O recomeço

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Como buscar forças após uma reprovação dolorida, que aconteceu por meio ponto, um ponto, dois pontos? Como superar a tristeza de ter um sonho desconstruído e não conseguir atingir um objetivo mesmo depois de uma preparação de anos, que exigiu muito  esforço, suor e até lágrimas? Esse texto tem o objetivo de te ajudar a entender algumas frustrações da vida de concurseiro, e a lidar com elas, e a aprender a se reinventar, a renascer, como uma fênix, após toda a decepção de uma reprovação.

Muito mais comum do que se imagina, a reprovação em concursos públicos, infelizmente, é a regra para a grande maioria dos candidatos. Há concursos com cem vagas e mais de 10 mil inscritos. Quantos não ficam próximos da aprovação, às vezes por um item, mas são eliminados e têm de buscar ânimo para recomeçar? Recomeçar talvez não seja a palavra mais adequada, pois o importante para se obter êxito no certame e ser aprovado é manter a constância nos estudos. “Ah, professor, mas é fácil falar isso, você já é concursado.” Sim, caro leitor, mas há muito pouco tempo, eu estava na mesma situação que a sua, com diversas reprovações, desânimo, procrastinando. Mas percebi que essas atitudes estavam me fazendo ter o mesmo resultado, qual seja, a reprovação.

Para entender na prática o que quero de você após a leitura desse texto, apresento dois casos que ocorreram comigo. Em 2010, eu trabalhava em um grande escritório de advocacia, todavia, após uma demissão anterior, motivada pela crise econômica de 2008, retomei meus estudos e tinha como foco o concurso para o cargo de Analista do Ministério Público da União. Juntamente com um colega, iniciamos nossa preparação com a realização de exercícios. Fazíamos muitos exercícios por dia e debatíamos as respostas. No dia da prova, fiz uma excelente pontuação na prova objetiva, porém, quando da resolução da questão subjetiva, senti que não estava com muito conteúdo aprofundado para responder. Resultado: reprovei por 0,5 pontos na questão, mesmo com uma nota para ser aprovado na prova objetiva.

Nesse cenário eu teria duas opções: 1) lamentar pela derrota por tão pouco, reclamar, buscar um culpado e procrastinar meus estudos; ou 2) ter aquele resultado como um incentivo, afinal, tinha estudado por cerca de dois meses para prova e já tinha um resultado bastante bom. Optei pelo segundo caminho, contudo não percebi o erro da minha estratégia de estudo, uma vez que continuei a estudar apenas por exercícios para o próximo concurso que apareceu, qual seja, para o cargo de Analista Judiciário do Superior Tribunal Militar.

Nesse ponto, faço uma reflexão sobre a falta que um mentor fez na minha trajetória, pois, certamente, ele iria observar que meu resultado foi bom, mas eu que eu precisava aprimorar aquilo que me faltou na prova anterior – profundidade de conhecimento, com o estudo de jurisprudência e doutrina.

Retomando: continuei meu método de estudo apenas por questões e, novamente, reprovação por menos de um ponto na prova discursiva. Nesse momento, eu acabei optando pela primeira opção mencionada antes: reclamei, procrastinei, não entendi o que estava errado, não considerei a falta que um mentor fez nesse caminho. As frustrações me fizeram tomar uma má decisão. Parei de estudar por cerca de um ano.

Essa má escolha que fiz, caro leitor, é o que eu não quero que você faça. Diversos concursos tiveram edital publicado e eu entreguei os pontos, pois pensava: “concurso público não é pra mim.”

Já em 2013, coloquei em prática um projeto recém-surgido: vou me tornar Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal. Lembro que, nesse dia, ao organizar os materiais para recomeçar todo o projeto, vi que as inscrições para o concurso de Escrivão da PCDF estavam abertas. Para se ter ideia, era por volta das 23h e o tempo limite para se inscrever era às 23h59 daquele mesmo dia. Sem pensar muito, fiz minha inscrição. Ao conversar com alguns amigos, um deles me emprestou um material que tinha e que era voltado para o concurso. Daquele dia em diante, não parei de estudar para a prova. Logo em seguida, também foi lançado o concurso para agente de polícia da PCDF. Trabalhando oito horas por dia de segunda a sexta-feira, casado e pai de uma filha, de quatro anos, precisei readaptar toda a minha rotina e passei a estudar no período noturno.

Mesmo sem ter um mentor naquela época – o que me custou tempo –, consegui refletir sobre os erros que cometi nos concursos anteriores e passei a estudar por resumos, além de fazer muitos exercícios. O resultado foi positivo, em ambos os concursos. Em 1º de julho de 2014, tomei posse como Escrivão de Polícia. Veja, caro leitor, após quatro anos, tive êxito na aprovação no concurso que ainda não era meu foco principal, mas que me deixou confiante para seguir o caminho.

Após seis meses da minha posse, foi publicado o edital do concurso de Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, exatamente no dia 31 de dezembro de 2014. Estava viajando, mas, a partir daquele momento, meu foco ficou totalmente voltado ao concurso dos meus sonhos. Muito tempo de estudo, muitas questões feitas e, após diversas fases, fui nomeado no dia 25 de maio de 2017.

O mais incrível de tudo isso é que, após minha aprovação no concurso e depois de alguns meses de trabalho como Delegado de Polícia, eu sentia um vazio. Parecia que faltava algo em minha rotina. Após algumas reflexões, percebei que aquele vazio era fruto da alteração da minha rotina, já que não precisava mais estudar para concurso público. Por mais contraditório que isso possa parecer para você agora, essa tarefa que hoje você, muitas vezes, enxerga como um fardo pesado demais para carregar pode fazer falta daqui a alguns anos. Mas, quando e se esse momento chegar, você poderá suprir esse espaço com outra atividade que entenda ser mais prazerosa.

Encurtei a história nesse ponto, pois o que é importante compreender nessa jornada de estudos, com muitos fracassos, é que basta uma aprovação para você ser um vencedor. Basta permanecer firme no propósito, manter a disciplina, viver um dia de cada vez, para que a tão sonhada nomeação chegue.

Muitas vezes é difícil conciliar o trabalho, a família, os estudos, o lazer e até mesmo o ócio, mas, ao iniciar um projeto, mesmo nos dias difíceis, se dedique: faça duas questões, veja uma videoaula, leia algo relacionado ao concurso que você deseja. A constância faz toda diferença e, com o tempo, você não “sofrerá” quando tiver de estudar.

Para que você consiga acelerar esse processo e manter a constância, o time de GranXperts do Gran Cursos Online pode te auxiliar a entender as razões das reprovações anteriores e ajudar você a trilhar o caminho da aprovação em menor tempo.

 


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