“Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a sua vã filosofia”, disse Hamlet a Horácio, enquanto o fantasma do pai os assombrava. Essa passagem de Shakespeare sempre me vem à cabeça e a uso em diversos contextos, inclusive quando bate aquele medinho de andar pelos corredores de casa, de madrugada, com todas as luzes apagadas (risos).
Por essa razão, escolhi estrear no blog do programa de coaching do Gran Cursos Online parafraseando Shakespeare e, de uma forma bem menos sombria (ou não), eu vos digo: “Há mais coisas entre os seus estudos e a sua aprovação do que supõe a sua vã filosofia”.
Caras e caros colegas, serei bem realista e desculpem se eu parecer rude ao quebrar vossas quimeras, mas definitivamente não há fórmulas matemáticas, ciências objetivas, metodologias pré-moldadas, rezas ou milagres que os levem necessariamente à aprovação. Por isso, quero iniciar enfrentando alguns dogmas, algumas lendas urbanas, algumas falsas promessas sobre o processo, o caminho que os levará à aprovação.
Primeiro falemos da quantidade de horas de estudo por dia. Vejamos o seguinte raciocínio: “Beth estudou 12 horas por dia”, “Beth foi aprovada”, “Eu estudo 12 horas por dia, logo serei aprovada(o)”. Essa lógica é falaciosa, pois você não é Beth, querida(o). E, mesmo que também se chame Beth, você é outra pessoa, com outras necessidades, com outras limitações, com diferentes pontos fortes, com diverso propósito de vida, com mente, cérebro, corpo e alma distintos. Eis a beleza que nos une, a diferença.
Sendo assim, não adianta importar fórmulas e basear-se exclusivamente na experiência alheia para definir quantas horas você deve estudar por dia. Claro que é importante saber como quem já foi aprovado estudou, tentar algumas técnicas que funcionaram com outras pessoas etc. Não estou negando isso, mas, para definir algo tão importante, você deve olhar para si. Não só olhar: você deve se ver e saber analisar suas condições gerais.
Dito isso, pergunto: quantas horas por dia você tem disponível para o estudo? Uma hora? Duas, três, quatro horas? Oito?
“Ah, Chiara, só tenho uma hora disponível. Então nem vale a pena eu tentar, né? Eu estarei muito atrás das(os) outras(os) candidatas(os). Eu não vou conseguir. Eu não tenho chances”. Nesses casos, eu costumo dizer: “Você está certa(o)”. Você sempre está certa(o) no que se refere aos seus sonhos, à sua capacidade e às suas possibilidades. Mas, se puder, “ouça um bom conselho, que eu lhe dou de graça”, como diria Chico: “Quem espera nunca alcança”.
Se você for esperar ter as condições e tempo ideais para começar a sua jornada, dificilmente você dará o primeiro passo. Você tem apenas uma hora por dia para estudar? Então estude essa uma hora todos os dias, religiosamente, pontual e comprometidamente. Não importa a quantidade de horas estudadas, o que importa é o seu compromisso com sua meta, sua forma de estudar e a sua estratégia para aproveitar o seu tempo da melhor forma.
Por essa razão, costumo recomendar que não apenas se estabeleça a quantidade de horas de estudo, mas também se definam as metas a serem atingidas durante aquele tempo. Isso ajuda de diversas maneiras. Inicialmente, diminui a ansiedade, pois você sabe que tem um plano a seguir e que, se você fizer aquele trabalho de formiguinha, um pouquinho a cada dia, vai atingir seus objetivos. Ou seja, ter um plano de metas dá maior segurança e estabilidade, além de incentivar o compromisso consigo mesma(o).
Mas o ponto que considero de extrema relevância, nesse contexto de metas diárias, semanais, mensais, semestrais etc., é que você pode comemorar cada meta alcançada. Assim, você terá razões para comemorar todos os dias, todas as semanas, todos os meses, o que a(o) manterá motivada(o). E motivação, minhas queridas e meus queridos, significa muito nesse processo.
Então, Chiara, quantas horas por dia tenho que estudar? Quantas você puder e conseguir, desde que não ultrapasse o limite do razoável. Lembre-se de que a estrada é longa e você deve ter fôlego de maratonista, e não do Usain Bolt. Estabeleça uma quantidade de horas que você possa cumprir com certo conforto, pois não cumprir as metas pode gerar o efeito reverso e não querido: o desânimo, a desmotivação e a desistência.
No meu caso em específico, estudei durante sete meses, quatro horas por dia, de segunda a sábado. Meu estudo sempre foi estratégico e sistemático, direcionado por metas e baseado no autoconhecimento, no conhecimento da banca examinadora e das matérias cobradas. Durante esse período, colecionei algumas aprovações, sobre as quais falarei em outra oportunidade.
Nesse texto, o que eu gostaria de destacar sobre o diferencial da minha preparação (além da estratégia e das horas de estudo, claro) é o fato de que procurei ser feliz durante a minha caminhada, busquei manter minhas amigas e meus amigos próximos, deixei o domingo destinado ao lazer, à família, aos meus hobbies, sobretudo os ligados à natureza, e, acima de tudo, procurei preservar a minha sanidade mental.
Ou seja, entre os seus estudos e a sua aprovação, existem muito mais coisas do que supõe sua vã filosofia. Existem a estratégia adequada e pensada para você, a quantidade adequada de horas de estudo, a definição de metas viável, a manutenção do equilíbrio físico e mental, entre tantas outras coisas. Mas queria destacar três elementos fundamentais: foco, força e fé.
Foco para não se desviar do seu objetivo, para cumprir suas metas, para potencializar seu tempo e aproximá-la(o) do seu sonho. Para onde você está indo? Onde você quer chegar? Siga em frente e não permita que nada a(o) desvie e muito menos a(o) pare. Seja imparável.
A estrada é longa, é exaustiva, pedras surgirão pelo caminho, você enfrentará tempestades, será questionada(o), desacreditada(o), e é justamente nesse momento que se faz imprescindível a força, a resiliência, o continuar a caminhar mesmo diante dos obstáculos. E o que alimenta essa força? O que lhe permite manter o foco e ainda enxergar as belezas desse caminho árduo? A fé, seja em Deus, em Nzambi, em Alá, nos Santos e nas Santas, no poder do Universo, a depender da sua crença. Mas a fé que não pode faltar é a fé em si mesma(o), é a fé na própria capacidade e fé no nosso propósito.
Enfim, andemos com fé, que a fé não costuma falhar.
Chiara Ramos
Doutoranda em Ciências Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (Clássica), em cotutoria com a Universidade de Roma – La Sapienza. Graduada e mestra em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Procuradora Federal. Membro da Comissão de Igualdade Racial da OAB-PE. Prof.ª de Direito Administrativo e Teoria Geral do Direito.
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