30 vagas e novidades à vista no CACD 2017

O Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, baixou Portaria com normas a serem aplicadas ao Concurso de Admissão à Carreira de Diplomatas (CACD) de 2017, cujo Edital está por ser lançado[1]. Ainda que não tenham sido explicitados alguns detalhes do formato das provas, já é possível saber que haverá algumas novidades para a edição deste ano do exame admissional.

A primeira e mais importante surpresa está na Segunda Fase. Como se sabe, os últimos CACDs foram constituídos de 3 fases. A primeira é uma prova objetiva que costuma ser chamada de Teste de Pré-Seleção, em que caem questões sobre as seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, História do Brasil, História Mundial, Geografia, Língua Inglesa, Política Internacional, Noções de Economia, Noções de Direito e Direito Internacional Público.

Até aí, nenhuma novidade com relação ao CACD de 2016 e anteriores. Não foi informado o número de questões de cada matéria, mas se seguirem o que vem ocorrendo, seriam 73 no total, sendo 14 de Língua Portuguesa, 13 de Língua Inglesa, 12 de Política Internacional, 11 de História Mundial, 6 de História do Brasil, 6 de Direito, 6 de Economia e 5 de Geografia. Em cada questão, 4 itens para julgamento CERTO ou ERRADO.

Já na Segunda Fase costumava cair apenas Língua Portuguesa. Agora, conforme antecipado pela Portaria, haverá nessa etapa também a prova escrita de Língua Inglesa. Essa decisão não significará apenas antecipar o exame de inglês da Terceira para a Segunda Fase. Com a mudança, aumentará significativamente o peso dessa língua estrangeira em todo o Concurso.

Isso porque as provas da Terceira Fase, apesar de também terem caráter classificatório e eliminatório, como as da Segunda, permitem que a(o) candidata(o) compense uma nota ruim em uma disciplina com uma nota boa em outra. No CACD do ano passado, por exemplo, foram 6 prova e a aprovação dependia da soma de 360 pontos em todas as avaliações (média de 60 pontos em 100). Era possível, porém, tirar abaixo de 60, desde que isso fosse compensado na média.

Na Segunda Fase, haverá nota mínima para aprovação em cada prova. Ou seja, não será possível tirar nota abaixo de um determinado patamar (ainda não anunciado). Se a direção do Concurso resolver retomar o que ocorria antes de a prova de Língua Inglesa ser transferida para a Terceira Fase, a nota mínima para aprovação em Português será 60 pontos e a de Inglês, 50 (mas poderá até ser 60, tendo em conta a média final de 60 exigida tradicionalmente no CACD, com exceção do TPS, que é apenas classificatório).

Para a Terceira Fase, mais novidades. Até 2016, Política Internacional e Geografia eram cobradas na mesma prova, com duas questões discursivas para cada disciplina. Agora, de acordo com o informado pela Portaria ministerial, haverá um exame distinto para cada uma dessas matérias.

Além disso, e aqui vai outra surpresa que poderá afetar a preparação para o CACD, deverá haver uma prova escrita de Língua Espanhola e Língua Francesa. No ano passado, esse exame, que também juntava questões sobre os dois idiomas, era composto de questões objetivas. Sobe, portanto, o nível de cobrança dessas disciplinas, ainda que não tenha sido informado o formato da prova, nem o grau de proficiência a ser aferido.

Finalmente, conforme anunciado no título deste artigo, serão oferecidas 30 vagas no CACD 2017. Essa é uma ótima notícia, pois desde que acabaram com os concursos de 100 vagas ou mais, na época de aumento do quadro de diplomatas do Itamaraty, a oferta tende a variar entre 20 e 30 vagas. Haverá, portanto, o máximo do que seria esperado.

O Edital do CACD 2017, que deverá sair em breve, responderá às questões que ficaram em aberto a partir da publicação dessa Portaria. Os bons candidatos, no entanto, já podem, e devem, colocar as barbas de molho.

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[1] Cf. Diário Oficial da União, Seção 1, de 8/6/17, página 100, disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=100&data=08/06/2017

Saiba TUDO sobre o edital do CACD 2017 assistindo ao vídeo abaixo:

Prof.Jean Marcel Fernandes – Coordenador Científico

Nomeado Terceiro-Secretário na Carreira de Diplomata em 14/06/2000. Serviu na Embaixada do Brasil em Paris, entre 2001 e 2002. Concluiu o Curso de Formação do Instituto Rio Branco em julho de 2002. Lotado no Instituto Rio Branco, como Chefe da Secretaria, em julho de 2002. Serviu na Embaixada do Brasil em Buenos Aires – Setor Político, entre 2004 e 2007. Promovido a Segundo-Secretário em dezembro de 2004. Concluiu Mestrado em Diplomacia, pelo Instituto Rio Branco, em julho de 2005. Publicou o livro “A promoção da paz pelo Direito Internacional Humanitário”, Fabris Editor, Porto Alegre, em maio de 2006. Saiba +

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