Relacionamentos atrapalham os estudos?

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Olá, meus amigos! Estou aqui novamente para um bate-papo, trazendo um tema espinhoso que está em evidência na vida de muitos concurseiros: o impacto que os relacionamentos afetivos podem causar no desempenho de aqueles que estudam para concursos públicos.

A ideia de escrever este artigo partiu de uma conversa que tive em uma roda de alunos. O assunto em pauta, naquele momento, era a falta de tempo para se dedicar à preparação dos certames que estavam por vir.

Ouvi várias reclamações, mas o diálogo que transcrevo abaixo foi o que mais me impactou (por questões pessoais vou preservar os nomes):

  • ALUNO X: meu trabalho atual me consome muito tempo, não consigo me dedicar aos estudos como gostaria.
  • EU: calma lá, nem sempre ter uma grande quantidade de horas disponíveis é sinônimo de qualidade de horas estudadas.
  • ALUNO Y: eita, a minha situação é pior, sou casado, trabalho 44 horas por semana, estou sempre brigando com a minha esposa, e, por isso, não consigo me concentrar na preparação como deveria.
  • EU: como assim, rapaz?

Resumindo: a conversa parecia a disputa final da copa do mundo de pessimistas. Um querendo mostrar que estava em pior situação do que o outro. Pense!

Mas o que me chamou a atenção foi o fato de um deles ter citado a esposa, além do trabalho, como responsável pelo pouco tempo com que se dedicava aos estudos. Isso ficou me martelando. Deduzi então que não havia qualquer pacto ou acordo entre ele e sua esposa, ou algo em comum que o direcionasse para realização do sonho de ser servidor público.

Você poderia indagar: ah, Fabão, tu precisas entender que relacionamentos não são fáceis.

E eu te responderia: sei bem que não são.

Tenho um relacionamento de quase 17 anos (namoro + casamento) e dois filhos maravilhosos, portanto já passei por várias dificuldades nos meus estudos preparatórios para os cargos em que obtive aprovação, mas nem por isso deixei de continuar estudando e dedicar o tempo necessário para curtir minha família.

Quero deixar alguns pontos de reflexão para você que está encarando a maratona de provas e, assim como o ALUNO Y, acha que a culpa é do parceiro por conta de seu baixo desempenho ou pela falta de tempo para estudar. Segue a lista:

A parceria

Equilibrar estudo, trabalho e relacionamento não é uma das tarefas mais fáceis, muito pelo contrário, a dificuldade é nítida quando percebemos que damos mais atenção em uma área especifica em detrimento de outras, sendo que, na verdade, deveria haver um equilíbrio. O(A) seu(sua) parceiro(a) pode achar que não é tão importante para você pelo pouco tempo que você dedica a ele(a). É aí que está o perigo.

Então, por que você não compartilha a sua agenda e o seu planejamento de estudos com ele? Se agir assim, as demandas vindas poderão ser melhor gerenciadas e classificadas com o grau de urgência correspondente. É chato quando estamos focados nos estudos e vem aquele pedido de algo que não tem tanta relevância naquele momento, ou seja, que poderia ser feito em outro horário mais adequado.

É importante que esse planejamento também inclua uma programação de atividades em conjunto. Assim, a probabilidade de que essa parceria dê certo é altíssima. Faça um esforço para que esse cronograma seja respeitado por ambos.

As finanças

Desde muito tempo, a vida de estudante nunca foi fácil, principalmente para aqueles que sempre  precisaram trabalhar. Hoje, não é diferente. Aqueles que estudam focados nos concursos públicos precisam ter acesso a material de qualidade, e sabemos que isso tem custo.

Na verdade, você não deve esbravejar que precisa passar em um concurso porque sua vida financeira está desequilibrada. Isso pode gerar ansiedade e frustração caso o resultado não seja positivo.

Desse modo, os apertos financeiros podem causar estresse desnecessário ao casal, então é importante definir uma estratégia conjunta que se traduza em manter um orçamento simples e adequado à realidade de ambos, por exemplo, buscar uma renda passiva e/ou diminuir custos com gastos supérfluos.

As metas

O planejamento inicial dos nossos estudos nem sempre é realizado quando há um edital aberto para o cargo de nosso interesse. É possível criar uma rotina que nos mantenha em perfeita harmonia com nosso(a) parceiro(a), mas, quando há edital na praça e a data da prova se aproxima, podem acontecer momentos de estresse, justamente por você querer dedicar mais tempo na preparação.

Nesse momento, procure comunicar ao(à) seu(sua) parceiro(a) os seus sentimentos, o peso que começa a lhe pressionar. Peça a ele(a) paciência, deixe claro que é um período passageiro e que você pode se sentir mal com essa pressão.

As exigências

Quando você está disposto a estudar para concursos públicos – e investe tempo e dinheiro nesse projeto –, automaticamente, uma certa exigência é criada sobre ele. O tempo para que você se torne um candidato competitivo pode ser de médio a longo prazo, e talvez seu parceiro(a) não entenda esse processo e comece a exigir aprovações a curto prazo.

Então, é natural que essas expectativas aumentem. Não é saudável viver em função das expectativas do outro. Para evitar uma pressão extra no relacionamento, é melhor expor uns aos outros os sentimentos e as chateações que as cobranças estão causando.

Os amigos

Se você está estudando através de cursos preparatórios presenciais ou, até mesmo, plataformas online, vai começar a aumentar o seu número de amigos. É um novo ambiente que nos convida a socializar, a fazer parte de um grupo de pessoas com objetivos em comum. Não  faz mal conhecer novos concurseiros, mas não se esqueça, na medida do possível, de incluir seu(sua) parceiro(a) nesse novo grupo social.

Por fim, espero que as dicas ajudem a refletir sobre seu relacionamento e encontrar esse ponto de equilíbrio tão necessário para manter a rotina e a constância nos estudos.

Forte abraço!


Professor Fábio Barros (também conhecido como Fabão)

Aprovado nos concursos para área de TI do DNPM, DECEA, SERPRO e TRE/RR. Ex-Técnico Operador de Redes do Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO/RR). Aprovado em 1º lugar no cargo de Técnico Judiciário, Programação de Sistemas, do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE/RR). Atualmente, ocupa a Coordenadoria de Eleições.


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