“Quão melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro!” (Provérbios 16.16)
Olá querido leitor.
Em nosso texto da semana passada, a Parte I (clique aqui para ler), eu abordei os principais aspectos que devem ser levados em conta na elaboração de um plano de estudos, bem como sua importância. Naquele texto, cuidamos do quadro de horários (mapa ou compartimento). Destacamos suas aplicações e funcionalidades.
Hoje, conforme havíamos combinado, eu tratarei de um segundo modelo de plano de estudos: o ciclo de estudos.
Novamente, ressalto que a adoção de um ou outro modelo deve resultar de uma decisão pragmática, ou seja, o ideal é testar, fazer experiências.
Além disso, as orientações, anteriormente comentadas, relativas ao planejamento, às matérias que serão estudadas, aos pesos e níveis de dificuldade que devem ser atribuídos a cada matéria, a tudo isso se aplicam as observações feitas na Parte I, quando falamos do quadro de horários. Caso você não tenha lido o texto da semana passada, é fundamental a sua leitura para que possa absorver, no texto de hoje, o máximo de informações, ok!?
Como funciona o ciclo de estudos???
Olha só! Desde a mais tenra idade, nós aprendemos que a vida segue um ciclo. Também aprendemos e vivenciamos ciclos, por exemplo, no desenvolvimento quanto aos níveis de escolaridade.(educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior) Normalmente, a finalização de um ciclo nos leva ao início de outro.
Na preparação para concursos públicos, também podemos estabelecer um ciclo de estudos. De forma bem simples, nós vamos ordenar, sequencialmente, as matérias que precisamos estudar e, ao finalizar uma disciplina, iniciamos outra, até terminarmos todas as matérias do ciclo. Após isso, reiniciamos o ciclo dando continuidade aos temas que ainda precisam ser estudados.
Seguindo o exemplo já adotado na Parte I, imaginemos a rotina hipotética do concursando Winner, que possui 5 (cinco) horas disponíveis, por dia, para o estudo. Vamos, ainda, utilizar, como parâmetro, o concurso da Câmara Legislativa do DF, o qual está na iminência de publicação, para o qual o concursando Winner está se preparando.
Nesse caso, utilizaremos as matérias que foram exigidas no edital passado. (embora possa haver mudanças no novo edital, no geral, é mantida grande parte do conteúdo anteriormente exigido)
Pegaremos as matérias para o cargo Técnico Legislativo – Categoria – Técnico Legislativo. Destaco que, como regra, no desenvolvimento do projeto, todas as matérias devem ser estudadas. O concursando não pode simplesmente dizer “dessa matéria eu não gosto, não vou estudar”. Isso não pode! Se vai ser exigida na prova, “faça as pazes” com essa matéria e rumo ao objetivo.
Conhecimentos Básicos (CB)
– Língua Portuguesa
– Matemática
– Informática
Conhecimentos Específicos (CE)
– Direito Constitucional
– Direito Administrativo
– Processo Legislativo
No edital passado, do total de 120 questões, 50 foram reservadas a CB (41,7%) e 70 para CE. (58,3%)
Perceba! Embora todas as questões da prova tivessem o mesmo peso (cada questão 1 ponto), o fato de quase 60% da prova ser destinado ao conhecimento específico deve ser refletido no estabelecimento dos pesos no ciclo de estudos. Além disso, a definição do peso que será atribuído a cada disciplina pode levar em conta o grau de dificuldade que o concursando tem em cada matéria. Vamos supor que o candidato Winner domine Língua Portuguesa, e, também, tenha uma boa bagagem em Direito Administrativo e Informática, entretanto tenha muita dificuldade em Matemática, Direito Constitucional e em Processo Legislativo. Nesse caso, ele deve priorizar as matérias com as quais tem mais dificuldade. Isso significa que elas receberão maior tempo de estudo do que as outras em que ele já domina. É possível, ainda, que o edital defina pesos diferentes. (ESAF, por exemplo) Também podemos estabelecer o peso levando em conta a quantidade de questões que são cobradas. (Português, geralmente, possui mais questões do que informática) (vamos, aqui, atribuir um peso para cada matéria levando em conta o grau de dificuldade)
Poderia ficar assim, por exemplo:
Matérias |
Peso (grau de dificuldade) |
Tempo para cada ciclo completo de estudos (6:45h) |
Língua Portuguesa |
1 |
0:45 |
– Matemática |
2 |
1:30 |
– Informática |
1 |
0:45 |
– Direito Constitucional |
2 |
1:30 |
– Direito Administrativo |
1 |
0:45 |
– Processo Legislativo |
2 |
1:30 |
Nesse exemplo hipotético, em cada ciclo completo de estudo (perceba que serão 6:45h para girar todo o ciclo), as matérias devem ser estudadas nas quantidades de horas indicadas. Não importa o dia ou hora em o candidato vai estudar. O que importa é que, ao estudar, deverá seguir a ordem proposta. Destaca-se que nas matérias em que houver um maior domínio, deve-se priorizar o estudo por meio de exercícios, recorrendo à teoria para tirar dúvidas pontuais.
