Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. 1 Coríntios 9:24
Agora, no dia 2º de junho, tivemos uma EXCELENTÍSSIMA notícia acerca do tão aguardado concurso para a Câmara Legislativa do DF – CLDF.
Segundo informações da própria casa, a Mesa Diretora da Câmara Legislativa deve definir, a qualquer momento, a instituição que vai realizar o concurso público da CLDF, para o provimento de 86 vagas imediatas, que serão distribuídas entre cargos de nível médio e superior (várias formações), como consultor legislativo, consultor técnico-legislativo e procurador. A remuneração inicial (incluindo gratificações) para nível médio é de R$ 10.143,07, e nível superior, R$ 15.123,30.
Uau!!! Remunerações iniciais para nível médio superiores a R$ 10.000,00! Para nós, que somos humildes, é um bom começo, não é? (rsrs).
Após essa notícia, eu recebi muitas mensagens de alunos solicitando informações sobre a preparação para esse concurso. E é disso que vamos tratar neste texto de hoje.
Vamos lá.
1º Ponto – O que estudar?
Como ponto de partida para a preparação, é fundamental utilizar o edital concurso de 2005, o qual foi organizado pelo CESPE. Embora haja mais de 10 anos de sua publicação, para esse tipo de concurso (acredito), não haverá mudanças tão significativas no conteúdo programático.
Utilizando, como exemplo, o cargo de Técnico Legislativo – categoria Técnico Legislativo, para o qual se exige apenas o nível médio –, tivemos nesse edital as seguintes matérias:
Conhecimentos Básicos (50 itens)
– Língua Portuguesa (incluindo redação oficial).
– Matemática.
– Noções de Informática.
Conhecimentos Específicos (70 itens)
– Noções de Direito Constitucional.
– Noções de Direito Administrativo.
– Noções de Processo Legislativo.
– Lei Orgânica do Distrito Federal: Organização do Distrito Federal; Organização Administrativa do Distrito Federal; Competências do Distrito Federal. Organização dos Poderes: Disposições Gerais. Poder Legislativo.
– Lei Complementar n. 13, de 3 de setembro de 1996.
– Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
– Wellington, devo estudar tudo o que está no edital de 2005?
Como já destaquei (embora eu acredite que todas essas matérias estarão no edital que será publicado nos próximos dias), para que você não corra risco algum, sugiro que estude, pelo menos, aquelas que, COM CERTEZA, serão exigidas. São elas:
– Língua Portuguesa.
– Direito Constitucional.
– Direito Administrativo.
– Lei Orgânica do DF.
Além destas, conforme o artigo 10, da Lei Distrital n. 4.949/2012 (Lei dos Concursos Públicos no DF), você deve estudar, ainda:
– a realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica do Distrito Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE, instituída pela Lei Complementar Federal n. 94, de 16 de fevereiro de 1998.
– a Lei Complementar n. 840/2011, que estabelece o Regime Jurídico dos Servidores do Distrito Federal.
Importante destacar que o edital terá de especificar, de forma expressa, os capítulos, os títulos ou, ainda, os dispositivos legais desses normativos que serão explorados nas provas.
Se você já estiver estudando tudo isso (o que equivale a aproximadamente 60 a 70% da prova), aí vale a pena estudar o Regimento Interno da CLDF, sempre levando em conta o que foi cobrado no último concurso.
Visto isso, precisamos organizar o planejamento que será executado durante a jornada. A expectativa da própria CLDF é que o edital seja publicado, no máximo, no início de julho/2017. Após a publicação, teremos, pelo menos, 90 (noventa) dias para a aplicação das provas.
Se essa expectativa se concretizar, teremos, a partir de hoje (6 de junho), aproximadamente, 120 dias para nos preparar para as provas.
Esse tempo, se adequadamente utilizado, é suficiente para concorrer a uma das vagas.
Para que você possa produzir mais, no menor espaço de tempo possível, é necessário organizar um planejamento individualizado, que será executado durante a sua preparação.
Segundo John L. Beckley, “a maioria das pessoas não planeja fracassar, fracassa por não planejar”.
Acompanhe comigo algumas informações acerca do planejamento.
2º Ponto – Organizando o planejamento de estudos
O planejamento, de forma bem simples, é o passo a passo que o levará à aprovação. É nesse passo a passo que há um item fundamental a ser encarado com muito cuidado: a utilização adequada do tempo.
Para que você possa utilizar o tempo da forma mais adequada possível, é necessário estabelecer metas realizáveis: a curto, médio e longo prazos. Quando estabelecemos metas, fica bem mais fácil coordenar as ações que nos levarão ao cumprimento delas. Quando sabemos exatamente aonde queremos chegar, será, na mesma proporção, bem mais simples a tomada de decisões direcionadas ao cumprimento do que queremos.
