- A criação de unidades naturais de trabalho reúne as tarefas que o funcionário executa de modo a constituir um todo que tenha uma identidade e um sentido.
- O estabelecimento de relações com o cliente aumenta o relacionamento direto entre os funcionários e seus clientes (que podem ser internos ou externos à organização).
- A expansão vertical de tarefas transfere para os funcionários a responsabilidade e o controle anteriormente reservados aos dirigentes.
- A abertura de canais de feedback implica que os funcionários recebam informações concretas sobre como estão desempenhando suas tarefas e também acompanhem se o desempenho está melhorando, piorando ou se permanece constante.
Levando-se em consideração as alternativas propostas pela questão apresentada, se tivermos como referencial teórico Chiavenato, há apenas uma questão correta, que seria “ampliação horizontal dos cargos”, o que outros autores definem como job enlargement. Contudo, Se Robbins passa a ser o referencial, todas estariam corretas, pois aptas a motivar.
Considerando a dificuldade de se julgar objetivamente a questão, respeitosamente solicita-se sua anulação, uma vez que não há respaldo bibliográfico que justifique como correta apenas a alternativa dada pela banca: “estabelecimento de relações com os clientes”.
Conforme resta claro, a ampliação horizontal do cargo é uma forma válida de se motivar as pessoas para o trabalho, com o acréscimo de atividades distintas, mas de mesmo grau de complexidade.
(QUESTÃO 46) (PCRN/2021) – Agente e Escrivão. Em um processo seletivo, o responsável pelas entrevistas de seleção perguntou a um candidato o que o motivava a trabalhar na organização. O candidato respondeu: “tenho amigos que trabalham aqui e sei que o ambiente de trabalho é muito bom e há muita interação entre os funcionários; além disso, a jornada de trabalho é menor que a do meu trabalho atual, que é muito longa e exaustiva”.
Segundo a hierarquia das necessidades de Maslow, a motivação do candidato é satisfazer as necessidades do tipo:
- Sociais; fisiológicas
- De estima; de segurança
- Sociais, de segurança
- De autorrealização; fisiológicas
- De estima; fisiológicas
Retirado do livro de Idalberto Chiavenato, Introdução à Teoria Geral da Administração (pág. 331), o gráfico ao lado deixa claro se tratar das necessidades sociais e fisiológicas, respectivamente:
Questões 96 e 97 – Prof. Laécio Carneiro
QUESTÃO NÚMERO: 96 GABARITO EXTRAOFICIAL: Anulação
GABARITO PRELIMINAR ELABORADO PELA BANCA: C
RECURSO: Solicita-se à Banca Examinadora a anulação da questão pelas seguintes razões:
O assunto “pesquisa de vestígios de tiros de arma de fogo nas mãos do atirador” faz parte de tópicos mais diretamente relacionados às disciplinas de Criminalística e de Balística Forense e não se encontra discriminado na parte dos objetos de avaliação da disciplina de Medicina Legal, no Edital do Certame;
O enunciado da questão apresenta falha, quando comparado à resposta do gabarito preliminar apresentado pela Banca, pois embora, na atualidade, a técnica de Microscopia Eletrônica de Varredura – MEV seja a mais adequada para detectar resíduos de tiro, o que se detecta são partículas de chumbo, bário e antimônio, que fazem parte da composição química da espoleta ou iniciador, mas não faz parte da composição da pólvora ou propelente, conforme afirma o enunciado. As pólvoras ou propelentes apresentam na composição carbono, hidrogênio e oxigênio. Já a mistura iniciadora geralmente é composta, geralmente, de estifinato de chumbo (PbO2H (NO2) 3), nitrato de bário (Ba (NO3) 2), trissulfeto de antimônio (Sb2S3), tetrazeno e alumínio atomizado.
