Candidatos fazem aulas de caligrafia para passar na 2ª fase da OAB

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caligrafiaCuidado com a letra na prova de 2ª Fase. Irrita o examinador. Melhore a caligrafia. Conselho de amigo.
Depois de ser reprovado em um concurso público para juiz do trabalho, o advogado Ricardo Calcini, de 31 anos, chegou à conclusão que por mais que estudasse seria difícil conseguir passar nas provas dissertativas com uma letra quase ilegível. O problema não eram seus argumentos, mas fazer com que a banca examinadora conseguisse entender o que estava escrito nas suas respostas. Para corrigir o problema, ele resolveu fazer um curso de caligrafia.
“Descobri que estava perdendo para mim mesmo, por causa da minha letra, e não por causa dos outros concorrentes”, afirma. Calcini reconhece que sua letra nunca foi muito bonita. “Na faculdade já era ruim, mas os professores se esforçavam para entender. Já em um concurso público o examinador não quer nem saber, se tem alguma coisa que ele não compreende o que está escrito acaba perdendo o raciocínio que o candidato desenvolveu na prova.”
Em um mundo cada vez mais digital, no qual as pessoas usam os polegares para mandar recados pelo celular, escrever à mão é uma habilidade cada vez menos utilizada. Um estudo divulgado em julho nos Estados Unidos concluiu que a internet, redes sociais e celulares conectados ajudam estudantes a melhorar a criatividade e a se expressarem melhor. Por outro lado, os jovens têm problemas na escrita, como a troca da linguagem formal pela informal, a cópia de textos publicados por outros autores e a dificuldade em ler e compreender textos longos ou complexos.
“Eu passo o dia todo no computador preenchendo relatórios e acabo escrevendo muito pouco”, explicou o advogado, que é servidor público na área trabalhista federal, mas quer alcançar novos ares por meio dos concursos públicos. Calcini treina a escrita meia hora por dia, e já percebeu a diferença. “Antes, nem eu entendia a minha letra.”
Ele é um dos alunos da Escola de Caligrafia De Franco, fundada em 1915 pelo professor Antônio De Franco. Quem administra a escola é Antônio De Franco Neto, que já passa seus conhecimentos para o filho, a quarta geração de calígrafos. A escola, situada na Avenida Eusébio Matoso, Zona Oeste de São Paulo, recebe candidatos de concursos públicos, vestibulandos que vão fazer provas dissertativas e de redação, crianças com recomendação da professora em “caprichar a letra” e gente querendo ser um profissional da caligrafia para ganhar dinheiro fazendo convites de casamento personalizados e com a letra bem desenhada.
“Em dois meses qualquer pessoa fica com a letra boa”, garante De Franco. O exercício para os alunos é copiar frases em uma folha pautada seguindo o desenho da letra sugerida repetidas vezes. As frases em geral têm mensagem motivadora ou desafiadora, como “Querer sem que custe é próprio dos fracos”.
Dicas para uma letra bonita
O especialista ensina desde a postura correta para se sentar na hora de escrever, com o corpo alinhado e os dois pés apoiados no chão. A folha deve ficar na diagonal, de forma que as pontas superior e inferior de lados opostos formem uma linha reta em relação ao corpo. O braço contrário ao que escreve deve ficar apoiado na mesa segurando o peso do corpo.
A mão deve segurar a folha levemente. A pessoa deve segurar a caneta entre os dedos polegar, indicador e médio, com leveza. “Como se fosse um pincel”, explica o professor. Os movimentos devem ser leves, sem fazer força sobre o papel. As regras valem tanto para os destros quanto para os canhotos.
De Franco aponta erros comuns de quem tem problemas com a escrita. Apertar a caneta para deixar a tinta no papel mais forte é um deles. “Se a pessoa apertar a caneta vai sentir dor nas mãos e antebraço, e logo ficará cansada de escrever.”
Escrever debruçado sobre a folha provoca dores na coluna. Usar letra de forma ou letra bastão também é condenável. “Não é um gesto natural. O certo é fazer a letra cursiva, bem desenhada com estilo. Com treino e dedicação, logo é possível escrever rápido e bonito.”
Sobre o futuro da escrita cursiva diante da evolução da tecnologia digital, De Franco é taxativo: “As pessoas estão perdendo o hábito de escrever. Daqui a dez anos ninguém vai saber como pegar uma caneta na hora que der um problema no computador”.
Fonte: G1 (adaptado)

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