Importante lembrar que, na medida do possível, é conveniente a inserção de disciplinas bem distintas na sequência de temas a ser estudados. Por exemplo: Português, Direito Constitucional, Informática, Processo Legislativo, Matemática. Isso ajuda bastante na absorção dos temas.
Importante diferença entre o quadro de horários e o ciclo de estudos
Utilizando a metodologia do quadro de horários, em cada dia da semana, você estuda apenas as matérias reservadas para aquele dia. (por exemplo, Língua Portuguesa toda segunda-feira). Um ponto negativo é que, se houver um imprevisto que impeça o estudo na segunda-feira, essa matéria somente poderá ser estudada na semana seguinte. O que se mostra muito prejudicial.
Já no método do ciclo de estudos, isso não ocorreria. E por quê? Acompanhe comigo. Imagine que o concursando Winner tenha organizado o seu ciclo de estudos da seguinte forma:
Matérias |
Peso (grau de dificuldade) |
Tempo para cada ciclo de estudos
|
– Língua Portuguesa |
1 |
0:45 |
– Direito Constitucional |
2 |
1:30 |
– Informática |
1 |
0:45 |
– Processo Legislativo |
2 |
1:30 |
– Matemática |
2 |
1:30 |
– Direito Administrativo |
1 |
0:45 |
Note que foi atribuído um peso para cada matéria e isso refletiu na quantidade de horas para cada disciplina. Nesse caso, imaginemos que o Winner tenha iniciado ontem (25/7) os estudos, por meio de Português. Após estudar Língua Portuguesa (0:45h), ele iniciou os estudos em Direito Constitucional. Contudo, antes de finalizar Direito Constitucional, houve um imprevisto que o impediu de continuar estudando. Nesse caso, ele deve anotar onde parou, para que, no dia seguinte, possa retomar seus estudos dali em diante. Vamos imaginar, ainda, que hoje (26/7) o Winner não pôde estudar também. (cheio de imprevistos né?) Na quarta-feira, ele retomará seus estudos, finalizando a parte de Direito Constitucional.(1:30h) Após, estudará Informática (0:45h) e assim sucessivamente até fechar todo o ciclo (6:45h). Quando vencer Direito Administrativo, voltará para Português e tudo se inicia-se novamente.
Veja. Utilizando o ciclo de estudos, você estuda todas as disciplinas durante a semana. Não importa, como já ressaltei, o dia ou hora em que vai estudar. Precisa, sempre, anotar onde parou para poder dar continuidade ao ciclo.
A metodologia do ciclo de estudos pode ser utilizada para qualquer concurso, independentemente da quantidade de matérias. A disciplina nos estudos é fundamental para o adequado desenvolvimento do projeto.
Com o ciclo de estudos elaborado, e sabendo exatamente onde parou na última jornada de estudos, nada mais de ficar se perguntando o que estudou ou o que estudará. Tudo estará consolidado. Agora, mãos à obra. Disciplina, perseverança e foco. Há muitas vagas “carentes” por falta de um titular.
Por fim, é muito importante que haja prudência na definição do tempo de estudos. Não adianta colocar promessas que não poderão ser cumpridas. Seja realista. Outra coisa: se está iniciando os estudos agora, comece com uma carga menor, aprenda a desenvolver o projeto, e vá aumentando gradativamente. Lembre-se que nem sempre longas horas de estudos representam, na mesma, proporção, aprendizado. Trabalhe dentro de sua realidade.
É isso, por hoje.
Até a próxima.
Sucesso!
Wellington Antunes
Wellington Antunes é professor de Direito Constitucional, Licitações, Contratos e Convênios. Servidor Efetivo do MPU. Aprovado para Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados/2014 (aguardando nomeação) Aprovado para Analista de Finanças e Controle da CGU (aguardando nomeação). Graduado em Administração Pública. Pós Graduado em Direito Administrativo no IDP (Especialista). Instrutor interno do MPU (atuante na área de Licitações e Contratos, entre outras funções – pregoeiro, elaboração de Editais, Projetos Básicos e Termos de Referência, instrução de processos de dispensa e de inexigibilidade)”
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