Sempre que recorro a endereços que contenham tudo sobre o Novo Acordo Ortográfico, tenho a certeza de que não ficou muito claro – no período escolar ou universitário – para muita gente os conceitos de PREFIXO, MORFEMA, DERIVAÇÃO, COMPOSIÇÃO…
Não costumo utilizar definições para ensinar. Elas são, na verdade, úteis depois que o aprendizado se dá. Mas é interessante apresentar uma definição aos prefixos: “Morfema de caráter derivacional (uma forma dependente) que se junta ao radical (forma provida de significado independente) para formar uma nova palavra. Ou seja, se o termo é esvaziado de significado (por exemplo, o elemento –des), e passa a ter significado quando se junta ao radical (desfazer), ele é um prefixo. A nova palavra que surge sofre o processo de formação chamado “derivação prefixal”, ela passa a ser uma palavra derivada, com novo significado.
Existem também formas compostas, em que duas palavras – portadoras de significados – juntam-se para formar um novo termo de significado novo, é claro: “girassol”, “beija-flor”, “segunda-feira” …
O problema é que vejo professores divergirem quanto ao episódio do termo “não” na novela “Acordo Ortográfico”. Uns dizem que, na forma DERIVADA “não governamental”, não se usa mais o hífen. Outros dizem que, na forma COMPOSTA “não governamental”, não se usa mais hífen.
Creio que eu já tenha chegado (e não “chego”) aonde queria com este artigo, pois já está claro que NÃO SE USA MAIS o tal hífen em expressões como “não concluído”, “não realizado”, “não autorizado”. O hífen CAIU nesses casos. Mas, e aí? O termo “não governamental” é uma forma derivada ou composta? Em outras palavras, o termo “não” é uma palavra ou um prefixo?
Escrever corretamente é importante não apenas quando pensamos em concursos, mas também para as mais diversas situações da vida. Áreas que estão se destacando muito no digital, como SEO, marketing de conteúdo e copywriting, que você pode aprender mais no curso fno alex vargas, exigem uma boa escrita, ou seja, um bom conhecimento no portguês de cada dia.
O nosso VOLP considera o termo “não” – nesses casos – um prefixo da Língua Portuguesa. Embora existam prefixos originais que expressam negação: in e des, por exemplo, o termo não (antes hifenizado) é sim considerado prefixo. Por tradição, ele se trata de um advérbio. Nesse case gramatical específico, de um hífen. O mesmo ocorre com o termo “quase”.
Segue a nota em que o VOLP trata do assunto: “Excluir o emprego do hífen nos casos em que as palavras não e quase funcionam como prefixos: não agressão, não fumante, quase delito, quase irmão”. p. LIII
Contudo, todavia, porém, e toda sorte de adversidades, há exceções! Há alguns casos em que se poderá hifenizar o prefixo não, principalmente quando o substantivo criado for derivado de verbo: o não-saber (saber = conhecimento), por exemplo. São situações em que a ausência do hífen pode criar ambiguidade, falta de clareza: “Com tais medidas, estão todos condenados ao não-saber”.
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Fabrício Dutra é carioca, botafoguense, graduado em Letras – Português e Alemão – pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pós-Graduado em Língua Portuguesa lato sensu no Instituto Liceu Literário Português (Coordenação Prof. Evanildo Bechara). No RJ, Ministrou aulas de Grámatica, Redação e Texto em diversos cursos preparatórios para Concursos Públicos, Militares e Vestibulares. Sócio-fundador de Curso Preparatório para Concursos com enfoque em Língua Portuguesa, no Rio de Janeiro. No Distrito Federal, atualmente, ministra aulas de Gramática e Texto no Gran Cursos Online e cursa Especialização em Revisão Textual.