Saiba mais sobre o Tribunal do Júri e dicas para oratória

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Tribunal do júriPlinio Christoforo

O advogado que pretende atuar no Tribunal do Júri deve procurar conhecer, pelo menos, algumas noções básicas de oratória (ou discurso) forense, que se divide em cinco partes: exórdio, narrativa, prova, refutação e peroração.
Quando o caso permite este advogado costuma acrescentar uma sétima parte (antes da narrativa), salientando qualidades do réu e defeitos da vítima.
Quem quiser convencer os jurados da tese que defende, tem que prender a atenção deles durante todo o tempo em que fizer uso da palavra. Quando os jurados deixam de prestar atenção significa (em oratória forense) que o advogado “deixou cair à defesa”.
O advogado, quando estiver fazendo uso da palavra, não deve ficar estático e nem muito próximo dos jurados: a sua movimentação no plenário do Tribunal e os gestos (sem exageros) são fundamentais para prender a atenção deles; a proximidade excessiva, além de acabar irritando os mais próximos, impede que o advogado olhe para todos os jurados.
Quem fala muito rápido e num só tom de voz, está cometendo “vício de oratória”. E, isso porque exige maior esforço mental dos jurados para captar as palavras do orador. Depois de 15 ou 20 minutos, cansados, os jurados deixam de prestar atenção. O correto é falar em tons de voz alternados (altos e baixos) e, em velocidade normal.
O exemplo e a verossimilhança são recursos muito importantes, tanto no discurso forense como no deliberativo. Quem contraria a lógica comete a mais grave falta, que em oratória denomina-se “petição de principio”. A cultura geral (que não se adquire do dia para a noite) também é de fundamental importância para que se tenha sucesso, tanto no discurso forense como no deliberativo.
O uso do microfone faz com que a voz perca o calor humano. Sem dúvida, um mau negócio para quem quiser emocionar os jurados. Deve usá-lo apenas quem fala muito baixo.
Quem se deixa dominar pela emoção ou pelo nervosismo, não consegue raciocinar com rapidez na hora de responder aos apartes do Promotor (principalmente na tréplica). O segredo para manter-se intimamente calmo é apresentar-se bem preparado, conhecendo cada vírgula do processo.
A negativa em conceder apartes é demonstração de fraqueza. Antes de conceder o aparte o advogado deve marcar bem onde parou, para depois não se perder. Agora, quando o advogado percebe que o Promotor está solicitando apartes apenas para atrapalhá-lo, deve responder o seguinte: “Se V. Exa. tiver paciência eu chego lá” (e continuar falando).
A inteligência dos jurados jamais deve ser subestimada (não relate a eles aquilo que você não aceitaria como verdade).
Os jurados observam tudo o que acontece no plenário do Tribunal. Por esse motivo é importante, tanto a postura do réu como a do advogado (feição do rosto, maneira de sentar-se, de andar, etc.). A combatividade é uma qualidade positiva, desde que não sejam usados termos chulos.
O advogado deve tirar cópia xérox das principais peças do processo. Dessa maneira, muitas vezes, se pode reduzir um processo de 280 (duzentos e oitenta) páginas, para apenas 80 (oitenta). Essa providência facilita o estudo dos autos, como também facilita o seu manuseio por ocasião da sessão do Tribunal do Júri.
Os jurados (pessoas inteligentes) percebem quando há casos que, em virtude da complexidade do processo, torna-se “necessário” que uma sessão se prolongue por dois ou mais dias. Da mesma forma, os jurados também percebem quando o advogado emprega o estratagema de prolongar a sessão (arrolando testemunhas desnecessárias, mandando ler todo o processo, etc.), na esperança de que, cansados, eles se atrapalhem por ocasião da votação dos quesitos; neste caso, o estratagema usado pelo advogado passa a ser uma confissão implícita da culpabilidade do réu. (um tiro que costuma sair pela culatra).
O cliente (réu), na maioria das vezes, por ser pessoa muito simples ou pelo nervosismo, deixa de relatar ao advogado, detalhes importantes para a sua defesa. Por esse motivo, é aconselhável que toda vez que o advogado conversar com seu cliente (réu), deve solicitar a ele que conte novamente como ocorreram os fatos.
Este advogado, (33 anos de profissão) na época em que cursava a Faculdade de Direito (PUCC), costumava ir a São Paulo assistir sessões do Tribunal do Júri, que naquela época se localizava no térreo do Tribunal de Justiça. Ali presenciei a atuação de grandes advogados. O mais brilhante foi o saudoso Dr. Raimundo Pascoal Barbosa (homem simples), que no exórdio já conquistava a simpatia dos jurados e, muitas vezes, ao final conseguia convencer da sua tese até o Promotor de Justiça.
 
Fonte: https://oabcampinas.org.br/ 
 
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