Comentando uma avaliação do Tribunal de Contas do DF sobre XP, Kanban e Scrum – Parte 1

Faaaaaala seus lindos!!! Tudo bem com vocês?

Voltamos à nossa saga de treinar para discursivas, e dessa vez vamos falar sobre uma prova de altíssimo nível aplicada pela banca CEBRASPE/CESPE para o Tribunal de Contas do Distrito Federal, para o cargo de Aditor na área de Tecnologia da Informação. Não é qualquer provinha não!!

Esse artigo traz a análise da segunda questão da prova, cujo tema é Agilidade, com eXtreme Programming – XP, Kanban e Scrum na mesma questão!! Vejamos:

“Ao assumir a coordenação da área de desenvolvimento de sistemas em determinado órgão público, um servidor identificou que a metodologia de desenvolvimento vigente seguia o modelo waterfall, o que ocasionava atrasos significativos na entrega de projetos de grande escala bem como dificuldades na utilização de sistemas cujos requisitos não estavam claramente definidos.

Com o objetivo de aprimorar o processo de desenvolvimento de sistemas, o servidor propôs a adoção de abordagens ágeis que incorporam elementos do Scrum, do Kanban e do XP (extreme programming).

Considerando a situação hipotética apresentada, elabore um texto dissertativo a respeito das mencionadas metodologias ágeis.

Ao elaborar seu texto, faça, necessariamente, o que se pede a seguir.

1 Cite duas práticas do XP, descrevendo-as brevemente. [valor: 3,50 pontos]

2 Explique de que forma o Kanban propicia a visualização do trabalho e a limitação do trabalho em progresso. [valor: 2,50 pontos]

3 Cite duas reuniões previstas no Scrum, explicando brevemente o objetivo de cada uma delas. [valor: 3,50 pontos]”

Então vamos dividir para conquistar!! Essa é nossa técnica infalível. 

Aqui vamos comentar o item 1, cujo enunciado pede apenas duas práticas do XP. Na Parte 2, continuação desse artigo, vamos analisar os outros itens, que tratam sobre Kanban e Scrum!!

Então, ficou fácil demais falarmos sobre duas das práticas do XP, já que a metodologia utiliza diversas práticas, e algumas das principais práticas do XP são:

• Padrão de desenvolvimento/codificação: definição de um padrão de código (design pattern) para facilitar a compreensão do trabalho realizado por diferentes integrantes da equipe. Desenvolver com padrões permite uma outra prática importante: a propriedade coletiva do código.
• Propriedade coletiva do código: não existe ilhas de conhecimento ou responsabilidade individual por funcionalidade, partes do código ou módulos da solução. Assim, todos os desenvolvedores da equipe podem e devem ter acesso a todas as partes do código, com liberdade de alterar e melhorar, sendo uma responsabilidade coletiva. Todos podem alterar qualquer parte do código!
• Design simples: O uso de design simplificado permite que o foco do desenvolvimento sejam as funcionalidades da solução. Menos tempo gasto nas documentações, evitando retrabalhos nos designs, caso os requisitos precisem ser alterados. Simplicidade não significa trabalho de baixa qualidade ou incompleto, mas sim não adicionar complexidade desnecessária.
• Jogos de planejamento: os jogos de planejamento são reuniões nas quais os requisitos da solução são divididos em partes (histórias do usuário), que são priorizadas pelo cliente, e cujos tempos necessários para desenvolvimento são estimados pela equipe, definindo quais histórias serão desenvolvidas em cada interação ou release;
• Cliente sempre presente: envolvimento ativo do cliente no processo de desenvolvimento. Aliás, não existe gestão ou desenvolvimento ágil sem o cliente participando ativamente do processo, incluindo-se revisões e testes do software.
• Programação em pares: Nessa prática, dois desenvolvedores trabalham juntos em um computador para desenvolver o código, um revisando o trabalho do outro. É um computador, um mouse um teclado e dois desenvolvedores!
• Refatoração: melhorar a qualidade do código, alterando sua estrutura interna, sem alterar sua lógica externa, na visão do usuário.
• Desenvolvimento test-first ou orientado a testes: Os testes são escritos antes da funcionalidade ser desenvolvida, priorizando os testes unitários e testes de aceitação.
• Metáfora: Método que busca evitar o uso de termos técnicos durante as reuniões ou interações com clientes, facilitando a comunicação entre a equipe e os clientes. 
• Ritmo sustentável: manter um ritmo de trabalho sustentável, com carga horária de 40 horas semanais, evitando-se horas extras que venham a sobrecarregar a equipe.
• Integração contínua: integrar as alterações de código ao repositório principal várias vezes ao dia, com execução de testes automatizados para garantir que a integração não impacte negativamente nas funcionalidades existentes e em funcionamento.
• Pequenas entregas/liberações ou releases curtos: como em todos os métodos ágeis, entregar pequenas partes do software funcionando com frequência e em curto espaço de tempo.
• Feedback contínuo: buscar feedback constante dos clientes e da equipe para identificar melhorias e ajustes necessários.

Assim, mais uma vez, demonstramos que fazer uma prova dissertativa não é nada complicado quando temos consciência do que devemos enfatizar. Ainda, como nesse caso, não são as técnicas de redação que são a prioridade da correção, e sim, a menção dos termos importantes que constam no gabarito do examinador:-)

E antes que eu me esqueça!! Temos um curso completo de Gerenciamento de Projetos, PMBOK 6ª edição e 7ª Edição, com 500 questões comentadas em cada um, além de um curso TOP de Gerenciamento Ágil de Projetos  abordando o Manifesto Ágil, o framework SCRUM, a metodologia eXtreme Programming – XP e o Kanban, com muitas questões comentadas, como sempre!

Bora estudar!!

Um grande abraço!!

Professor Darlan Venturelli