Segurança do Paciente: tema da moda nos concursos de enfermagem

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Daughter holding her mother hand in hospitalA segurança do paciente é tema importante na prática clínica da equipe de enfermagem e tema da moda em provas de concursos. Com este artigo, vamos apresentar o resumo dos aspectos mais relevantes para sua prova.

Primeiro, vamos resumir as principais normas e publicações referente a esse tema:

  • Portaria GM/MS n. 529, de 1 de abril de 2013 à Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP);
  • RDC ANVISA n. 36 à Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde;
  • Portarias GM/ MS 1377 à Institui os Protocolos de Cirurgia Segura, Prática de Higiene das mãos e Úlcera por Pressão
  • Manual do COREN-SP à Detalha os 10 passos da segurança ao paciente e a assistência de enfermagem.

Todas essas normas devem ser estudadas e detalhadas, garantindo que todo esse assunto seja “cercado” para sua prova. Desses, o manual do COREN-SP é o mais importante, visto que tem sido utilizado em vários enunciados de questões de prova.

Vamos descrever um resumo dos 10 passos para a segurança do paciente, segundo o Manual do COREN-SP.

  1. Identificação do paciente

O processo de identificação deve assegurar que o cuidado seja prestado à pessoa para a qual se destina, e tenha a finalidade de reduzir a ocorrência de incidentes. Falhas na identificação do paciente podem resultar em erros de medicação, erros durante a transfusão de hemocomponentes, em testes diagnósticos, procedimentos realizados em pacientes errados e/ou em locais errados, entrega de bebês às famílias erradas.

Para assegurar que o paciente seja corretamente identificado, todos os profissionais devem participar ativamente do processo de identificação, da admissão, da transferência ou recebimento de pacientes de outra unidade ou instituição, antes do início dos cuidados, de qualquer tratamento ou procedimento e da administração de medicamentos e soluções.

O manual nos mostra dicas para garantir a identificação do paciente. Vamos esquematizar:

  1. Identificação correta de pacientes antes da realização de exames, procedimentos cirúrgicos, administração de medicamentos / hemocomponentes e realização de cuidados.
  2. Incentive o uso de pelo menos dois identificadores (exemplo: nome e data de nascimento) para confirmar a identidade de um paciente na admissão, transferência para outro hospital e antes da prestação de cuidados. Em pediatria também é indicada a utilização do nome da mãe da criança.
  3. Padronize a identificação do paciente na instituição de saúde, como os dados a serem preenchidos, o membro de posicionamento da pulseira ou de colocação da etiqueta de identificação, uso de cores para identificação de riscos, placas do leito.
  1. Cuidado limpo e cuidado seguro – higienização das mãos

Traz informações sobre a instituição e promoção da higiene das mãos nos serviços de saúde do país. Seu intuito é prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras), visando a segurança do paciente, dos profissionais de saúde e de todos aqueles envolvidos nos cuidados aos pacientes.

Essa temática é fundamental para as provas de concursos, pois a higienização das mãos é muito abordada nas provas. Vamos resumir os pontos de atenção com relação a essa temática:

  1. Lave as mãos com água e sabão quando visivelmente sujas, contaminadas com sangue ou outros fluidos corporais;
  2. Use preferencialmente produtos para higienização das mãos à base de álcool, para antissepsia rotineira, se as mãos não estiverem visivelmente sujas;
  3. Lave as mãos com água e sabão, com antisséptico ou as higienize com uma formulação alcoólica antes e após a realização de procedimentos;
  4. Nunca use, simultaneamente, produtos à base de álcool com sabão antisséptico;
  5. O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos;
  6. Na ausência de pia com água e sabão, utilize solução à base de álcool;
  7. Encoraje os pacientes e suas famílias a solicitarem que os profissionais higienizem as mãos;
  8. Estimule os familiares e visitantes a higienizarem suas mãos, antes e após o contato com o paciente.
  1. Cateteres e sondas – conexões corretas

A administração de fármacos e soluções por cateteres, sondas e seringas é prática de enfermagem comum, que pode ser desenvolvida em ambientes de atendimento à saúde.

