O preguiçoso deseja e nada consegue, mas os desejos do diligente são amplamente satisfeitos. (Provérbios 13.4)
Olá querido leitor.
Hoje abordaremos pontos importantes sobre como vencer a procrastinação. Para isso, veremos alguns atos, bem como frases que demonstram a presença dela. Também demonstraremos algumas medidas simples que podem ajudar você a vencê-la.
Vamos lá!?
Olha só. Na semana passada, nós conversamos sobre o uso do tempo. Naquele texto, nos percorremos 4 passos simples para o seu uso adequado. (Clique aqui para ler)
Retomando algumas ideias desenvolvidas no texto sobre o uso adequado do tempo, atualmente, temos muitas tarefas para desenvolver, entretanto, na maioria dos casos, não conseguimos realizar todas em virtude, principalmente, da falta de tempo. É importante destacar, nesse ponto, o cuidado que temos de ter com os “roedores do tempo”, pois estes o consomem expressivamente, sem, contudo, contribuir para a realização de nossos objetivos.
A falta de tempo é, sem dúvida, a justificativa apresentada por muitos para os projetos não realizados. Em alguns casos, é até justificável, contudo há, também, casos de negligência, de falta de organização, de preguiça, e, muito presente, casos de procrastinação.
Mas… o que é procrastinação?
De forma bem simples, procrastinar é você não fazer o que precisa ser feito. Segundo o Dicionário Aurélio, procrastinar é “transferir para outro dia; adiar, delongar, demorar, espaçar, protrair. Usar de delongas, de adiamentos”. Pela etimologia, a palavra procrastinação vem do latim procrastinatus: pro- (à frente) e crastinus (de amanhã). Em tradução livre, seria deixar o que precisa ser feito hoje para “à frente de amanhã”. Observe alguns sinônimos de procrastinar: adiar, espaçar, postergar, demorar, atrasar, protrair, prolongar, retardar, protelar, prorrogar, pospor, diferir, delongar e tardar.
No geral, a maioria da pessoas, em determinado momento da vida, já desenvolveu algum tipo de procrastinação; já adiou tarefas importantes. Quem nunca deixou alguma coisa para resolver na última hora? Por exemplo: estudar somente na véspera da prova na faculdade; fazer o trabalho na noite que antecede a sua entrega; estudar para o concurso somente após a publicação do edital… entre tantas outras situações.
Quando essa atitude começa a impedir a realização dos projetos de vida, é necessário “puxar o freio de mão” e verificar o que precisa ser feito para corrigir esse elemento tão prejudicial à realização de sonhos: a procrastinação.
Normalmente, nós queremos deixar para depois aquelas coisas que julgamos difíceis, ou de que não gostamos, ou que achamos chato, ou de que temos medos, ou, ainda, daquelas tarefas que, após realizadas, não sabemos exatamente quais resultados decorrerão.
Há algumas máximas procrastinatórias que, consciente ou inconscientemente, podem prejudicar bastante o cumprimento de metas. Veja alguns exemplos:
“Por que fazer hoje o que pode ser feito amanhã?” “Por que fazer amanhã o que pode ficar pra depois de amanhã?” Deixa pra amanhã… Depois eu vou tirar a carteira de motorista. Na próxima segunda eu começarei a dieta. Na próxima semana eu começarei a estudar para o concurso público. Vou me matricular na academia no mês que vem… Há um número expressivo de pessoas que, embora não profiram essas palavras, vivem-nas com suas atitudes.
Deixa eu te contar um testemunho pessoal. Eu, quando tinha uns 10 anos de idade, quase me afoguei (graças a Deus, quase… rsrs). Em virtude desse acontecimento, eu criei um trauma e, em consequência, um medo de piscinas, mar, lagos, enfim, onde tivesse água, para mim, representava um perigo. O tempo passou. Eu cresci. Porém o medo estava lá. Latente. Vivo. Todas as vezes em que eu ia a algum lugar que tinha piscina, por exemplo, era uma frustração… os amigos ficavam me chamando para nadar, para mergulhar… eu queria mesmo era ficar longe da água. Quando eu saía desses eventos, eu sempre dizia: eu vou procurar um lugar para aprender a nadar. Não dá mais para ficar assim! Eu preciso fazer isso! Mas, em poucos dias, quando eu começava a pensar em como seria enfrentar a piscina, eu logo arrumava alguma outra coisa para preencher meus dias. Essa situação me acompanhou por mais de 20 anos (isso mesmo!!!). Eu sempre arrumava um jeito de procrastinar o início das aulas de natação. Um dia, após participar de um evento num lugar em que havia muitas piscinas, eu saí de lá fazendo um compromisso com meus amigos: no ano seguinte, quando retornássemos para aquele lugar, eu iria chegar já mergulhando nas piscinas… Isso foi em outubro. Como eu havia feito o compromisso, a coisa mudou bastante. Em dezembro, eu iniciei as aulas. Lembro-me claramente que eu quase desisti de ir à primeira aula. Mas havia feito, novamente, o compromisso de acompanhar alguns amigos que já estavam participando das aulas. Eu fui… e, resumindo, em pouco mais de 30 dias, eu estava nadando como um peixe (parecido, rsrs). O dia em que eu consegui nadar de um lado ao outro da piscina semiolímpica foi para mim indescritível. Após vencer essa barreira, percebi o quanto eu havia supervalorizado aquele “trauma”. O quanto eu havia perdido tempo procrastinando.
