Na semana passada, falei sobre o emprego dos conectivos oracionais. Elenquei aqui as principais conjunções subordinativas e coordenativas. Disse que a simples memorização dos conectivos não é suficiente; mas conhecer os grupos de conjunções levará você a acertar vários itens. Agora que você já conhece as conjunções – já sabe, por exemplo, que o “porquanto” equivale ao “porque” e o “conquanto”, ao “embora” –, falarei especificamente das orações contrastivas ou chamadas também de opositivas. Você me diz agora: “professor, deixa de nome difícil e seja objetivo”. Atenderei, então, o seu pedido. Esclareço: essas orações são as conhecidas concessivas e adversativas. Elas denotam oposição, contraste, quebra de expectativa. Você me pergunta: “qual a diferença entre as adversativas e as concessivas?” Há mais de uma diferença entre essas orações; todavia, irei explanar aqui apenas uma – e esta é a diferença necessária para que você gabarite. As orações coordenadas adversativas possuem o verbo no modo indicativo (exprime algo certo); e as orações subordinadas concessivas desenvolvidas são empregadas com o verbo no modo subjuntivo (exprime algo incerto, denota possibilidade). Agora observe os exemplos abaixo:
1) Esforçou-se, mas nada conseguiu. (A forma verbal “conseguiu” está no indicativo)
2) Embora se tenha esforçado, nada conseguiu. (A forma verbal “tenha” está no subjuntivo)
Julgue o item a seguir:
Os primeiros vestígios de atividade contábil foram encontrados na Mesopotâmia, por volta de 4.000 a.C. Inicialmente, eram utilizadas fichas de barro para representar a circulação de bens, logo substituídas por tábuas gravadas com a escrita cuneiforme. Portanto, os registros contábeis não só antecederam o aparecimento da escrita como subsidiaram seu surgimento e sua evolução. Embora a fiscalização de contas conste de registros mais antigos, prática já exercida por escribas egípcios durante o reinado do faraó Menés I, foi na Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas, formado por dez tesoureiros, guardiões da administração pública.
(CESPE/TCE/RN/2015)
O emprego do modo subjuntivo na forma verbal “conste” (linha 5) depende sintaticamente da presença da conjunção “Embora” (linha 5).
Comentário:
Este item está correto. Como eu disse acima, as orações subordinadas concessivas desenvolvidas exigem o verbo no modo subjuntivo. Lembre-se: orações desenvolvidas são aquelas empregadas com conjunções. Dessa forma, o modo verbal neste caso é exigência da conjunção subordinativa “Embora”. Importante! Celso Cunha e Lindley Cintra assinalam: “Nas orações subordinadas adverbiais, o subjuntivo – em geral – não tem valor próprio. É um mero instrumento sintático de emprego regulado por certas conjunções”.
Bons estudos!
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Claiton Natal – Bacharel e licenciado em Língua Portuguesa, é conhecido principalmente por ser especialista em provas para concursos públicos. Já lecionou em escolas, cursos pré-vestibulares e faculdades. Atualmente, atua em preparatórios para concursos públicos e ministra cursos e palestras em empresas, órgãos públicos e faculdades.
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