Minha trajetória nos concursos públicos

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concursos públicosEscrever este artigo, para mim, é uma grande honra, pois nunca imaginei estar aqui, do outro lado. Sempre gostei de acompanhar e ler a trajetória dos que chegaram aqui, o que me motivava muito, fazia eu pensar em quando minha vez iria chegar e me dava mais certeza de que tudo valeria a pena. E, hoje, minha vez chegou, inesperadamente, em que Deus preparou tudo de forma muito melhor do que eu poderia imaginar, pois, se tudo ocorresse conforme eu tinha planejado na minha cabeça, jamais eu estaria aqui podendo compartilhar essa trajetória de 7 anos e meio de concursos. Aqui, vou falar de forma resumida os aspectos mais importantes de tudo que aconteceu nesse período. Vem comigo, que vai valer a pena!

Tudo começou no quinto semestre da faculdade de biblioteconomia, início de 2011, em que decidi que seria o momento de começar a estudar para concursos, ter a chance de ter algo garantido ao término da graduação e começar a entender como tudo funcionava. Era o momento de eu começar a plantar. Na época, a Fundação Universidade de Brasília (FUB) abriu concurso público para bibliotecário-documentalista. Li o edital e me programei para estudar cerca de 2h diárias, nos intervalos entre as aulas e o estágio. Como comecei do zero, peguei alguns materiais com uma amiga que já estudava e comecei a ler e a resumir as principais obras da minha área, que pegava emprestadas na biblioteca da UnB, onde eu estudava, de acordo com o que estava explícito no conteúdo do edital. Fiz a prova e, no resultado final, fiquei em 56º lugar, colocação com pouquíssimas chances de nomeação em um concurso com 8 vagas para minha área, mas que me mostrou que eu podia chegar lá.

Isso me fez ficar mais motivada e continuei estudando. No entanto, não passei nos seguintes que fiz após a FUB, todos na minha área, como Instituto de Defesa do Consumidor (PROCON/DF-2011) e Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (CONFEA-2011). O concurso do Conselho Federal de Medicina (CFM-2012) veio em seguida e consegui a 7ª colocação, mas, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE-2012), o seguinte, passei em uma classificação que não tinha chances de nomeação. Então decidi começar um cursinho presencial e estudar para o Senado Federal (2012), no qual não obtive êxito, apesar de ter me dedicado intensamente durante todo o tempo livre que eu tinha e ter passado o Ano-Novo em casa, sozinha, estudando, enquanto minha família viajava, pois o edital tinha aberto às vésperas do Natal. Em seguida, veio o concurso do Superior Tribunal de Justiça (STJ-2012), no qual me classifiquei para a correção da redação no final da lista de classificação e reprovei na redação discursiva, pois não consegui tirar o mínimo previsto no edital. Além disso, também fiz concurso para o Instituto Federal de Brasília (IFB-2012), no qual não passei. Nesse período, cerca de 1 ano e meio, já comecei a sentir as dores de concurseiro, a provar o gosto amargo de cada reprovação, apesar de ter me dedicado e me esforçado com tudo que podia e estava ao meu alcance. Então decidi começar a buscar métodos de melhorar meus estudos para passar a me posicionar em boas classificações e realmente ser nomeada e empossada.

Depois do STJ (2012), a minha área ficou um pouco parada de concursos e havia muitos rumores de que o edital de soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) sairia. Então pensei “Por que não? Já tenho uma base razoável de estudos, o salário é bom, eu acho interessante o trabalho exercido e poderei continuar estudando”. Nesse período, terminei a graduação e comecei a estudar totalmente focada para a área de segurança pública, fazendo apenas 2 concursos na minha área no período da prova da PMDF, nos quais passei, mas sem chances de nomeação. Passei a buscar aperfeiçoamento, buscando entender como fazer bons resumos e mapas mentais, a fazer exercícios da banca e a pegar dicas de concurseiros e professores e colocá-las em prática. Tinha que conseguir acompanhar o ritmo de carreira policial, pois não tinha noção nenhuma de direito penal, processo penal, legislação extravagante e muitas outras disciplinas que não caíam em concursos na minha área. No final, deu tudo certo: cerca de 9 meses após minha decisão, a bibliotecária, que, aos olhos humanos, tinha pouca chances de passar e concorreu com mais de 8.000 mulheres, com dezenas de bacharéis em direito e com pessoas que estudavam há anos para carreira policial, passou dentro das vagas! Isso só me mostrou que quem passa não são os que são formados em cursos mais conceituados, os que estudam há mais tempo, os que sabem tudo da doutrina e jurisprudência, e sim aqueles que não desistem, que buscam melhorar a cada prova e levam cada decepção como aprendizado. Com isso, continuei em frente e, 3 meses após a prova da PMDF, o edital da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), para os cargos de agente e escrivão, abriu e também passei, podendo escolher qual eu queria.

