Hoje eu vou compartilhar com você a minha jornada até o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB).
Adianto que a história é muito maior do que você lerá abaixo, mas optei por trazer os pontos mais importantes para não tornar a leitura cansativa.
Tudo começou quando, no segundo ano (2009) do curso de Engenharia da Computação, que eu cursava na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), descobri que não seria aquilo que eu queria para o resto da minha vida. Diante dessa descoberta e inspirado pelo meu cunhado, que também é auditor, decidi estudar para concursos e fui seduzido pela Receita Federal.
Minha meta de curtíssimo prazo passou a ser sair da universidade. Eu queria, quanto antes, ter meu diploma de ensino superior e mais tempo para me preparar para o meu concurso.
Comecei, então, a cursar duas ou três disciplinas além das obrigatórias em cada semestre e, após adiantar um bom número de matérias, fiz vestibular novamente – dessa vez para Ciência da Computação (também na UFPE).
Meu objetivo era tão somente antecipar minha formatura.
O novo curso possuía uma grade curricular similar ao que eu já fazia, porém mais enxuta. Minha ideia era passar no vestibular e entrar com um processo administrativo para aproveitar todas as disciplinas que eu já havia acumulado em meu histórico universitário e, assim, encurtar o tempo de conclusão do curso.
Graças a Deus, consegui fazer o que havia planejado: passei no vestibular, tive êxito com o processo e consegui sair da UFPE um ano antes do previsto.
Como você pode perceber, minha estratégia começou a ser construída e minha rota desenhada desde cedo. Aqui eu queria destacar a importância de se conhecer a ponto de tomar decisões como essa e não olhar mais para trás.
Mesmo sendo chamado de louco por alguns, por estar abandonando um dos cursos mais badalados da graduação, eu segui em frente com meu planejamento. Eu sabia que estava deixando a possibilidade de trabalhar no Google, Microsoft, Apple, Spotify… Mas a decisão já estava tomada.
Depois de formado, passei por um período de seca de concursos. Estudava bastante e não tinha nem sinais do concurso da RFB.
Poderia ter visto aquilo como algo negativo, mas fiz justamente o contrário: aproveitei cada dia como uma oportunidade de aprender mais e me preparar para o “grande dia”. Como um professor meu dizia: o edital é um prêmio para o candidato que já estava se preparando.
Fiquei aproximadamente dois anos me dedicando ao máximo, logicamente com vários altos e baixos – principalmente no início da jornada.
Como havia optado por não trabalhar para focar 100% da minha atenção no concurso, passei por momentos complicados. Eu não tinha dinheiro e, para piorar, eu era “obrigado” a acompanhar a evolução pessoal e profissional dos meus colegas. Isso me levou a escutar algumas críticas por ter largado a profissão no milênio.
Foi um período difícil, porém eu tinha certeza de que seria temporário e de que, depois da aprovação, eu aproveitaria bastante a vida.
Depois de dois anos estudando pesado e com a vida social bem pacata, o tão aguardado edital saiu, e saiu com uma grande surpresa: as provas de Analista-Tributário e Auditor-Fiscal seriam no mesmo dia. Aquilo foi um banho de água fria para mim. A intenção era concorrer para os dois cargos, mas – infelizmente – eu precisava tomar uma decisão. (Talvez você esteja passando por isso agora mesmo, então foque no que eu tenho para falar.)
Mais uma vez, foi hora de ligar o “modo estrategista”. Sentei, avaliei os cenários e joguei na balança tudo o que tinha a ganhar e a perder.
Parei para analisar o edital “de cabo a rabo”. Número de vagas, possíveis cidades de lotação, salários, atribuições dos cargos, disciplinas, quantidade de questões… nada escapou da minha análise. No entanto, além dos critérios óbvios a serem observados num edital, também tinha o lado pessoal.
Você deve estar se perguntando qual seria esse fator pessoal, não é? Bom, eu nunca pensei em trabalhar apenas por dinheiro. Sempre priorizei a qualidade de vida. Sim, a grana é muito importante para a qualidade de vida, mas não é tudo. Era fato que, em praticamente nenhuma cidade que estava disponível para AFRFB, eu teria o que buscava para ser feliz.
