Executar a preparação de forma reservada e sigilosa ou não ocultar e divulgar o envolvimento no presente projeto?
Alguns candidatos ao Exame de Ordem não fazem qualquer questão de omitir que estão envolvidos nesta empreitada.
Inclusive, na realidade, estes fazem até questão de divulgar nos círculos familiares e de amizade. Já outros fazem de tudo para que não se saiba que estão na trajetória de preparação. E tais atitudes podem ser adotadas de forma refletida e avaliada ou não.
O objetivo do presente texto consiste exatamente na abordagem deste assunto, o qual pode não ser considerado por muitos, mas tem grande importância e significativas repercussões.
Para começar a reflexão, vamos às possibilidades e variáveis envolvidas, em termos de vantagens e desvantagens.
Divulgar ou não ocultar o fato de estar se preparando para a OAB pode ter uma série de motivos, os quais podem ser considerados de forma consciente ou não.
Tal atitude pode ser adotada de modo a prestar uma satisfação às pessoas à volta do candidato, no sentido de mostrar que está comprometido, envolvido e envidando esforços em busca de determinado objetivo.
Para aqueles que estão exclusivamente se dedicando ao Exame de Ordem, por vezes se trata de uma atitude necessária e natural, inclusive no sentido de prestar contas, diante da falta de ocupação de natureza tipicamente profissional.
Outro motivo considerado consiste na busca de estímulos externos e incentivos. Não se pode negar que manifestações de apoio, sendo sinceras, incentivadoras e positivas, são relevantes. Podem redundar inclusive num elemento motivacional.
Outra possibilidade, nem sempre assumida, seria um tipo de exercício de ostentação, como se fosse uma vantagem, por vezes associada à atitude de se colocar como se já tivesse passado.
Traduzindo, existem candidatos à OAB que revelam a condição de candidato, como se já fossem advogados e promovendo tal manifestação em tom de ostentação, isto é, o candidato diz “estou fazendo prova para a OAB…”, mas querendo dizer “serei advogado…”. E para piorar, por vezes tal colocação vem com uma dose de arrogância, soberba e exercício de vaidade intelectual. Já vimos muito isto.
Portanto, existem motivos mais ou menos louváveis que levam à atitude de não ocultar o envolvimento na preparação para o Exame de Ordem!
Já quanto à atitude de ocultar, o primeiro fator relevante consiste em evitar as cobranças externas. Pensando na lógica da psicologia do comportamento, baseada na noção de estímulo/resposta, não temos dúvida de que o fato ou a possibilidade do fato de ser cobrado quanto a resultados se traduz em verdadeiro estímulo negativo.
Faça um exercício de imaginação e tente comparar uma situação na qual você entra no local de provas sabendo que há um exército de parentes e amigos irão lhe perguntar como foi ou consultar na internet o resultado do Exame de Ordem. Já na outra situação, não há absolutamente ninguém que sabe que você esta fazendo prova. Inclusive, para incrementar ainda mais o cenário, imagine que você está fazendo prova numa cidade que não é a sua e não há ninguém que lhe conhece, sendo que seus amigos e parentes imaginam que você fez uma viagem a lazer.
Em qual das duas situações se sentirá melhor, inclusive para fazer a prova, bem como na conferência do gabarito? Na primeira ou na segunda?
Conceitualmente, refletindo sobre o primeiro cenário, no qual várias pessoas próximas, em relação às quais se atribui relevância às opiniões, as quais estão a cobrar ou aguardar resultados, há um estímulo potencialmente negativo, correspondente à cobrança, que se traduz em pressão e expectativas.
Se o resultado da prova da OAB não for a aprovação, o fato desta quantidade expressiva de pessoas terem conhecimento tende a potencializar ainda mais a negatividade do estímulo.
Talvez possa ser mensurado multiplicando pela quantidade de pessoas. E acrescente a esta equação, como uma variável de ponderação para aumentar o resultado, a importância que damos à opinião destas pessoas, o que inclusive tem relação com a lógica da imagem que procuramos manter e construir perante as mesmas.
Considerando tais premissas, ou seja, a possibilidade do resultado frustrante agregado à potencialização negativa, o tema relacionado a qual atitude tomar, em termos de divulgação ou ocultação da condição de candidato ao Exame de Ordem, não pode ser tratado de forma neutra. Inclusive pela real possibilidade de que a divulgação gere um desnecessário fator de dificuldade e de geração de desconforto no momento da prova.
Além disto, existem estudos da área da psicologia que mostram que divulgar metas pode ser muito perigoso e prejudicial, por gerar uma sensação de reconhecimento de terceiros. E isto, inconscientemente, pode dar um recado ao nosso cérebro no sentido de que o que deveria ser feito já teria sido feito e, com isto, acabamos por minar nossa disposição.
Assim, revelar às pessoas que está estudando para a OAB gera um preço. A questão é qual o seu tamanho, o que pode variar, objetivamente, conforme as circunstâncias, bem como, subjetivamente, diante da estrutura psicológica e emocional do candidato.
E tudo isto precisa ser avaliado, considerado, mensurado e calculado.
De qualquer forma, o fato de dividir com alguns candidatos o envolvimento na preparação para a OAB não significa ter que divulgar e tornar público isto entre os amigos e familiares.
E tais avaliações também passam pela forma de encarar e compreender o processo de preparação para o Exame.
Há grande importância de trabalhar a forma de encarar a preparação para o Exame de Ordem, procurando dar leveza ao presente contexto.
Muitos candidatos adotam posturas e atitudes que acabam por gerar um peso maior e uma carga emocional desnecessária ao contexto do certame da OAB. As conversas e atitudes nas rodinhas que se formam nos finais de prova refletem o que queremos dizer. Não faltam pessoas que estão muito mais interessas em saber no que erramos, exaltando tal situação, do que, efetivamente, buscar as respostas e entender a prova.
Trata-se do famigerado “candidato espírito de porco” – com todo respeito aos porcos, pobres animaizinhos que não contam com um pingo de maldade.
Mas concluindo, avalie com muito cuidado e seriedade a atitude mais adequada. Avalie os custos e benefícios dos caminhos da discrição ou da divulgação. E assim, tome uma decisão eficiente, a qual lhe faça sentir bem e traga resultados.
No mais, sempre há o velho e bom jargão que nunca falha: “O segredo é a alma do negócio!”
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