Eu acredito tanto que Deus só nos coloca onde devemos estar porque estudei bem menos para a prova de agente do que para a de escrivão e, no final, fiquei melhor classificada em agente! Duas semanas antes da prova de agente acontecer, fui chamada para trabalhar na minha área, na biblioteca do Serviço Social da Indústria (SESI), e  decidi ir, pois já estava somente estudando há 1 ano e precisava começar a trabalhar para ganhar dinheiro enquanto aguardava nomeação na PMDF e no Ministério das Cidades, no qual passei em 1º lugar, estudando nos intervalos entre as provas da PMDF e da PCDF. Nessas útimas duas semanas, antes da prova de agente da PCDF, já trabalhando, eu chegava em casa tão cansada, que só conseguia dormir. Em resumo, não consegui revisar e estudar praticamente nada logo na fase decisiva, 2 semanas antes da prova. Fiz um aulão de véspera e confiei em Deus. Ao sair o resultado, passei na PCDF nos dois cargos, agente e escrivão. E, em exatamente 3 meses, ao término do contrato de experiência no SESI, fui chamada no Ministério das Cidades, em janeiro/2014, meu primeiro cargo público, que continuei até ser nomeada na PMDF e na PCDF, tendo escolhido o cargo de agente da PCDF, sendo nomeada em set./2014.

Já dentro da PCDF, decidi que não me acomodaria, pois meu objetivo sempre foi ser concursada na minha área de biblioteconomia. Ainda em 2014, antes da entrar na PCDF, abriu o edital do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) para minha área. Decidi estudar para ele, apesar do desafio que não seria fácil: trabalhar no Ministério das Cidades cumprindo minha carga horária diária; fazer as fases de soldado da PMDF, escrivão e agente da PCDF ao mesmo tempo; e ainda estudar para o TCDF. Mesmo com tudo isso, passei no TCDF, mas reprovei em uma das 3 redações, conseguindo ganhar alguns pontos no recurso que eu mesma fiz, o que me fez ficar na 7ª colocação no resultado final. Ao final da validade do TCDF, nomearam 6 pessoas, e eu, a 7ª, não. Sendo assim, fiquei fora por apenas 0,32 décimos de diferença em relação à 6ª colocada.

Enquanto estava com esperanças de ser chamada no TCDF, segui em frente, já empossada na PCDF, conciliando o trabalho com os estudos. E, em agosto/2015, passei em 2º lugar para Oficial da Força Aérea Brasileira (FAB/2013), mas, como era só 1 vaga, a primeira disse que tomaria posse e eu tinha feito para treinar, não continuei as fases.

Em setembro do mesmo ano, passei em 1º lugar na FUB (2015). Lembrei-me de que tinha ficado em 56ª no concurso de 2011. Dessa vez, além do 1º lugar, obtive quase a nota máxima na redação, o que me motivou mais ainda a manter o ritmo de estudos para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), pois a prova ocorreria em dezembro do mesmo ano.

Em dezembro/2015, a prova aconteceu e passei em 3° lugar para Analista Judiciário na minha área no TJDFT, mas apenas 1 vaga foi ofertada no edital. Esperei ser nomeada no TJDFT até abril/2018 ou até ser aproveitada em outro órgão do Poder Judiciário, possibilidade dada pelo edital, mas nenhuma delas aconteceu até o vencimento da validade do concurso. Ao invés de esperar “sentada” e reclamar da situação, que já estava se repetindo com uma certa frequência, continuei estudando e jamais teria passado no STJ/2018, em 1º lugar, se agisse de forma diferente e me deixasse levar pelo desânimo em tentar de novo.