Eu sabia que passar no concurso para AFRFB poderia significar morar na fronteira por anos, sem previsão de morar numa cidade que fosse legal para mim. Esse fator implicaria um possível “isolamento familiar” ou uma despesa enorme com passagens aéreas (o que fazia com que o salário fosse bastante reduzido).
Então, esse era um dos pontos favoráveis para me inscrever para ATRFB, pois as lotações, no geral, eram melhores e existiam muitas vagas para Brasília e São Paulo. Além disso, o número de vagas era praticamente o triplo.
Minha namorada, Mellina, hoje minha esposa, também faria a prova, e nós precisávamos ter uma nota parecida para conseguir ficar na mesma cidade. Se isso não acontecesse, corríamos o risco de cada um ir para uma região do Brasil. Isso, para nós, não era uma possibilidade. Portanto, esse era mais um ponto favorável a fazer a prova para analista.
Tudo direcionava a escolha para ATRFB, mas existia o sonho, que eu vinha cultivando há alguns anos e que eu aguardava ansiosamente para se tornar realidade.
Porém, como você já deve ter percebido, eu sou um estrategista. Minhas decisões são majoritariamente baseadas na razão, e não na emoção. Ao final das minhas análises, concluí que iria adiar o sonho de AFRFB por mais um tempo. Eu tinha em mente que aquilo não era um adeus, mas apenas um até breve.
Decisão tomada, fiz todo o planejamento até o dia da prova – tanto para mim como para minha namorada… Metas, ciclos, organização de material… e muita “bunda na cadeira” até o grande dia.
Graças a Deus, conseguimos ser aprovados em boas colocações e fomos trabalhar em Brasília (somos pernambucanos).
Pouco tempo depois que chegamos em Brasília, Mellina foi chamada para assumir um outro concurso que ela havia passado, o de Analista de Comércio Exterior do antigo MDIC.
As vagas para trabalhar nesse ministério eram apenas na capital federal. Como já estávamos lá em Brasília e o salário era 50% maior do que ganhávamos como analistas na Receita, a decisão estava mais do que fácil de ser tomada, certo?
Errado!
Sentamos novamente para conversar e avaliar os possíveis cenários. Assumir o MDIC implicaria abrir mão de retornar a Pernambuco num futuro concurso de remoção da Receita. Como falei, a única possibilidade de trabalhar no MDIC era em Brasília. Então, Mellina decidiu não assumir, pois, como falei, a prioridade nunca foi o dinheiro.
Eu já estava bem satisfeito com meu trabalho, sentia-me realizado e valorizado no exercício das minhas atribuições. Porém, aproximadamente um ano após tomar posse como ATRFB, Deus trouxe de novo a possibilidade de realizar aquele sonho que havia surgido na época de universitário: o edital para o concurso de AFRFB foi publicado.
Dessa vez, não havia muito o que pensar, porque, se eu não passasse, já estava tranquilo com meu cargo, e, se tivesse sucesso, Mellina iria para qualquer lugar que eu fosse (na RFB existe norma que permite o acompanhamento de cônjuge).
Então… desenhei mais uma estratégia… Tentei alinhar estudos, trabalho, família… Criei uma nova rotina por alguns meses e fui em busca do sonho.
Foi um período intenso de estudos. Eu estudava antes de ir para o trabalho, na hora do almoço e depois do expediente (lá na biblioteca do Tribunal Superior Eleitoral). Eu só saia do TSE quando apagavam as luzes.
No final, deu tudo certo. Passei para o cargo dos meus sonhos, e hoje já estamos de volta ao nosso estado.
É esse o tipo de planejamento que tento fazer com meus alunos da mentoria (GranXperts): seguir a melhor estratégia de estudos e fazê-los pensar além do salário, pois entendo que focar somente na parte técnica dos estudos pode criar uma multidão de servidores frustrados.
Se você está em dúvidas sobre qual concurso escolher, ATRFB ou AFRFB, eu espero ter te ajudado de alguma forma com este artigo.
Optei por não entrar em detalhes técnicos sobre os cargos, porque isso tornaria o texto ainda mais extenso. Porém, fico à disposição para tirar quaisquer dúvidas que você tiver.
Forte abraço e bons estudos.
Douglas Queiroz
GranXpert – Fiscal e Controle
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