Protagonismo é a capacidade de se perceber como principal agente da própria vida. É quando você se responsabiliza pelas próprias atitudes, expressa iniciativa e autoconfiança ao resolver suas questões.
O estudante protagonista acredita que pode aprender e encontra as melhores formas de fazer isso, não apenas individualmente, mas atuando de forma colaborativa e participativa no contexto escolar.
A proposta do protagonismo estudantil permeia todo o texto da Base Nacional Comum Curricular – BNCC, aparecendo nas competências gerais e específicas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. No referido documento, a ideia de protagonismo ainda está relacionada a outros conceitos, como a educação integral e o projeto de vida dos estudantes.
A prática do protagonismo contribui para o desenvolvimento do senso de identidade, da auto-estima, do autoconhecimento, da autoconfiança, da visão de futuro, do projeto e do sentido da vida, da autodeterminação e da auto-realização.
Além disso, incentivar o protagonismo estudantil contribui para:
- Desenvolver a autonomia, a capacidade de tomar decisões e a responsabilidade dos estudantes.
- Promover o engajamento dos estudantes com os conteúdos escolares e a prática pedagógica.
- Construir o projeto de vida do estudante.
- Estimular a participação dos estudantes na esfera política, social, econômica e cultural.
- Desenvolver habilidades como autogestão, heterogestão e co-gestão.
- Lidar melhor com suas potencialidades e limitações.
- Atuar em equipe, visando a consecução de objetivos comuns.
- Fortalecer o compromisso das escolas com a formação integral dos estudantes.
Mas… se o estudante se tornar protagonista, qual será o papel do professor?
Essa é uma questão comum, e que aflige alguns educadores. Mas é preciso perceber o professor como mediador no processo de ensino e aprendizagem, que orienta e guia o estudante ao longo de sua formação básica, levando em conta a sua vivência e a sua realidade dentro e fora do ambiente escolar. O educador passa a ser um líder, um organizador, um co-criador de acontecimentos junto aos estudantes, portanto, a cooperação educador-estudante é meio e a autonomia do estudante é o fim.
Todavia, é preciso esclarecer que, a autonomia plena do estudante não é uma condição para iniciação prática no protagonismo, mas um objetivo a ser alcançado com a prática desta modalidade educativa. A proposta do protagonismo pretende modificar gradualmente a relação de dependência entre estudante e professor, que geralmente define as ações, para uma relação colaborativa.
E para que se desenvolva o protagonismo é necessário construir um novo tipo de relacionamento entre crianças ou adolescentes e adultos. O adulto deixa de ser um transmissor de conhecimentos para ser um colaborador e um parceiro do estudante na descoberta de novos conhecimentos e na ação comunitária. Também é necessário que haja uma mudança na visão do estudante, em que este possa ser visto como fonte de iniciativa, fonte de liberdade e de compromisso.
Como desenvolver o protagonismo na escola?
Para promover o protagonismo é preciso permitir que o estudante participe de todas as fases dos processos de ensino e de aprendizagem. Assim, é fundamental que ele faça parte do planejamento, da execução e da avaliação dos processos educativos. Os estudantes devem ser estimulados a tomar iniciativa dos projetos e atividades a serem desenvolvidos, ao mesmo tempo em que devem vivenciar possibilidades de escolha e de responsabilidades. E para isso é importante:
- Criar momentos e espaços para a interação entre os próprios estudantes e entre os estudantes e a comunidade.
- Promover debates e estimular a participação e a exposição de diferentes pontos de vista.
- Buscar alternativas para as aulas em formatos tradicionais
- Permitir que os estudantes tragam as suas próprias vivências para dentro da classe.
- Propor atividades e reflexões que extrapolem o espaço escolar.
- Incentivar os estudantes a levarem para a sala de aula problemas reais.
- Desenvolver habilidades como liderança, autonomia, respeito, empatia, responsabilidade e tomada de decisões.
O protagonismo tem se mostrado uma alternativa eficaz na educação para a co-responsabilidade na construção do bem comum e como estratégia pedagógica de estímulo ao envolvimento do estudante em atividades que ultrapassam os limites dos seus interesses individuais e familiares.
É preciso que as práticas pedagógicas apoiem o protagonismo dos estudantes, desenvolvendo competências socioemocionais fundamentais para o contexto atual. E para que o estudante seja protagonista e responsável pelo seu percurso escolar é fundamental estruturar uma integração curricular que defina claramente as competências que serão desenvolvidas.