A pólvora negra é composta de salitre, carvão vegetal e enxofre. Sua combustão tem como principais produtos sólidos os sulfatos, sulfitos, sulfocianetos, tiossulfatos e carbonato de amônio. Outro tipo de pólvora também utilizada em projéteis são as “pólvoras sem fumaça”, onde possuem como principal componente a nitrocelulose, ou nitrocelulose e nitroglicerina. Os produtos da explosão/combustão desses propelentes são gases óxidos, de carbono, nitrogênio, enxofre e outros. O que o MEV detecta são partículas de Pb, Ba e Sb, e não os óxidos da combustão da pólvora.
O disparo de uma arma deixa resíduos nas mãos do atirador, no local onde ocorreu o disparo e no alvo. Estes resíduos são chamados de GSR, do inglês gun shot residue, e constituem uma evidência muito importante para a Balística Forense. Os resíduos de tiro são basicamente partículas expelidos da espoleta e da pólvora, assim que o projétil é lançado, ou seja, resíduos sólidos de Pb, Ba, Sb e outros metais. Desta forma, os testes de identificação de GSR são feitos simplesmente detectando-se os principais componentes da espoleta ou iniciador, e não da pólvora ou propelente.
Logo, em razão de o enunciado da questão induzir o candidato a erro, e trazer equívocos e imprecisões de ordem técnica, além de não constar do Edital, deve ser anulada.
Referências:
- TOCCHETTO, D., Balística Forense, Aspectos Técnicos e Científicos. 5 ed., Millennium.
- ABREUA, R. M. et al, Análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV) de resíduo de tiro, Revista Militar de Ciência e Tecnologia – RMCT, Vol. 34 nº 3, 2017.
- CÂMARA, A. G. N., Balística Forense, site do Programa de Educação Tutorial em Química/PET Química, UFCE: http://www.petquimica.ufc.br/balistica-forense-uma-breve-introducao/
QUESTÃO NÚMERO: 97
GABARITO EXTRAOFICIAL: Anulação
GABARITO PRELIMINAR ELABORADO PELA BANCA: A
RECURSO: Solicita-se à Banca Examinadora a anulação da questão pelas seguintes razões:
Para a avaliação de lesões corporais e demais tipos de perícias médico-legais, o exame de corpo de delito, segundo França, preferencialmente deve ser direto, examinando-se diretamente o periciando. Subsidiariamente, o perito legista poderá requerer os prontuários, ouvir médicos da equipe cirúrgica e intensivistas, da UTI, além de também poder colher o histórico da ocorrência, narrado pela vítima e por outras testemunhas, embora, esse último fator, seja de menor relevância técnica e pericial.
No entanto, para a melhor literatura da área, o que de fato é mais importante é o exame pericial direto na vítima, e não apenas o exame de prontuários, conforme o gabarito preliminar aponta como sendo a única resposta possível. Na realidade, todas as alternativas, em menor ou maior grau de importância, trazem informações que poderão ser consideradas pelo médico legista quando da perícia, mas não apenas a alternativa que informa que o exame do prontuário é o mais adequado.
Logo, em razão de a questão apresentar como alternativa correta a análise do prontuário, deve ser anulada, pois o exame do prontuário é exame pericial indireto, o que contraria o que é apresentado por França. Ademais, as outras alternativas também trazem elementos de informações também úteis para o exame pericial em questão.
Referências:
FRANÇA, G. V., Medicina Legal, 11 ed.
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Resumo do Concurso PC RN
CONCURSO | POLÍCIA CIVIL DO RIO GRANDE DO NORTE – PC RN |
Banca organizadora | Fundação Getúlio Vargas – FGV |
Cargos | Delegado, Agente e Escrivão |
Escolaridade | Nível Superior |
Carreiras | Policial e Delegado |
Lotação | Estado do Rio Grande do Norte |
Número de vagas | 301 vagas |
Remuneração | iniciais de R$ 4.731,91 a R$ 16.670,59 |
Inscrições | de 02 a 21 de dezembro de 2020 |
Taxa de inscrição | de R$ 120,00 a R$150,00 |
Datas da prova objetiva | 11/07/2021 (Agente e Escrivão) 18/07/2021 (Delegado) |
Link do edital | Clique AQUI para fazer o download do edital do concurso |
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