Há pessoas que estão em situações parecidas nas mais diversas áreas da vida: procrastinam porque possuem medo de tirar a carteira de motorista (ou mesmo de enfrentar o medo de dirigir); procrastinam em iniciar uma dieta necessária; em fazer exercícios físicos e, também, procrastinam em iniciar os estudos para concurso ou mesmo conduzi-los de uma forma mais adequada aos resultados que se esperam.
Veja bem! Às vezes, vamos adiando, adiando, mas chegará um dia em que não será mais possível o adiamento. Quando esse dia chega, “bate” um arrependimento, uma culpa… “poxa, porque não fiz antes…” Já viu isso?
Segundo o psicólogo Piers Steel, da Universidade de Calgary, no Canadá, autor de estudos sobre o assunto e do livro “A Equação de Deixar para Depois”(Editora Best Seller, 2012), o procrastinador quer cumprir a tarefa, mas por algum motivo não consegue. De acordo com Steel, a maioria dos adiadores vive culpada, tensa, estressada, ansiosa e com baixa autoestima por não conseguir se programar direito para fazer as coisas com antecedência. Após anos de estudo, o pesquisador canadense identificou três grandes elementos que determinam a procrastinação: “de longe, os principais motivos pelos quais adiamos as coisas são falta de confiança, achar a tarefa chata ou pouco prazerosa e a distração provocada pela impulsividade”, afirma Piers.
Perceba! Segundo o especialista, as 3 principais causas da procrastinação são a falta de confiança, achar a tarefa chata e, ainda, a distração.
Nos estudos para concursos públicos, essas 3 causas são devastadoras.
Olha só!
Primeiro – A confiança em si é fundamental. Faça a sua parte. Estude com disciplina, com perseverança. A aprovação decorre da continuidade. “Ah, mas eu já reprovei em vários concursos públicos”, ” e a cobrança é grande”. Talvez esse seja o seu caso, enfrente isso! A maioria dos que foram aprovados em concursos públicos, também reprovaram. Se você fez recentemente um concurso público e não alcançou a vitória, utilize essa experiência como vantagem competitiva. O que você deixou de fazer que o prejudicou? O que você fez que o prejudicou? O que precisa ser melhorado? Faça essa análise. Corrija o que for preciso e continue em busca de seu objetivo.
Segundo – “é muito chato estudar”, “eu não gosto de estudar tal matéria”, eu já ouvi isso muitas vezes. Quem pretende ser aprovado em concurso público não pode seguir essa ideologia. Observe: se o cargo que você pretende exige conhecimentos em Informática, estude essa matéria. O examinador não deixará de exigir porque você não gosta. O concursando não possui o direito de escolher cada matéria que irá estudar. Quem foi aprovado teve de aprender a vencer as matérias “chatas”. Qual a sua dificuldade? Em que matéria você sente mais dificuldade? Invista nesse ponto. Faça estudos dirigidos. Mas não procrastine!
Terceiro – A distração foi indicada como uma grande causa de procrastinação. A distração está muito relacionada à falta ou perda de foco. Um dos grandes desafios dos concursandos é permanecer focado durante todo o percurso. Se não tomarmos o cuidado, começamos a nos distrair com diversas outras coisas e acabamos, com isso, procrastinando o que realmente deveria ser priorizado. Cuidado!!! Não fique trocando o que é importante pelo que é urgente. Às vezes, exatamente, por causa da procrastinação, estamos cheios de coisas urgentes para fazer.
Uma medida bem simples que pode ajudar muito a vencer a procrastinação é: simplifique suas ações. Divida o seu macro-objetivo em micro-objetivos. Deixa eu te explicar melhor:
Imagine que você pretenda ser aprovado em um concurso das carreiras legislativas. Esse é o seu macro-objetivo. Quando olhamos para o todo, parece algo irrealizável. A pessoa pensa: “nossa!!! Serão meses de estudos!”. Sugiro, então, que você divida o projeto macro em projetos menores. Você pode, por exemplo, estabelecer metas menores: metas diárias, semanais, mensais. Além disso: quero estudar o regimento até o dia tal, quero fechar Direito Constitucional em tantos dias, enfim: estabeleça metas realizáveis em prazos menores. A satisfação de cumpri-las dará a você “gás” suficiente para querer cumprir outras e outras.
Outra coisa importante: na medida do possível, envolva outras pessoas, especialmente para te cobrar. Seja cuidadoso na escolha dessas pessoas, ok!? Coloque para andar com você aqueles que sonham junto com você. Quando eu estava aprendendo a nadar, meus amigos foram fundamentais. Eles me cobravam. Eles me motivavam. Eles me desafiavam. Isso foi muito importante.
Por fim, destaco que procrastinar ou não, no geral, é uma escolha. Decida não procrastinar. Hoje é o dia em que você pode fazer a diferença. O passado já foi. O futuro virá intimamente ligado ao presente. Não há mágica nisso. Suas decisões de hoje determinarão seu futuro.
#decidanãoprocrastinarmais
Qualquer consideração, pode me contatar: wellington.antunes@globo.com
Sucesso
Wellington Antunes
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Wellington Antunes é professor de Direito Constitucional, Licitações, Contratos e Convênios. Servidor Efetivo do MPU. Aprovado para Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados/2014 (aguardando nomeação) Aprovado para Analista de Finanças e Controle da CGU (aguardando nomeação). Graduado em Administração Pública. Pós Graduado em Direito Administrativo no IDP (Especialista). Instrutor interno do MPU (atuante na área de Licitações e Contratos, entre outras funções – pregoeiro, elaboração de Editais, Projetos Básicos e Termos de Referência, instrução de processos de dispensa e de inexigibilidade)”
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