Muitos alunos vêm me perguntando, nos últimos tempos, a respeito de uma suposta “redução de perfil” na prova de Política Internacional (PI). Responderei aqui o que respondo a todos eles: nossa prova continua tão importante quanto sempre foi – e, logo, tão difícil quanto.
O questionamento não é sem razão, dado que, desde 2014, PI vem dividindo espaço com Geografia na terceira fase do certame (duas questões para cada, no mesmo caderno de provas). Nesse caso, contudo, temos que olhar para a “big picture”, ou seja, para o fato de tratar-se de uma matéria cobrada, diretamente, em nada menos do que ONZE questões da prova de primeira fase (Teste de Pré-Seleção, o temido TPS), ademais, das duas da terceira fase já mencionadas. Quando se atenta para o que eu chamo de “cobrança indireta” – questões de outras disciplinas que, tangencialmente, abordam temas de PI –, então vemos que nossa matéria é, sem sombra de dúvida, das mais importantes do concurso – talvez só podendo ser equiparada ao Português.
Em um concurso para a carreira diplomática, a onipresença da política internacional não deveria chegar a surpreender. Independentemente da prova realizada, o candidato está, em última instância, sendo testado em sua capacidade de reflexão a respeito de temas globais – tal como será dele exigido uma vez empossado como membro do Serviço Exterior Brasileiro. São exemplos disso a cobrança de temas como OMC e Comércio Internacional, na prova de Economia; Mercosul e União Europeia, em Direito Internacional; conflitos geopolíticos, em Geografia. Todos os temas, em maior ou menor medida, de Política Internacional. Daí a importância, sempre frisada em nossas aulas do Gran Cursos Online, de um estudo profundo, rotineiro e sistemático dos principais temas de política internacional.
Estabelecer uma rotina de estudos é condição fundamental para um bom desempenho nas provas de PI. A leitura – preferencialmente diária – de jornais, sites, blogs e demais fontes de notícia é indispensável, uma vez que somente assim se poderá formar um quadro mental dos “temas quentes” para a prova. Uma coisa que se não pode perder de mente é que a prova de PI é uma prova de ATUALIDADES. Estamos falando, muitas vezes, de eventos literalmente ocorridos na semana da prova. É preciso, portanto, manter o olho aberto para conferências realizadas; acordos recentemente assinados; efemérides e demais eventos relevantes, especialmente aqueles de maior interesse para o Brasil.
Ainda a respeito da importância de se manter a par dos últimos desdobramentos da disciplina, notem que esses não são cobrados somente de maneira objetiva, como ocorre no TPS. As questões de terceira fase, embora mais conceituais e “abertas”, também costumam se basear, de forma mais ou menos direta, naquilo que se está passando no mundo na época do exame. Em 2015, por exemplo, uma das questões de terceira fase pedia um exame “das relações sino-japonesas nas últimas décadas e suas implicações para o fortalecimento do sistema multilateral”. O candidato bem preparado, atento às tensões entre China e Japão pelo controle das ilhas Senkaku – que então atingiam um novo patamar após a aprovação, naquele ano, de lei que permitia o envio de soldados japoneses para lutar no exterior pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial – certamente não teve dificuldades para redigir uma boa resposta, mesmo em se tratando de tema não tão próximo da Política Externa Brasileira.
Em 2016, a primeira questão da prova discursiva de PI pedia ao candidato para discorrer sobre “a evolução e as perspectivas da cláusula democrática do MERCOSUL”. Questão inesperada? Muito específica? Não para aqueles que acompanhavam os debates, então em seu momento auge, a respeito da suspensão da Venezuela do grupamento sul-americano, com base – que surpresa! – na suposta violação de standards democráticos pelo Governo de Nicolas Maduro.
Uma vez estabelecida uma rotina diária de leituras a respeito dos principais temas da política internacional, é preciso sistematizar. Sabe aquele professor chato que fica exigindo resumos, fichamentos, avaliações críticas etc? Pois bem, acostume-se com ele. Por mais maçante, trabalhoso e demorado que possa parecer, a confecção de resumos ajuda o candidato a organizar tamanho volume de informações, que, de outra forma, tenderia a “desorganizar a cabeça” do aluno. É somente tirando a “gordura” dos textos que o estudante consegue focar nas informações essenciais, aquelas que de fato serão importantes na hora do exame.
Aos que me perguntam se a confecção de resumos compensaria o tempo dispendido, respondo, com toda a convicção, que sim. E muito. O tempo que parece estar sendo perdido ao fazer os resumos será reavido, com sobras, no momento em que realmente importa – o das provas. Ao sistematizar suas informações de forma concisa e objetiva, o candidato terá um material completo e de fácil acesso para ler às vésperas do exame – quando há tempo de menos e tensão de sobra.
O segredo para a aprovação em um concurso tão competitivo quanto o CACD é manter-se sempre um passo à frente da concorrência, pelo que o estudante deve, sempre que possível, otimizar seu tempo de estudo. Não basta ler muito, é preciso ler certo. A equipe do Gran Cursos Online está pronta para auxiliar o candidato nesta empreitada, por meio de nosso blog e de nossos cursos online. Não há tempo a perder!
Guilherme Sorgine
Diplomata desde 2012, tem experiência profissional na Divisão da África II e no Departamento de África do MRE. Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com Mestrado em Relações Internacionais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Encontra-se em fase de conclusão do Doutorado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB). Professor de Política Externa Brasileira e Cooperação Internacional no Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), também lecionou em cursos preparatórios para a carreira diplomática. Atualmente, é Professor Assistente de Técnicas de Negociação no Instituto Rio Branco.
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