Como elaborar um plano de estudos vencedor? (Parte I)

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19 de julho6 min. de leitura

tamanho-facebook(1)“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?” (Lucas 14. 28)

Olá querido leitor.

Hoje trataremos de um dos temas mais importantes na preparação para concursos públicos: a elaboração de um plano de estudos vencedor. Certamente, é o tema que gera as maiores dúvidas naqueles que se dispuseram a estudar para concursos públicos.

Sabe-se que a aprovação depende do estudo (muito estudo!). Entretanto, a forma pela qual estudamos tem uma relação diretamente proporcional com o tempo necessário à aprovação. Vale dizer, aqueles que procuram desenvolver um estudo direcionado, adotando estratégias, métodos, orientações adequadas, são aprovados em quantidade de tempo expressivamente menor do que aqueles que não fazem isso.

Nessa linha, não basta estudar, precisamos saber como estudar. E mais, antes de iniciarmos o projeto de estudos, necessitamos de uma organização prévia – fase imprescindível ao sucesso do projeto. Nessa fase, entre outras tarefas, estabeleceremos nosso alvo (leia aqui o artigo Qual é o seu alvo?), reuniremos os materiais necessários aos estudos, bem como elaboraremos nosso plano de estudos.
O plano de estudos é o roteiro que deve ser seguido durante a jornada. É como se fosse o “plano de voo”. A sua elaboração ocorre na fase do planejamento dos estudos. Assim como uma aeronave não decola sem o plano de voo, não é adequado iniciar os estudos para concursos sem um plano de estudos.

No artigo que eu escrevi acerca dos 4 passos simples para você aprender a usar adequadamente o seu tempo (e viver feliz) (leia aqui), destaquei que o planejamento é o processo que leva ao estabelecimento de um conjunto coordenado de ações visando à consecução de determinados objetivos. (Dicionário Aurélio)

Além disso, ressaltei que há diversas pessoas que estudam para concursos públicos, diariamente. E muitas delas não possuem, sequer, um plano de estudos (mapa/quadro ou ciclo). Elas não sabem exatamente o que estudaram ontem. Não sabem o que estudar hoje, nem o que estudarão amanhã. Isso é muito prejudicial e, certamente, gera perda do valioso tempo. Há concursandos que iniciam seu dia de estudo com a seguinte pergunta: “o que vou estudar hoje?”. Na maioria dos casos, quando isso ocorre, acaba-se estudando somente o que conhece ou apenas o que gosta de estudar.

Segundo o Dicionário Aurélio, plano significa “projeto ou empreendimento com fim determinado; conjunto de métodos e medidas para a execução de um empreendimento; conjunto de ações a serem adotadas, visando determinado objetivo”.

Se você tem o objetivo de ser aprovado em um concurso público, é necessário que adote os métodos e as ações adequadas ao seu fim.
Perceba! É exatamente esse o principal papel de um plano de estudos.

Então, vistos esses pressupostos, retomo o tema inicial: como elaborar um plano de estudos vencedor?
Inicialmente, é importante destacar que os dois planos de estudos mais adotados são o quadro de horários (alguns o chamam de mapa semanal, compartimento de compromissos, etc) e o ciclo de estudos.

A adoção de um ou outro modelo deve resultar de uma decisão pragmática, ou seja, o ideal é testar, fazer experiências.

Nessa primeira parte de nosso texto, abordarei as principais informações acerca do quadro de horários. Na semana que vem, comentarei sobre o ciclo de estudos. Já anote em sua agenda o nosso compromisso!

Vamos lá!?

No quadro de horários de estudo devem ser inseridas, inicialmente, todas as atividades que são realizadas durante a semana, conforme seus horários. Aqui é fundamental filtrar as atividades que são inadiáveis (devem obrigatoriamente ser realizadas) e aqueles que são dispensáveis (podem aguardar um pouco). Isso é muito relevante para sabermos exatamente qual tempo para estudar nós teremos. E mais, quando vamos estudar para concursos, precisamos canalizar, no que possível, nosso tempo para esse projeto. É necessário abrir mão de algumas tarefas em prol do objetivo maior.

