Olá, pessoal! Sou o coach Diego Souza e venho aqui contar um pouco da minha vida no concorrido mundo dos concursos públicos.
Minha trajetória nessa empreitada começou no início do século XXI, quando resolvi prestar vestibular para Biologia na Universidade de Brasília. Alguns ansiosos já devem estar pensando que vestibular não vale. Ora, por que não?
Na época, Biologia estava entre os 8 cursos mais concorridos. Foi nesse período que comecei a descobrir que não bastava tirar nota boa e passar de ano, tinha que ser melhor que os meus concorrentes.
Na inocência de todo começo e sem muita orientação e estratégia, mas com muita vontade, obtive êxito e até hoje me emociono ao lembrar de ligar para minha mãe gritando: Passeeei!
Durante a graduação, não pensava em área pública. Já no segundo semestre, consegui um estágio superconcorrido no laboratório de Biologia Molecular e estava superfeliz desenvolvendo um projeto cujo objetivo era clonar e expressar a principal proteína formadora de tecido ósseo. Enfim, melhor não detalhar muito, já que não é o foco.
Porém, chegam momentos da vida em que você precisa tomar decisões. O meu foi quando, prestes a formar, com um mestrado já bem engajado, resolvi abandonar tudo e ir ao mundo dos concursos.
Sorte na vida quem tem pessoas próximas que te orientam e te ajudam na estratégia da sua vida. Na época, não existia o Coach. Porém, a decisão de abandonar tudo por algo novo e incompreendido valeu cada esforço.
E foi aí que eu comecei; me formei em Biologia em junho de 2006, sentei com meus pais e falei tudo o que queria. Eles me apoiaram e deram todo suporte para só estudar, coisa que por si só já é motivação e dedicação.
Contudo, peguei uma época de vacas magras, não tinha concurso à vista e meu foco era perito criminal da PF ou PCDF. Entrei em um cursinho de matérias básicas e, novamente, sem muita técnica ou estratégia, comecei os estudos. Após 7 meses estudando as matérias mais gerais, saiu o edital para Analista Pericial do MPU.
E não deu outra, caí dentro! Botei na cabeça que Biologia eu sabia e foquei em direito, português, informática e legislação específica. Porém, pequei em não analisar o edital, escolhi a cidade mais concorrida, Brasília, e, por ser muito cru, paguei o preço! Fui aprovado em 30º lugar, sendo que passava em primeiro em vários outros Estados menos concorridos. Foi mais um aprendizado, e vida que segue, porque não acredito em derrotas. Na vida, ou você tem sucesso, ou tem aprendizado.
Continuei na luta, terminei o cursinho básico e foquei em um específico para perito criminal da PCDF, que na época era uma prova unificada de todas as matérias específicas. Assim, lá fui eu estudar contabilidade, física, geologia, farmácia, física, dentre outras.
Um pouco mais esperto e novamente motivado, estudava “o dia todo” (leiam o artigo “É importante registrar o tempo estudado?”). E, apesar de me enganar achando que estudava o dia todo, eu até que ia bem no rendimento das aulas e nos exercícios de fixação, tanto que era considerado pelos professores um forte candidato.
Fui para a prova confiante, mas com muitos vícios e erros que, mais uma vez, passaram despercebidos, em especial não fazer revisão de material. Resultado: a prova foi extremamente difícil, e quem atingiu 33 pontos, o mínimo para não ser desclassificado, passou e, se não fosse eliminado em outras fases, seria chamado. Eu fiz 32,25 pontos, me faltou uma questão na parte específica ou 2 na parte geral. Mais um aprendizado!
Ah, quase me esqueço que, antes da prova de perito, prestei concurso para o cargo de técnico judiciário do TJDFT, especialidade Segurança Judiciário. Neste concurso, fui de franco atirador – sabia algumas matérias e, dois dias antes da prova, li tudo que era resumo que consegui sobre a legislação interna do tribunal. Fui classificado, e bem! Passei na prova objetiva, mas, apesar de estar estudando para perito criminal, que teria teste físico, não treinava corretamente para o TAF. Resultado? Reprovei na prova física, não entrarei em detalhes, pois quero que leia o artigo “A importância de treinar para o TAF”.
Após tantas batidas na trave, mas sem sucesso efetivo em nenhum concurso, eu só podia tomar duas decisões: desistir de concurso e viver na eterna frustração de não ter alcançado o objetivo, vivendo de desculpas; ou continuar tentando, mas agora com um pouco mais de estratégia.