Dessa forma, estabeleça metas diárias (horas de estudo, número de exercícios resolvidos, revisão) e semanais (finalizar determinado tema, ou revisá-lo, número de provas resolvidas).
Após a definição das metas, considerando que o nosso ator principal – “o tempo” – é escasso, precisamos estabelecer prioridades. E nessa tarefa, há um princípio básico: sempre que você tiver que escolher, por falta de tempo, entre executar uma ação A ou B, opte por aquela que esteja mais alinhada às suas metas. Ou seja, sempre escolha fazer aquilo que vai ao encontro das metas que você pretende alcançar.
Estabelecidas as metas e as prioridades, elabore um plano de estudos, que é o roteiro que deve ser seguido durante a sua jornada. É como se fosse o “plano de voo”.
Infelizmente, há, ainda, diversas pessoas que estudam para concursos públicos sem plano de estudos algum. Elas não sabem exatamente o que estudaram. Não sabem o que estudar, nem o que estudarão.
É importante destacar que os dois planos de estudos mais adotados são o quadro de horários (alguns o chamam de mapa semanal, compartimento de compromissos etc.) e o ciclo de estudos.
A adoção de um ou outro modelo deve resultar de uma decisão pragmática, ou seja, o ideal é testar, fazer experiências.
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre como elaborar um plano de estudos vencedor, eu escrevi dois artigos aqui no Blog sobre esse tema. Acesse AQUI e AQUI.
A principal função do plano de estudos é nos orientar acerca do que já estudamos, do que temos de estudar, do que teremos de revisar… A ideia, aqui, é você mapear toda a sua trajetória em direção à CLDF.
Voltando ao edital de 2005, do total de 120 questões, 50 foram reservadas a Conhecimentos Básicos – CB (41,7%); e 70, a Conhecimentos Específicos – CE (58,3%).
Embora todas as questões da prova tivessem o mesmo peso (cada questão valia 1 ponto), o fato de quase 60% da prova ser destinado aos conhecimentos específicos deve ser refletido no momento da elaboração de seu plano de estudos.
Em tese, 41,7% do tempo de estudo (dos 120 dias) poderia ser destinado aos CB (aproximadamente, 50 dias); e 58,7%, aos CE (aproximadamente, 70 dias).
Note: não vamos, pura e simplesmente, dividir a quantidade de matérias pelo tempo de que dispomos. Precisamos levar em conta alguns fatores, como será demonstrado a seguir.
Vamos imaginar que você já domine alguns dos conteúdos programáticos (Ex.: Língua Portuguesa e Direito Administrativo), entretanto tenha certa dificuldade em Lei Orgânica e Direito Constitucional (estude comigo! Com certeza, vai gabaritar!!! rsrs). Assim, devem ser priorizadas as matérias com as quais você tenha mais dificuldade. Isso significa que elas receberão maior tempo de estudo do que as outras em que há um domínio maior.
Desse modo, as matérias em que haja um maior domínio podem ser estudadas por meio da resolução de exercícios, recorrendo à teoria para tirar dúvidas pontuais.
Um outro ponto que deve ser ressaltado é: em que ordem devemos estudar as disciplinas? Devo estudar uma disciplina até finalizá-la para começar outra? Ou posso estudar todas conjuntamente?
Olha só: embora haja certa divergência acerca desses pontos, predominam as seguintes considerações:
1º – estude todas as disciplinas conjuntamente;
2º – na medida do possível, insira disciplinas bem distintas na sequência de temas a ser estudados. Por exemplo: Português, Direito Constitucional, realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica, Lei Orgânica, Lei Complementar n. 840/2011. Isso ajuda bastante na absorção dos temas.
Por enquanto, é isso.
Conforme ressaltei, estamos diante de uma oportunidade ímpar! Seja pela remuneração, seja pela estabilidade ou por todos os benefícios decorrentes da titularidade do cargo.
Se você pretende, realmente, ser aprovado, não perca tempo! Organize-se e mãos à obra.
Todo o esforço e o investimento valerão muito a pena.
Conte comigo nessa jornada.
Se tiver alguma dúvida, pode me contatar: wellington.antunes@globo.com
Wellington Antunes
Professor de Direito Constitucional. Licitações, Contratos e Convênios. Servidor Efetivo do MPU. Aprovado para Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados/2014 (aguardando nomeação) Aprovado para Analista de Finanças e Controle da CGU (aguardando nomeação). Graduado em Administração Pública. Pós-graduado em Direito Administrativo no IDP (Especialista). Instrutor interno do MPU (atuante na área de Licitações e Contratos, entre outras funções – pregoeiro, elaboração de Editais, Projetos Básicos e Termos de Referência, instrução de processos de dispensa e de inexigibilidade)
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