Sabe aquele momento em que sua vida profissional mais se assemelha a uma cela solitária em prisão de segurança máxima e sua vida pessoal parecida com uma tarde em salão de beleza, onde assunto não falta, e costuma ser o que você faz ou deixa de fazer?
Como disse Dalai Lama, “os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer… e morrem como se nunca tivessem vivido”. Este era meu quadro, e não aconteceu da noite para o dia. Materializou porque deixei, já que a vida consiste sempre de uma série de opções e escolhas. E essas foram as minhas.
Depois de passar uma boa temporada na corrida de ratos em busca do “ter”, finalmente tomei consciência que a vida na proverbial cadeia e salão de beleza havia dado o que tinha que dar. Havia entrado em um processo autodestrutivo crônico. Sim, fizera conquistas e, como sempre dizia àqueles que me cercam, ido bem além até do que almejava ou mesmo considerava possível quando adolescente. Vivia uma vida confortável, tinha contratos com empresas importantes, uma presença razoável na mídia… ora, até conheci e convivi com figuras de esferas muito, mas muito acima da minha. E estava curtindo aquilo, apesar do alto nível de esforço mental e espiritual necessário para me manter por ali. Era meu universo, oco, mas, paradoxalmente repleto… de valores alheios.
Como chegar até ali, deixar essa esfera também não aconteceu de um dia para o outro, mas sim ao longo de anos e em decorrência de uma série de pequenos, mas importantíssimos eventos pessoais.
Em retrospecto, penso que tudo começou quando li uma reportagem a respeito de como Paul McCartney virou vegetariano. Fui surpreendido por saber que, ao fisgar um peixe em uma pescaria, o cantor repentinamente percebeu que “a vida do peixe era tão importante para ele como a minha é para mim”. Nunca havia pensado assim, e essa realização foi profundamente impactante e desencadeou uma série de outras. Os atentados de 11 de setembro, nos Estados Unidos, por exemplo, me levaram a uma decisão consciente de parar de assistir a filmes de violência na TV, um processo que progrediu de tal forma que deixei de lado a TV aberta praticamente como um todo e retomei a leitura. Por sua vez, isso trouxe de volta a prática da meditação.
Mas não há dúvida que os dois eventos que mais influenciaram minha reengenharia pessoal foram a rescisão, de minha parte, de um contrato de longa data que tornava de mim escravo das próprias circunstâncias, e o sequestro relâmpago, esse último trazendo a percepção derradeira de que “ser” é infinitamente superior a “ter”.
O processo tomou suas formas finais nos últimos dois anos de minha vida. Em um esforço agora consciente e objetivo, fiz um “downsizing” generalizado, cortando e eliminando rigorosamente tudo que fosse não essencial, redirecionei minha busca pela espiritualidade, voltei a escrever e a provocar a mim mesmo com ideias novas. Renovei valores, busquei o desafio de me cercar de gente nova, do bem e para o bem e com intenções e ações semelhantes àquelas que tenho como meta pessoal [e de fato encontrei algumas pessoas (extra)ordinárias!]. Passei a procurar influenciar e, como não, ser influenciado conceitual e factualmente com e por emoções e pensamentos construtivos. Acredito que se buscarmos, o Universo ajuda e, de fato, conspira em nosso favor, que o bem traz o bem e que o amor verdadeiro primeiro por si e depois pelos outros traz a fundação e pavimenta o caminho ao “nirvana” que cada um tem por dentro.
Fundamentalmente, somos o que e quem queremos. Tudo é questão de escolha, e fazer as corretas nem é tão difícil assim. Hoje, para mim, menos é muito mais. Fiz uma reengenharia de minha vida para a minha vida.
Fonte: http://www.inteligentsia.net
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