Em julho/2016, o edital do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) abriu e e estudei 7 meses intensamente para o Curso de Habilitação de Oficiais (CHO), que ofertou 1 vaga para minha área. No dia da prova, logo pela manhã, houve rumores de cancelamento e eu já me deixei levar, indo fazer a prova um pouco triste e com psicológico abalado. No momento da prova, fiquei desesperada com as questões de inglês, que eu não sabia nenhuma e deveria acertar pelo menos 1 para me classificar ou estaria eliminada. Desse modo, no nervosismo do momento, com a falta de gerenciamento de tempo por ter perdido muitos minutos nas questões de inglês, passei 2 questões erradas para o gabarito, logo as que eu tinha certeza que tinha acertado, da parte específica, que valiam 2 pontos. O final da história? Consegui me classificar, mas perdi o 1º lugar e, ao final das fases, fiquei em 3°.

Em janeiro de 2018, o edital do STJ foi publicado. Como eu já tinha feito estágio lá, sabia como ele é um dos melhores órgãos para se trabalhar e mergulhei intensamente no projeto de passar, abri mão de curtir o carnaval, passei vários sábados à noite, domingos e feriados na biblioteca, em prol da aprovação. Nessa época, início de 2018, eu já havia comprado o pacote anual integral do Gran Cursos Online, pois já pensava nos concursos que viriam e tinha começado a estudar. Além disso, já conhecia a qualidade do material, por ter estudado por ele para o CBMDF também.

Então, fiz a prova do STJ e, no gabarito preliminar, vi que tinha ido bem, mas preferi aguardar. O resultado saiu e, para a minha surpresa, passei em 1º lugar, quase gabaritando a redação, na qual tirei 39,29 de 40 pontos! Nesse momento, veio à minha mente a reprovação na redação do concurso de 2012, passou na minha cabeça os tantos quases, as dezenas de vezes que pensei em desistir, que chorei e que clamei a Deus para me mostrar se eu estava no caminho certo. É tão incrível como Ele nos ensina a esperar o tempo dele, a fazer nossa parte e confiar, pois, no STJ/2018, uma colocada tirou mais do que eu na prova objetiva e outra ganhou vários pontos no recurso da redação discursiva, mas não passou minha pontuação total por décimos! No fim, vi que tudo se desenrolou de forma perfeita, para que realmente eu ficasse em 1º lugar.

Em decorrência disso, o Gran Cursos Online viu meu nome na lista de aprovados do STJ, em 1º lugar, e me convidou a participar da Mesa-Redonda do STJ (disponível no canal do Gran Cursos Online no YouTube – Acesse AQUI) e a dar uma entrevista por escrito (publicada no blog do Gran Cursos Online – LEIA AQUI). Minha participação na Mesa-Redonda e a entrevista tiveram uma repercussão tão boa e tantas pessoas mostraram que se identificaram com minha trajetória que tive a honra de ser recrutada para fazer parte deste projeto de coaching. É tudo tão incrível que esses dias eu estava pensando que, se todas essas coisas não tivessem acontecido comigo, que se eu tivesse sido nomeada em outros órgãos que tanto almejei e fiquei triste por não ter dado certo, eu não estaria aqui agora, compartilhando minha trajetória, minhas decepções, meus fracassos, aprendizados e podendo te ajudar a também chegar lá. Tudo me preparou para que eu realmente amadurecesse e fosse o que sou hoje. Isso tudo e mais um pouco ajudou-me a ver a força que eu tenho, a perceber que, com garra e determinação, nada é impossível e podemos conquistar tudo o que quisermos, apesar de todos os percalços e todas as dificuldades que surgem para nos abater e nos fazer desistir.

Hoje posso impactar vidas, ajudar a transformar seus sonhos em realidade, assim como aconteceu comigo. Eu sinto gratidão imensa por estar aqui e quero te dizer que pode contar comigo, pois tenho certeza de que sua vez também vai chegar. Foco, força e fé! Vá e vença!


Stephanie Moira

Aprovada em 17 (dezessete) concursos públicos federais e distritais, sendo o mais recente o 1° lugar de analista judiciário – área biblioteconomia, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Atualmente é agente de polícia da PCDF. Graduada em biblioteconomia na UnB e pós-graduada em marketing. Possui vasta experiência em concursos públicos, com aprovações em 1° lugar no Ministério das Cidades, 1° lugar na FUB, 2° lugar em oficial de carreira da FAB, 2° lugar na CAESB, 3° lugar no TJDFT, 3° no CHO/CBMDF, 7° lugar no TCDF, entre outros, grande parte em sua área de formação. Com seus métodos de estudos e estratégias de como fazer provas de concurso público, conseguiu ser aprovada especialmente em tribunais e na administração direta, inclusive na área de segurança pública, como PMDF e PCDF.

 


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