Vamos imaginar a rotina hipotética do concursando Winner. Por exemplo:

Horários

Segunda-feira

Terça-feira

Quarta-feira

Quinta-feira

Sexta-feira

Sábado

Domingo

6-8

Acorda/cuidados pessoais/café da manhã/

Acorda/cuidados pessoais/café da manhã/

Acorda/cuidados pessoais/café da manhã/

Acorda/cuidados pessoais/café da manhã/

Acorda/cuidados pessoais/café da manhã/

Acorda/cuidados pessoais/café da manhã/

Acorda/cuidados pessoais/café da manhã/

8-10

Academia/estudos

Academia/estudos

Academia/estudos

Academia/estudos

Academia/estudos

Academia/estudos

Dia de descanso

10-12

Estudos

Estudos

Estudos

Estudos

Estudos

Estudos

Dia de descanso

12-14

Almoço

Almoço

Almoço

Almoço

Almoço

Almoço

Dia de descanso

14-16

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Dia de descanso

16-18

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Dia de descanso

18-20

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Trabalho

Dia de descanso

20-22

Jantar/estudos

Jantar/estudos

Jantar/estudos

Jantar/estudos

Jantar/estudos

Jantar/estudos

Dia de descanso

22-24

Estudos/dormir

Estudos/dormir

Estudos/dormir

Estudos/dormir

Estudos/dormir

Estudos/dormir

Dia de descanso

Pela análise do quadro, já sabemos em que horários poderão ocorrer os estudos. Agora, deve-se inserir as matérias em cada dia/horário de estudo. O nosso hipotético candidato Winner tem, aproximadamente, 5 horas diárias para estudar. (30 horas de estudos semanais) Agora, precisamos lançar as matérias que devem ser estudadas em cada período destinado ao estudo. Ao elaborar o quadro, lembre-se do tempo destinado aos deslocamentos, bem como das pausas durante os estudos (o ideal é dar uma parada de 5 a 10 minutos, a cada hora de estudo).

Nessa fase, algumas cautelas devem ser adotadas. As matérias serão aquelas que estão no edital (seja o publicado ou o que tenha sido realizado anteriormente, ou, ainda, algum similar).
Vamos pegar, como exemplo, o concurso da Câmara Legislativa do DF, o qual está na iminência de publicação. (ótima oportunidade, heim!?).

Nesse caso, utilizaremos as matérias que foram exigidas no edital passado. (embora possa haver mudanças no novo edital, no geral, é mantida grande parte do conteúdo anteriormente exigido)
Pegaremos as matérias para o cargo Técnico Legislativo – Categoria – Técnico Legislativo. Destaco que, como regra, no desenvolvimento do projeto, todas as matérias devem ser estudadas. O concursando não pode simplesmente dizer “dessa matéria eu não gosto, não vou estudar”. Isso não pode! Se vai ser exigida na prova, “faça as pazes” com essa matéria e rumo ao objetivo.

Conhecimentos Básicos (CB)
– Língua Portuguesa
– Matemática
– Informática

Conhecimentos Específicos (CE)
– Direito Constitucional
– Direito Administrativo
– Processo Legislativo

No edital passado, do total de 120 questões, 50 foram reservadas a CB (41,7%) e 70 para CE. (58,3%)
Perceba! Embora todas as questões da prova tivessem o mesmo peso (cada questão 1 ponto), o fato de quase 60% da prova ser destinado ao conhecimento específico deve ser refletido no preenchimento do quadro de horários.

Em tese, 41,7% (aproximadamente, 12 horas) do tempo de estudo deveria ser destinado ao CB. E 58,7%, ao CE. (aproximadamente, 18 horas) Note: não vamos, pura e simplesmente, dividir a quantidade de matérias pelo tempo. (5 horas para cada matéria) Precisamos levar em conta esses fatores.

Nessa linha, alguns pontos ainda devem ser ressaltados. Vejamo-los.

