Quero iniciar minha história aqui no GranXperts abordando um tema de extrema importância para os concurseiros, especialmente para aqueles que estão com a dúvida entre largar o emprego para focar nos concursos públicos ou trabalhar e estudar em paralelo.
Sem muita enrolação, vamos direto ao ponto… Com sinceridade e responsabilidade, responda a estas seis perguntas:
- Você já decidiu qual é o seu concurso ou, ao menos, qual área seguirá?
- Você está disposto(a) a estudar por quanto tempo até alcançar seu objetivo?
- Quanto tempo você dispõe, atualmente, para estudar com qualidade?
- Se largasse o emprego hoje, quanto tempo líquido (tempo exclusivo para estudos) você ganharia?
- Como está sua reserva financeira?
- Caso seu dinheiro acabe antes de chegar ao seu objetivo, você teria condições de voltar para iniciativa privada?
Adotei uma lógica nessas perguntas com a tentativa de ajudar você a tomar a decisão mais acertada.
A primeira indagação foi feita com o objetivo de chamar sua atenção para a necessidade de mapear a frequência de realização do seu concurso alvo. É importantíssimo descobrir essa informação, porque pode ser que, a depender da frequência de provas, seus frutos possam demorar muito a ser colhidos.
Foi por isso que fiz a segunda pergunta: em quanto tempo você deseja passar? A resposta a essa pergunta é importante para você se planejar, tanto nos estudos como financeiramente. Tenha em mente que um concurso pode demorar anos para sair (o último da Receita Federal, por exemplo, foi em 2014). Calma! Não é para ficar pirado com essa notícia. Tente enxergar essa “demora” como uma oportunidade para se preparar ainda mais.
O terceiro questionamento foi sobre o tempo que você dispõe, atualmente, para estudar com qualidade. Torço para que você jogue limpo nessa resposta, porque se autossabotar estimando um tempo irreal vai atrapalhar sua tomada de decisão.
Se possuir vinte horas líquidas/semana, saiba que, em um ano, você terá cerca de mil e quarenta horas de estudo. Caso estude oito páginas por hora, terá lido oito mil trezentas e vinte páginas no período, o que equivale a aproximadamente dez livros. Sendo mais objetivo: com um ano de estudos, você teria um conhecimento legal em dez matérias (considerando um livro por matéria).
E se você largasse o trabalho hoje? Quantas horas semanais você ganharia para estudar com qualidade? Você pode responder a essa pergunta e refazer as contas acima. Se conseguir dobrar seu tempo de estudos, significa que, ao final de um ano, você poderá ter “devorado” dez livros de teoria e mais outros dez de questões. Repare que isso é apenas uma simulação, beleza?
Não estou dizendo para você estudar vinte horas por semana. Muito menos largar o trabalho! Estou apenas compartilhando uma maneira de você checar a viabilidade do projeto que pretende executar. Será que você aproveitaria boa parte do tempo decorrente da sua demissão para estudar?
Mais uma variável que precisa ser analisada, além do tempo que você passa longe dos livros quando está trabalhando, é o desgaste mental que seu emprego proporciona.
No meu caso, por exemplo, trabalhava quatro horas por dia desenvolvendo sistemas. Aquelas quatro horas, para mim, eram intermináveis e desgastavam meu cérebro de uma forma que eu não tinha condições de raciocinar quando chegava em casa. Isso foi um dos principais fatores que coloquei no papel ao tomar a decisão de “chutar o balde” e dizer ao meu chefe: Chega! Eu não trabalho mais aqui.
A quinta pergunta é também muito relevante. Se você não tiver uma reserva de contingência, poderá viver um período difícil, já que não existe certeza de quando a sonhada aprovação virá. A vida de concurseiro não é fácil e, também, não é barata, principalmente porque, sem o direcionamento correto, tomamos muitas decisões erradas durante a jornada.
Quem nunca comprou um livro que virou objeto de decoração ou ficou empoeirado no armário?
Você precisará de dinheiro para livros, cursos, inscrições, passagens, hospedagens… Então, repito, é necessário ter uma reserva financeira ou então alguém disposto a segurar as contas por um tempo.
Quando, na época, optei por sair do meu emprego, fiz uma poupança para bancar meus estudos e pagar o plano de saúde por alguns meses – não muitos. Com o resto, eu me virava com meus pais. Devido a algumas decisões erradas tomadas no início da minha vida de concurseiro, minha programação financeira precisou ser reajustada.
Como meu sonho era entrar para a Receita Federal e o edital demorou dois anos para ser publicado, contados do dia em que comecei a estudar, passei um período a descoberto. Dependia totalmente dos meus pais nessa época. Também foi aí que precisei aprender a lidar com críticas de pessoas que não conheciam minha história. Elas achavam que eu era apenas mais um a viver às custas dos pais, em outras palavras, um vagabundo.
Então, colega, eu posso afirmar com base na minha experiência que, para seguir em frente, você precisa ser forte, ter coragem e muita sabedoria para lidar com os obstáculos iniciais. No fim das contas, depois que você pega o jeito, estudar acaba sendo o mais simples.
Agora quero que você preste muita atenção nisto aqui: ao cogitar deixar o emprego de lado, é importante ter em mente que você pode entrar em um “caminho sem volta”. Digo isso porque você deve saber como a iniciativa privada costuma ser cruel. Para o setor privado, um ano “parado” é um ano perdido! Sem atualização das novas tecnologias, sem cursos de especialização e sem networking, voltar à iniciativa privada pode ser mais difícil do que ser aprovado no concurso dos sonhos. Então… pense bastante antes de tomar sua decisão!
Apenas não desista nunca dos seus sonhos. Acredite! Se persistir, tenho certeza de que uma hora você ocupará o cargo que almeja. Quando essa hora chegar, você sentirá que todo o esforço e as decisões tomadas valeram a pena.
E caso precise de um direcionamento e de um acompanhamento de alguém que já passou por muitos obstáculos nessa vida de concurseiro e obteve sucesso, pode contar comigo e com a equipe do GranXperts.
Para finalizar este artigo, quero pedir novamente que, independentemente da sua conclusão, siga em frente! Se optar por sair do emprego, planeje-se financeiramente e encare seus estudos com mais seriedade ainda. Seu trabalho, a partir desse momento, será “apenas” estudar! Se decidir continuar trabalhando, tente organizar seus horários de forma a otimizar seu tempo.
Lembre-se: o fim vai ser bem melhor que o começo.
Grande abraço!
Douglas Queiroz
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