Um dos maiores temores dos concursandos ao ler os editais de provas de concurso público é ver que também há redação discursiva além da prova objetiva. Desse momento em diante, surgem questionamentos diversos: pontuação, tema, tipo de texto, correção, entre outros. Observa-se que todas essas dúvidas podem ser sanadas com leitura minuciosa do edital, que lhe dará a base do que precisa saber a fim de se planejar para esta etapa. Nunca subestime fazer isso no início do processo e sempre se ater às regras previstas.
De fato, a cada concurso que passa, a redação discursiva torna-se mais essencial e decisiva na colocação final. Ela pode te colocar no topo ou ser responsável pela sua derrocada na lista de classificação. No concurso do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 2018, por exemplo, fiquei em 1º lugar principalmente por conta minha nota na prova discursiva, na qual tirei 39,29 pontos de 40! Da mesma forma, saí da lista de aprovados do concurso desse mesmo órgão em 2012 por conta da reprovação na redação.
Destaco que não sou especialista em redação discursiva. Neste artigo, darei dicas vindas das minhas experiências práticas anteriores de redações em que tirei boas notas em concursos públicos. Recomendo fortemente que procure um professor na área, que poderá lhe ajudar com mais técnicas, além de fazer correções para você, pois cada banca examinadora tende a ter um espelho de correção próprio, fazendo com que alguns aspectos tenham mais peso que outros.
Portanto, com base nessas redações de concursos que já fiz em diversas áreas, tipos e temas e obtive bons resultados, treinando muito e aprendendo com os erros, gostaria de lhe dar alguns “bizus” para melhorar seu desempenho:
1. Faça, no mínimo, uma redação por semana relacionada ao tema previsto no edital! Se for tema da atualidade, busque sempre ler e “estar antenado” às notícias. Procure ver o que lê de modo crítico e absorva o essencial a respeito daquilo. Geralmente, o tema da atualidade será relacionado à área de atuação do órgão. Em temas de áreas específicas, é interessante buscar reter conteúdo de artigos científicos e abordagens teóricas dos principais autores da área. Então eu fazia assim: imprimia os temas de redações anteriores da minha banca para o meu cargo e escrevia sobre aquilo da forma solicitada, geralmente em forma de dissertação expositiva ou argumentativa. Após fazer a redação, eu olhava o espelho disponibilizado pela banca para ver se tinha escrito como o examinador esperava. Assim, acrescentava informações na própria folha de redação sobre o que eu poderia ter falado e pesquisava sobre fontes que a banca poderia ter usado para se inspirar acerca dos tópicos abordados. Na última semana de prova, eu lia as redações que já tinha feito para ter argumentos guardados na memória recente, caso caísse algo relacionado ao que escrevi.
2. Não é necessário colocar título, a não ser que a banca examinadora peça de forma explícita. Siga o que foi proposto pela banca. Já vi diversos candidatos serem eliminados simplesmente por não respeitarem as regras, por escreverem uma dissertação em vez de um parecer, entre outros. Se não está no edital nem nas instruções da prova, não faça. Também nunca é demais advertir: não pule linhas, não escreva fora do espaço destinado e não coloque algo que possa ser entendido como marca de identificação. Em todos esses casos, menos é mais!
3. Não é necessário ter a letra bonita, e sim legível. O examinador importa-se em entender o que está escrito, que as palavras estejam claras, com o pingo no “i”, sem confusão entre o “a” e o “o”, entre outros, que podem prejudicar a compreensão do conteúdo escrito.
4. Respeite as margens e os parágrafos. Mantenha constância! O Cespe, por exemplo, costuma valorar 2 pontos quanto aos aspectos citados nesta dica e na anterior, que podem ser facilmente ganhos, pois, com treino, já vira algo automático. Desse modo, comece sempre os parágrafos com o mesmo alinhamento, escreva até o final de cada linha, não faça parágrafos longos, que se diferenciam muito em número de linhas um do outro. Seguindo essas dicas, você já terá essa pontuação garantida!
5. Ao abrir a prova, olhe o tema da prova discursiva e já comece a pensar no que quer escrever. Anote tudo e, ao final, após concluir a prova objetiva, selecione os melhores ou acrescente novos, e monte o rascunho para não se atrapalhar ao passar as informações para a folha definitiva. Eu recomendo reservar a média de 1h a 1h15minutos para a redação no total, que geralmente é de 30 linhas, mas vai depender muito de quantas redações ou questões devem ser feitas e se a prova está sendo aplicada em conjunto com a objetiva. Por isso, é importante treinar muito, pois a probabilidade de gastar muito tempo na redação e cometer erros bobos será bem menor.
6. Pense no que o examinador quer que você escreva! Nunca deixe a redação em branco! Mesmo que não saiba falar a respeito do tema, busque imaginar o que o examinador quer de você naquela situação. Se você estudou, algo deve ter que possa escrever. Então siga o padrão do texto proposto (dissertação argumentativa, dissertação expositiva, parecer ou algum modelo de redação oficial), inspire-se nos textos motivacionais (se tiver) e selecione pelo menos dois ou três argumentos para escrever. Preencha os parágrafos cumprindo os tópicos dados pela banca ou crie seus tópicos quando a banca só der o tema. Use conceitos, exemplos, causas e consequências, definições, leis, estatísticas, para deixar seu texto mais rico. Se usar menos argumentos, mas colocá-los de forma mais aprofundada, principalmente em redação de temas específicos, sua nota tende a ser melhor do que tangenciar o tema e escrever muita coisa de forma superficial.
7. Use conjunções, conectivos e priorize a ordem direta. Fazer isso proporciona mais clareza ao texto. Abuse de conjunções aditivas, adversativas, causais, que se insiram no que você quer falar. Ao mesmo tempo, evite períodos muito longos e subjetivos, com palavras difíceis e com significado obscuro, pois só poluem o texto.
Enfim, redação discursiva é um tema bastante complexo e é impossível dar todas as dicas possíveis em um só artigo. Então, leia bastante, tenha pensamento crítico e pratique. Ecreva! Só assim você aprenderá a passar suas ideias para o papel de forma concisa e coerente, como o examinador espera. Boa sorte!
Stephanie Moira – Aprovada em 17 concursos públicos federais e distritais, sendo o mais recente o 1° lugar de analista judiciário – área biblioteconomia, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Atualmente, é agente de polícia da PCDF. Graduada em biblioteconomia na UnB e pós-graduada em marketing. Possui vasta experiência em concursos públicos, com aprovações em 1° lugar no Ministério das Cidades, 1° lugar na FUB, 2° lugar em oficial de carreira da FAB, 2° lugar na CAESB, 3° lugar no TJDFT, 3° no CHO/CBMDF, 7° lugar no TCDF, entre outros, grande parte em sua área de formação. Com seus métodos de estudos e técnicas de como fazer provas de concurso público, conseguiu ser aprovada especialmente em tribunais e na administração direta, inclusive na área de segurança pública, como PMDF e PCDF.
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