Vamos imaginar que o candidato Winner domine Língua Portuguesa, Direito Administrativo e Informática, entretanto tenha muita dificuldade em Matemática, Direito Constitucional e em Processo Legislativo.

Nesse caso, ele deve priorizar as matérias com as quais tem mais dificuldade. Isso significa que elas receberão maior tempo de estudo do que as outras em que ele já domina. É possível, ainda, que o edital defina pesos diferentes. (ESAF, por exemplo) Também podemos estabelecer o peso levando em conta a quantidade de questões que são cobradas. (Português, geralmente, possui mais questões do que informática) (vamos, aqui, atribuir um peso para cada matéria levando em conta o grau de dificuldade).

Poderia ficar assim, por exemplo:

Matérias

Peso (grau de dificuldade)

Tempo de estudo

(aproximado)

  • Língua Portuguesa

1

2:40

  • Matemática

3

8:00

  • Informática

1

2:40

  • Direito Constitucional

2

5:20

  • Direito Administrativo

1

2:40

  • Processo Legislativo

3

8:00

Nesse exemplo hipotético, em cada semana, deveriam ser estudadas as matérias nas quantidades de horas indicadas. (estudo aqui envolvendo teoria, exercícios e revisão). Destaca-se que nas matérias em que houver um maior domínio, deve-se priorizar o estudo por meio de exercícios, recorrendo à teoria para tirar dúvidas pontuais.

Agora que já sabemos a quantidade semanal de horas, bem como a quantidade de horas por disciplina, precisamos lançar as matérias em nosso quadro semanal.

Mas…em que ordem devemos estudar as disciplinas? Devo estudar uma disciplina até finalizá-la para começar outra? Ou posso estudar todas conjuntamente?
Olha só! Embora haja certa divergência acerca desses pontos, predomina o seguinte:

1º – estude todas as disciplinas conjuntamente;
2º – na medida do possível, insira disciplinas bem distintas na sequência de temas a ser estudados. Por exemplo: Português, Direito Constitucional, Informática, Processo Legislativo, Matemática.

Isso ajuda bastante na absorção dos temas.

Nessa metodologia, em cada dia da semana, você estuda apenas as matérias reservadas para aquele dia. (por exemplo, Língua Portuguesa toda segunda-feira). Um ponto negativo é que, se houver um imprevisto que impeça o estudo na segunda-feira, essa matéria somente poderá ser estudada na semana seguinte. (no método do ciclo de estudos, essas situações são minimizadas, conforme veremos na próxima semana).

Com o quadro de estudos elaborado, nada mais de ficar se perguntando o que estudou ou o que estudará. Tudo estará consolidado. Agora, mãos à obra. Disciplina, perseverança e foco. Há muitas vagas “carentes” por falta de um titular.

Destaco que nós falamos aqui de uma organização semanal, mas é possível já elaborar o quadro para o mês todo, ou mesmo para todo o período entre a publicação do edital e a aplicação da prova.

Por fim, é muito importante que haja prudência na definição do tempo de estudos. Não adianta colocar promessas que não poderão ser cumpridas. Seja realista. Outra coisa: se está iniciando os estudos agora, comece com uma carga menor, aprenda a desenvolver o projeto, e vá aumentando gradativamente. Lembre-se que nem sempre longas horas de estudos representam, na mesma, proporção, aprendizado. Trabalhe dentro de sua realidade.

É isso, por hoje.

Na semana que vem, falaremos do método ciclo de estudos. Até lá.

Sucesso!

Wellington Antunes


Wellington AntunesWellington Antunes é professor de Direito Constitucional, Licitações, Contratos e Convênios. Servidor Efetivo do MPU. Aprovado para Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados/2014 (aguardando nomeação) Aprovado para Analista de Finanças e Controle da CGU (aguardando nomeação). Graduado em Administração Pública. Pós Graduado em Direito Administrativo no IDP (Especialista). Instrutor interno do MPU (atuante na área de Licitações e Contratos, entre outras funções – pregoeiro, elaboração de Editais, Projetos Básicos e Termos de Referência, instrução de processos de dispensa e de inexigibilidade)”

 


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