A genialidade é fator preponderante para ser aprovado em concursos públicos?

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Quando comecei a me preparar para concursos públicos, a maior dúvida que eu tinha na cabeça era a seguinte: será que pessoas “normais” conseguem passar? No meu meio familiar e social, não havia qualquer conhecido concursado, e o serviço público era visto como algo distante, praticamente inatingível.

À medida que fui me interessando pelo assunto e entrei no meu primeiro cursinho preparatório (lembro como se fosse hoje, era no centro do Rio de Janeiro), a ideia que eu tinha em relação a isso era de que somente pessoas que se dedicassem ao extremo, estudando de 12 a 14 horas por dia, e que fossem extremamente inteligentes teriam êxito na sua preparação, pois era exatamente isso que os concurseiros pregavam à época.

Mas onde vivia essa gente que estudava todas essas longas horas líquidas, ininterruptamente, a fio? Sinceramente, as pessoas andam procurando até hoje e tenho absoluta certeza de que jamais irão encontrá-las…

Em um primeiro momento, confesso que fiquei assustado ao ouvir o que hoje chamo de lendas urbanas. Logo eu, um aluno bem mediano, muitas vezes fraco, que penei diversas vezes para passar de ano no colégio e na faculdade, como conseguiria ser melhor que aqueles “robôs doutrinados e inteligentes” que passavam dias e dias estudando sem se alimentar ou dormir?

Estaria escrito nas pedras que as vagas eram destinadas aos mais inteligentes, aos gênios? A resposta que acabei descobrindo você saberá agora.

Em primeiro lugar, os indivíduos que consideramos gênios são apenas 1% de nossa população, e muitos deles não se interessam por concursos ou são extremamente dispersos. Em segundo lugar, da quantidade toda de inscritos, somente cerca de 10% a 15% estão realmente preparados. O restante são os chamados “tentantes”, marinheiros de primeira viagem, caíram de paraquedas na situação e estão ali para cumprir tabela.

Conheci muitos concurseiros com base estudantil fraca, oriundos de diversas faculdades com nível de qualidade bem duvidoso e que conseguiram aprovações. “Mas como?” – você deve estar se perguntando.

As palavras mágicas que descobri se chamam DEDICAÇÃO e DISCIPLINA! À medida que eu comecei a QUERER MAIS QUE TUDO PASSAR EM CONCURSO (por sinal, essa foi a pior e a melhor época da minha vida, pois não tinha rotina de estudos, e meu cérebro simplesmente pegava fogo), comecei a entender melhor o caminho sinuoso e doído que me levaria à aprovação.

Estudar é um costume, um hábito e, se você começar pesado, pode ser que sinta muita dificuldade nas primeiras semanas. Lembre-se de que ninguém corre uma maratona da noite para o dia. Porém, após passar por essa dificuldade inicial, você sentirá uma evolução e certamente renderá bem mais nos estudos.

Pude também perceber que a motivação e a vontade eram características daqueles colegas que estavam estudando comigo em um dia e, no outro, eram aprovados nos cargos que sempre almejaram. Sumiam das bibliotecas e verdadeiramente passaram a viver a realidade com a qual tanto sonharam.

Por fim, uma coisa que posso te garantir com toda certeza é que, durante suas reprovações, vão te julgar, te tachar de burro(a) e insinuar que concursos não são para você, não são para o seu “perfil”. No entanto, ao conquistar sua vaga, você será a pessoa mais admirada da sua família e ninguém lembrará de como o seu esforço foi hercúleo: “Passou porque sempre foi inteligente!”.

É exatamente por isso que as pessoas costumam propagar que somente gênios e brilhantes costumam passar em concursos. Porque não querem admitir que QUALQUER um consegue. Não sabem que esse “qualquer um” teve brilho nos olhos, abdicou de muitas coisas, passou muuuito tempo sentado numa cadeira, chorou de raiva e de felicidade.

Então, você está preparado para pagar o preço pela sua conquista ou prefere ecoar frases feitas e invejosas dos fracos de espírito e de coração? Mantenha-se firme nos seus propósitos e seja muito bem-vindo ao mundo dos concursos públicos!

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