Olá, amigos concurseiros! O câncer de mama está presente em quase todas as provas de concursos da enfermagem. Por isso, hoje, vamos abordar como essa importante temática aparece em provas de concursos.
Dentro desse assunto, vamos revisar com você:
- Os fatores de risco de câncer de mama; e
- O rastreamento realizado por mulheres assintomáticas.
O Manual do Ministério da Saúde (Caderno de Atenção Básica n. 13/2013) é a referência bibliográfica mais importante acerca dessa temática em concursos públicos.
Na assistência de enfermagem – no nível de atenção básica –, trabalhamos com a prevenção primária, reduzindo os fatores de risco; e com a prevenção secundária, fazendo o diagnóstico precoce por meio do exame clínico das mamas e da mamografia.
Fatores de risco
Segundo o Ministério da Saúde, os principais fatores de risco conhecidos para o câncer de mama estão ligados à idade, aos fatores genéticos e aos endócrinos. A idade constitui o mais importante fator de risco para câncer de mama: cerca de 70–80% dos tumores diagnosticados surgiu a partir dos 50 anos de idade.
Estes são os fatores de risco:
- Idade;
- Menarca precoce;
- Menopausa tardia;
- Primeira gravidez após os 30 anos;
- Nuliparidade;
- Exposição à radiação;
- Terapia de reposição hormonal;
- Obesidade;
- Ingestão regular de álcool;
- Sedentarismo;
- História familiar.
Veja como isso foi abordado em prova:
- (FUNCAB/2014) São fatores de risco para o câncer de mama, EXCETO:
- a) Menarca precoce.
- b) Menopausa tardia
- c) Primeira gravidez após 30 anos
- d) Multiparidade.
Comentário
Gabarito: d
Observe que as alternativas a, b e c estão no rol de fatores de risco que constam no Manual do Ministério da Saúde. Porém, a multiparidade não está incluída nessa lista. A banca quis confundir multiparidade com a nuliparidade (não ter filhos).
Veja outra questão que abordou esse mesmo assunto:
- (AOCP/2014) São fatores de risco associados ao Câncer de Mama, EXCETO.
- a) Obesidade.
- b) Multiparidade.
- c) Primeira gravidez após os 30 anos.
- d) Terapia de reposição hormonal.
- e) Sedentarismo.
Comentário
Gabarito: b
Entendeu porque você precisa memorizar os fatores de risco de câncer de mama? Vamos memorizá-los!
Além disso, dentro desses fatores de risco, alguns deles não podem ser modificados, como a idade e a influência genética; porém, outros, como o sedentarismo e o não uso de reposição hormonal, podem ser trabalhados para redução da incidência desse câncer.
Rastreamento do Câncer de Mama
O câncer de mama, quando identificado em estágios iniciais (lesões menores que dois centímetros de diâmetro), apresenta prognóstico favorável. Para tanto, é necessário implantar estratégias para a detecção precoce da doença.
Os exames para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico das mamas e a mamografia. O autoexame da mama isolado não tem impacto na redução da mortalidade, e o manual o recomenda como estratégia complementar.
O exame clínico é realizado por médicos e enfermeiros, em todas as mulheres, especialmente naquelas com 40 anos ou mais de idade. Deve ser feito de forma completa, com avaliação dinâmica e estática e com palpação da região axilar supraclavicular do tecido mamário.
O exame físico das mamas – também chamado de exame clínico das mamas (ECM) – tem fundamental importância para a detecção precoce do câncer de mama. Ele deve ser realizado pelo médico nas consultas de rotina em mulheres a partir de 25 anos, preferencialmente na primeira semana após a menstruação. Ele também pode ser realizado por outro profissional de saúde treinado, como o enfermeiro. Durante o exame, sinais como assimetria, abaulamentos, retrações, eczemas, ulcerações, gânglios linfáticos e nódulos devem ser cuidadosamente pesquisados.
A mamografia (mastografia ou senografia) é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer. É capaz de mostrar lesões em fase inicial e muito pequenas (em milímetros). Em virtude de ainda ser um método caro em nosso meio, recomenda-se hoje a realização da mamografia nos casos de exame clínico suspeito e em mulheres com situação de alto risco, com idade igual ou maior que 35 anos, mesmo que não apresentem alterações no exame clínico.
Vamos esquematizar o rastreamento:
- Mulheres entre 40 e 49 anos deverão realizar o exame clínico das mamas anualmente e, caso haja alguma alteração, será encaminhada para a mamografia. Segundo o Manual do Ministério da Saúde, a relação risco-benefício do rastreamento populacional com o uso de mamografia, em mulheres na faixa etária de 40 a 49 anos, é pouco favorável.
- Mulheres de 50 a 69 anos deverão realizar o exame clínico anualmente e a mamografia a cada 2 anos.
- Quando mulheres acima de 35 anos são consideradas de risco elevado, o exame clínico e a mamografia devem ser realizados anualmente.