Então fui à luta e voltei a estudar genericamente para cargos policiais. Foi quando o concurso da Polícia Rodoviária Federal, que havia sido suspenso em dezembro de 2007, foi reaberto em junho de 2008 e com possibilidade de novas inscrições. Era um concurso regional com poucas vagas e somente para dois Estados.
E lá estava eu estudando com foco de novo. Entrei em um curso relâmpago, pois a prova já seria em setembro. Agora, tinha várias coisas para corrigir. Comecei a contar meu tempo de estudo real, não ia para as aulas que já dominava; nesse período, montava materiais de revisão e fazia muitos exercícios e estudei muito legislação de trânsito.
Dessa vez, não deu para ninguém da turma do meu cursinho, somente eu fui aprovado na prova objetiva. Lembro que muitos ficaram com raiva do professor, pois ele somente focou no Código de Trânsito, deixando de lado as resoluções do CONTRAN, erro que não cometi, pois estudei todas as resoluções à parte. Até hoje tenho amigos que, quando me encontram, lembram desse detalhe e se arrependem de não terem me escutado.
Porém, concurso para cargos policiais é sempre uma novela, são muitas fases, e é literalmente a lei da selva. Você tem que sobreviver! E, para todas as fases, agora eu estava preparado. O TAF, tirei de letra. Muitos reprovaram na natação, corrida e barra, bom para mim, que, na prova objetiva, estava em 224º lugar e, após todas as etapas, fui nomeado em 168º. Ufa, o concurso era de somente 194 vagas.
De 2009 até 2012, rodei o Brasil, morei em 12 cidades diferentes e foi nessa época que me apaixonei pelo que fazia. Cuidado se você pensa em fazer o concurso da PRF para depois tentar outro cargo, ela é apaixonante. Saindo o edital do concurso previsto para esse ano, eu falo mais sobre isso. Essa época foi a que menos vivi o mundo dos concursos, mas sempre estava auxiliando um primo, um amigo, montando estratégias. Tudo muito rudimentar, não dispunha do leque de técnicas hoje existente.
Já de volta a Brasília, no ano de 2016, conversando sobre concursos com um grande primo e sobre o fato de vermos a vida como um jogo de xadrez, comentei ter saído o edital de perito criminal da PCDF novamente, mas agora as provas eram específicas e, se eu tentasse reaver esse sonho antigo, seria mais fácil.
Nisso, como quase um momento de loucura, resolvi cair nos estudos novamente, com a motivação nas alturas, pois, se o corpo não aguenta, é a moral que sustenta! E meu primo, já profissional como coach, resolveu me ajudar.
Eu tinha como fatores negativos o pouco tempo de preparação e o fato de não estudar biologia fortemente há uns quase 8 anos, porém com uma base forte de UnB. Já como pontos fortes, eu tinha determinação, motivação e o principal: estratégia.
Foram dois meses e meio intensos, nos quais toda estratégia montada pelo meu coach foi importantíssima. Controlei meus horários de estudos, fiz revisão, muitos exercícios e simulados.
Já adianto que não fui chamado, porém não fui mais adiante nas etapas por desorganização da banca, pois várias salas não contabilizaram o atraso do início da prova, inclusive a minha, e, quando o fiscal informou que faltavam 15 minutos do término, parei tudo e marquei o cartão, não terminando 8 questões de matemática. Porém, na verdade, faltavam 60 minutos.
Isso não aconteceu só comigo, fizemos recursos e pedimos anulação do concurso, mas, por motivos que desconheço, isso não aconteceu. Nesse concurso, passei na primeira fase, fique 168º lugar, apesar de todos os problemas descritos acima.
E é nessas horas que a vida dá um reviravolta na gente. Não passei no concurso de perito, porém meu lado profissional na PRF cresceu muito e também passei a me dedicar nessa arte de treinar pessoas para concursos. Estudei muito as técnicas, me assessorei com pessoas dessa área e fui me aperfeiçoando, treinando pessoas que hoje já realizaram seu sonho e outras que ainda o buscam.
Hoje vejo que os concursos públicos sempre estiveram e sempre estarão presentes na minha vida, pois continuo sendo um concurseiro, mas agora não pretendo prestar mais nenhuma prova. A minha dedicação e motivação é treinar você, que está lendo este artigo em busca do sonho de ser aprovado e chamado em um cargo público.
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Diego Souza – Aprovado em 5 concursos. Graduado pela Universidade de Brasília em Biologia (bacharel e licenciatura). Policial Rodoviário Federal: Cargo atual, aprovado na primeira turma, classificação final 168º lugar. Núcleo de Gerenciamento Logístico e Apoio Operacional. Trabalho na Sede do Departamento de Polícia Rodoviária Federal
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