A infusão de soluções em vias erradas – como, por exemplo, soluções que deveriam ser administradas em sondas enterais serem realizadas em cateteres intravenosos, devido à possibilidade de conexão errada – é um evento frequente, porém pouco documentado, que pode causar graves consequências e até a morte do paciente.

Vamos detalhar as medidas sugeridas:

  1. Oriente os pacientes e familiares a não manusear os dispositivos, não devendo realizar conexões ou desconexões, e que sempre solicitem a presença do profissional de enfermagem;
  2. Identifique cateteres arteriais, venosos, peridurais e intratecais com cores diferentes para garantir o manuseio seguro;
  3. Evite a utilização de injetores laterais nos sistemas arteriais, venosos, peridurais e intratecais;
  4. Realize a higienização das mãos antes de manipular os sistemas de infusão;
  5. Realize a desinfecção das conexões de cateteres com solução antisséptica alcoólica e gaze, por três vezes com movimentos circulares, antes de desconectar os sistemas.
  1. Cirurgia segura

Atenção especial deve ser dada e esse aspecto, por ser o mais incidente nas provas.

Indicação de medidas a serem implantadas para reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos, e a mortalidade cirúrgica, possibilitando o aumento da segurança na realização de procedimentos cirúrgicos no local correto e no paciente correto, por meio do uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura, desenvolvida pela OMS.

Esse passo apresenta medidas para tornar o procedimento cirúrgico mais seguro e ajudar a equipe de saúde a reduzir a possibilidade de ocorrência de danos ao paciente, promovendo a realização do procedimento certo, no local e paciente corretos.

A utilização de uma ou de várias listas de verificação (checklist) traz inúmeras vantagens. Os serviços devem elaborar suas listas específicas, dependendo da complexidade dos procedimentos que são realizados.

É importante fazer a conferência dos tópicos, indicados no manual, nos 3 momentos preconizados: antes da anestesia, antes da incisão cirúrgica e antes do paciente sair da sala de operação.

  1. Sangue e hemocomponentes – administração segura

Erros na administração de sangue total e hemocomponentes comprometem a segurança do paciente. Seguem algumas medidas importantes antes da administração de sangue e hemocomponentes:

  1. Confirme a identificação do paciente na pulseira, na prescrição médica e no rótulo do hemocomponente antes da sua administração. Essa verificação deverá ocorrer DUAS vezes antes de iniciar a infusão;
  2. Administre sangue total ou hemocomponentes provenientes de bancos de sangue qualificados, que realizam testes de identificação de doenças transmitidas pelo sangue (HIV, hepatite, sífilis) e mantêm controle de qualidade dos seus produtos quanto à coleta, análise, preparo, armazenamento e transporte;
  3. Mantenha o sangue e alguns componentes por no máximo 30 minutos em temperatura ambiente antes de iniciar a infusão, ou de acordo com o protocolo institucional.
  1. Paciente envolvido com sua própria segurança

O paciente pode e deve contribuir para a qualidade dos cuidados à sua saúde, fornecendo informações importantes a respeito de si mesmo e interagindo com os profissionais da saúde. Ele deve ser estimulado a participar da assistência prestada e encorajado a fazer questionamentos, uma vez que é ele quem tem o conhecimento de seu histórico de saúde, da progressão de sua doença e dos sintomas e experiências com os tratamentos aos quais já foi submetido.

  1. Comunicação efetiva

A comunicação é um processo recíproco, uma força dinâmica capaz de interferir nas relações, facilitar e promover o desenvolvimento e o amadurecimento das pessoas, e influenciar comportamentos. Existem diversas formas de comunicação, como verbal, não verbal, escrita, telefônica, eletrônica, entre outras, sendo fundamental que ocorra de forma adequada, permitindo o entendimento entre as pessoas.

