Varíola do macaco: afinal, que doença é essa?

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Certamente você já tem visto nos noticiários algumas reportagens falando sobre um doença de nome peculiar, a “varíola dos macacos”, do inglês monkeypox, não é mesmo?

E um concurseiro (a) não pode estudar apenas os conteúdos específicos, também precisa estar por dentro das atualidades. Principalmente quando as atualidades têm tudo a ver com sua área de formação ou de atuação (alô farmacêuticos, biomédicos, biólogos e técnicos de laboratório)!

Por isso eu preparei este artigo para te explicar tudo sobre essa novidade, uma doença que na realidade, pouco tem de novo…

A varíola dos macacos foi citada na literatura, pela primeira vez, em 1958 e trata-se de uma doença zoonótica viral cujo agente etiológico é o vírus varíola símia, uma espécie de “primo” do conhecido vírus da varíola humana, já que ambos pertencentem à mesma família (Poxviridae) e ao mesmo gênero (Orthopoxvirus) de vírus.

A varíola humana foi uma das doenças mais mortais da história da humanidade e foi oficialmente declarada como erradicada do planeta em 1980, após uma ampla campanha mundial de vacinação em massa. Mas não se desespere! A varíola dos macacos, por sua vez, é uma doença autolimitada (ou seja, que tende a se curar sozinha), e muito menos grave do que a varíola. Apenas alguns grupos específicos como pacientes imunocomprometidos e crianças podem desenvolver doenças mais graves, e é por isso que a doença pode acarretar problemas de saúde pública e merece atenção!

A Organização Mundial de Saúde (OMS) está em alerta nos últimos dias pois, apesar de o vírus já circular há bastente tempo, de maneira endêmica, em alguns países da África, neste mês maio de 2022, vem sendo observado um número crescente de casos em ao menos 12 diferentes países não africanos, dentre eles Austrália, Alemanha, Canadá, França, Estados Unidos, Espanha, Itália, Portugal, etc. No Brasil, até a presente data, ainda há apenas casos suspeitos, mas nenhum confirmado (muito embora o paciente confirmado na Alemanha seja um brasileiro que está isolado no país).

Vamos entender um pouco mais sobre a doença? Inicialmente cabe ressaltar que, por ser uma doença zoonótica viral, sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado, mais específicamente com fluidos corpóreos e lesões da pele do doente. Porém, não se apresse em considerar os macacos os “vilões” desta história. Apesar do nome, os primatas não humanos não são reservatórios do vírus. Na verdade o reservatório ainda permanece incerto, mas tudo indica que sejam pequenos roedores das florestas tropicais da África.

Uma vez infectado, o indivíduo costuma apresentar, após 5 a 21 dias, sintomas leves, geralmente comuns a outras infecções virais, como febre, dores de cabeça, dores musculares e uma linfadenopatia (inchaço dos linfonodos), o que aliás auxilia no diagnóstico diferencial em relação à varíola humana, em que este sintoma não está presente. Mas de maneira similar, em ambas os pacientes apresentam erupções cutâneas poucos dias após o início da febre, especialmente no rosto mas também em diversas outras partes do corpo. Felizmente, na maioria dos casos as lesões regridem ao longo dos dias, até que desaparecem e o indivíduo deixa de infectar outras pessoas.

Porém, conforme mencionado anteriormente, a infecção pode adquirir formas mais severas, especialmente em crianças, gestantes e pessoas imunocomprometidas, com infecções bacterianas secundárias da pele e dos pulmões.

Assim, medidas que visem identificar os doentes e pessoas próximas a eles, e isolá-los, é a melhor maneira de frear seu avanço e evitar que a doença se torne um problema de saúde pública mundial, principalmente porque segundo a OMS, ainda não existe um tratamento específico para a infecção pelo vírus da varíola dos macacos.

Lembra da vacinação em massa que erradicou a varíola humana em 1980? Pois é: a boa notícia é que a vacinação contra a varíola demonstrou uma imunidade cruzada para a varíola dos macacos, prevenindo ou atenuando a varíola dos macacos, com uma eficácia de 85%. Ou seja, as pessoas vacinadas contra varíola têm anticorpos que protegem contra o monkeypox, mas na prática, a proteção não é uma certeza pois a vacinação massiva ocorreu há mais de 40 anos, o que dificulta prever se a imunidade perdura até hoje.

Após a extinção da circulação do vírus da varíola, naturalmente a vacina deixou de ser fabricada em larga escala no mundo. Atualmente há apenas um imunizante sendo fabricado, para atender a casos específicos como os de pesquisadores que manipulam o vírus em laboratório.

Portanto a indisponibilidade da vacina em larga escala torna essencial criar redes de monitoramento de casos, em especial nos países já atingidos. No Brasil, o Ministério da Saúde já anunciou a criação de um grupo de monitoramento de casos, assim como o Ministério da Ciência e da Tecnologia (MCTI) já reuniu um grupo de especialistas para estudar os casos suspeitos.

Agora que você já saiu na frente da concorrência, e sabe tudo sobre a varíola do macaco, basta continuar estudando com o timaço do Gran Cursos Saúde para os principais concursos e residências do Brasil.

Um forte abraço e bons estudos!

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