A mamografia é o único exame utilizado para rastreamento, com capacidade de detectar lesões não palpáveis e de diminuir o impacto da mortalidade por câncer de mama, sendo, por isso, o exame de imagem recomendado para o rastreamento do câncer de mama no Brasil.
Não há evidências suficientes sobre possíveis benefícios da substituição da mamografia convencional pela mamografia digital ou pela Ressonância Nuclear Magnética no rastreamento do câncer de mama. Apesar da insuficiência de evidências, a ressonância magnética tem sido utilizada em conjunto com a mamografia como modalidade de rastreamento em pacientes de alto risco, tais como: mulheres portadoras da mutação nos genes BRCA 1 ou BRCA 2; mulheres com história de câncer de mama; mulheres com história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau na pré-menopausa; mulheres com história de neoplasia lobular in situ; hiperplasia ductal; hiperplasia ductal atípica; e mulheres que fizeram radioterapia torácica antes de 30 anos.
Biópsia
Uma vez detectada a necessidade de ser dado prosseguimento à investigação ou em casos de câncer de mama diagnosticados, a mulher é encaminhada às unidades terciárias (Centro de Alta Complexidade em Oncologia), para que o diagnóstico precoce possa ser confirmado com a biópsia e que o tratamento adequado seja instituído. À medida que tumores de menor tamanho são detectados, melhores são as taxas de sobrevida e menos mutilante será a abordagem cirúrgica.
Vamos revisar o rastreamento com a resolução de mais uma questão:
- (AOCP/2015/ADAPTADA) Assinale a alternativa correta sobre a população-alvo e a periodicidade dos exames no rastreamento de câncer de mama, respectivamente, conforme recomendações do Ministério da Saúde.
- a) Em mulheres de 40 a 49 anos / Exame clínico das mamas anual e mamografia a cada 2 anos.
- b) Em mulheres de 50 a 69 anos / Exame clínico das mamas anual e mamografia a cada 4 anos.
- c) Em mulheres de 35 anos ou mais com risco elevado / Exame Clínico das Mamas e mamografia anual.
- d) Em mulheres de 35 anos ou mais com risco elevado / Autoexame mensal das mamas e mamografia anual.
- e) Em mulheres de 40 a 49 anos / Autoexame anual e, se houver alteração, realizar mamografia.
Comentário
Gabarito: c
Letra A: errado. Esse é o rastreamento para mulheres de 50 a 69 anos.
Letra B: errado. O ECM anual e mamografia a cada 2 anos são indicados para mulheres de 50 a 69 anos
Letra D: errado. O autoexame deve ser casual e não mensal, observe como esse tema é abordado pelo Manual do Ministério da Saúde:
Ao final da década de 90, grandes ensaios clínicos não demonstraram redução da mortalidade por câncer de mama por meio da educação para o autoexame das mamas. Há evidências ainda de que a estratégia do ensino do autoexame aumentaria o número de biópsias com resultados benignos. A partir de então, diversos países passaram a adotar a estratégia de breast awareness, que significa estar alerta à saúde das mamas.
A política de alerta à saúde das mamas destaca a importância do diagnóstico precoce e, na prática, significa orientar a população feminina sobre as mudanças habituais das mamas em diferentes momentos do ciclo de vida e a divulgação dos principais sinais do câncer de mama. Estimula as mulheres a procurar esclarecimento médico sempre que houver qualquer dúvida em relação a alguma alteração das mamas e a participar das ações de rastreamento do câncer de mama.
Essa estratégia mostrou ser mais efetiva do que o ensino do autoexame das mamas, isto é, a maioria das mulheres com câncer de mama identifica o câncer por meio da palpação ocasional em comparação com o autoexame. Estimula-se que cada mulher realize a autopalpação das mamas sempre que se sentir confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem qualquer recomendação de técnica específica, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. Os serviços de saúde devem adequar-se para acolher, esclarecer e realizar os exames diagnósticos adequados a partir desta demanda.
Letra E: errada. Na faixa etária de 40 a 49 anos, deve ser feito exame clínico anual. O autoexame não é feito quando houver alteração na mamografia.
Terminamos por aqui, espero por você no site do Gran Cursos Online, no fórum de dúvidas dos nossos cursos de enfermagem para concursos. Foco total e rumo à aprovação!
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Fernanda Barboza – Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia e Pós-Graduada em Saúde Pública e Vigilância Sanitária. Atualmente, servidora do Tribunal Superior do Trabalho, cargo: Analista Judiciário- especialidade Enfermagem, Professora e Coach em concursos. Trabalhou 8 anos como enfermeira do Hospital Sarah. Nomeada nos seguintes concursos: 1º lugar para o Ministério da Justiça, 2º lugar no Hemocentro – DF, 1º lugar para fiscal sanitário da prefeitura de Salvador, 2º lugar no Superior Tribunal Militar (nomeada pelo TST). Além desses, foi nomeada duas vezes como enfermeira do Estado da Bahia e na SES-DF. Na área administrativa foi nomeada no CNJ, MPU, TRF 1ª região e INSS (2º lugar), dentre outras aprovações.
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