O paciente recebe cuidados de diversos profissionais e em diferentes locais, o que torna imprescindível a comunicação eficaz entre os envolvidos no processo. Atenção especial deve ser dada nas passagens de plantões e também nos registros e anotações da equipe de saúde.

  1. Prevenção de queda

A queda pode ser definida como a situação na qual o paciente, não intencionalmente, vai ao chão ou a algum plano mais baixo em relação à sua posição inicial. A avaliação periódica dos riscos que cada paciente apresenta para ocorrência de queda orienta os profissionais a desenvolverem estratégias para sua prevenção.

Vamos esquematizar algumas medidas para prevenção de quedas:

  1. Identifique os pacientes de risco com a utilização de pulseiras de alerta;
  2. Oriente os profissionais e familiares a manterem as grades da cama elevadas;
  3. Oriente o paciente e o acompanhante a solicitarem ao profissional auxílio para a saída do leito ou poltrona;
  4. Oriente o acompanhante a não dormir com criança no colo;
  5. Oriente o acompanhante a avisar à equipe sempre que for se ausentar do quarto;
  6. Disponibilize equipamentos de auxílio à marcha, quando necessário.
  1. Prevenção de lesão por pressão

Visa prevenir a ocorrência dessa e de outras lesões da pele, visto que é uma das consequências mais comuns da longa permanência em hospitais. Sua incidência aumenta, proporcionalmente, a combinação de fatores de riscos, entre eles idade avançada e restrição ao leito.

Algumas medidas reduzem esse risco, como:

  1. Avaliação do risco do paciente para desenvolvimento de lesão por pressão na admissão em qualquer serviço de saúde. Realize reavaliações periódicas e utilize escalas específicas;
  2. Proteja a pele do paciente do excesso de umidade, ressecamento, fricção e cisalhamento;
  3. Mantenha os lençóis secos, sem vincos e sem restos alimentares.
  1. Segurança na utilização de tecnologia

A segurança na utilização da tecnologia compreende o benefício e o impacto no uso de um ou mais recursos, em prol do restabelecimento da saúde do paciente. Visa identificar soluções que têm como propósito promover melhorias específicas em áreas de maior risco na assistência à saúde, para que a tecnologia seja utilizada de maneira apropriada.

Algumas medidas são sugeridas nesse aspecto, como:

  1. Consultar o manual do fabricante de qualquer equipamento;
  2. Avaliar se o equipamento apresenta condições adequadas para o uso;
  3. Simular o funcionamento normal do aparelho, desconectar o plugue da tomada e verificar se o alarme de bateria começa a soar;
  4. Efetuar a limpeza e manutenção programada do equipamento e/ou sempre que necessário;
  5. Verificar o adequado funcionamento do equipamento.

Terminamos o resumo dos principais aspectos dentro da segurança do paciente, se deseja aprofundar essa temática, assista minha aula sobre segurança do paciente nos cursos de enfermagem do Gran Cursos Online. Queremos caminhar junto com você no seu processo de aprovação.

Fernanda Barboza – Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia e Pós-Graduada em Saúde Pública e Vigilância Sanitária. Atualmente, servidora do Tribunal Superior do Trabalho, cargo: Analista Judiciário- especialidade Enfermagem, Professora e Coach em concursos. Trabalhou 8 anos como enfermeira do Hospital Sarah. Nomeada nos seguintes concursos: 1º lugar para o Ministério da Justiça, 2º lugar no Hemocentro – DF, 1º lugar para fiscal sanitário da prefeitura de Salvador, 2º lugar no Superior Tribunal Militar (nomeada pelo TST). Além desses, foi nomeada duas vezes como enfermeira do Estado da Bahia e na SES-DF. Na área administrativa foi nomeada no CNJ, MPU, TRF 1ª região e INSS (2º lugar), dentre outras aprovações.

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