O pedido de autorização do concurso público para os cargos de analista, técnico e procurador do Banco Central (Concurso Bacen 2017) teve dois novos andamentos dentro do Ministério do Planejamento, sendo concluído pelos Diretores da Secretaria Executiva na tarde da última quinta-feira, dia 16 de junho.
A solicitação é para o preenchimento de 990 vagas nos próximos dois anos, sendo 150 de técnico (de nível médio; com remuneração inicial de R$ 6.463,44), 800 de analista (superior; R$ 16.286,90) e 40 de procurador (superior; R$ 17.788,33). A demanda visa ao preenchimento de metade das vagas em 2017 (495) e metade em 2018.
De acordo com dados divulgados pela própria autarquia, o banco fechou o ano de 2015 com 316 servidores a menos do que quando o último concurso foi solicitado, em 2012. Isso significa que a seleção aberta em 2013, que teve oferta inicial de 515 vagas, não foi suficiente sequer para suprir as saídas que ocorreram desde a solicitação anterior, principalmente em razão de aposentadoria.
Caso sejam incluídas na Lei Orçamentária de 2017, a autorização do concurso poderá sair ainda neste ano, mas as nomeações somente começariam a partir do ano que vem, conforme acordado no pedido. A medida não cria novas vagas na estrutura do órgão. É apenas para repor o quadro de servidores, desfalcado com pedidos de exoneração e aposentadorias.
De acordo com a lei, a instituição, o órgão deveria contar com um efetivo de 6.470 servidores, entre técnicos, de nível médio, e analistas e procuradores, ambos de nível superior. O que se vê no dia a dia da entidade, porém, é um quadro composto por 4.187 funcionários ativos, sobrecarregados pela falta de concursos públicos regulares para repor a mão de obra que se aposenta. Com um total de 2.283 cargos vagos, o Bacen enfrenta uma realidade fora do contexto nacional, pois esse déficit de pessoal, da ordem de 37%, prejudica suas atividades.
A maioria dos cargos vagos é para a posição de analista (1.893), seguida da carreira de técnico (269) e procurador (121). Além disso, em torno de 600 servidores já reúnem condições de se aposentar e podem deixar o banco a qualquer momento. O excesso de aposentadorias foi o principal responsável pelo desmanche do efetivo do BC nos últimos anos, fazendo com que diversas atividades deixem de ser desenvolvidas, em função da falta de pessoal.
O cargo de técnico do BC tem requisito de ensino médio completo (há projeto de lei propondo exigência de nível superior) e remuneração inicial de R$ 6.463,44. Para ser analista, é necessário possuir formação superior, que pode ser em qualquer área. Já o cargo de procurador é voltado aos advogados com experiência mínima de dois anos de prática forense. No caso dos dois últimos, os iniciais são de R$ 16.286,90 e R$ 17.788,33, respectivamente. Os valores informados para técnico e analista valerão a partir de agosto, conforme acordo salarial celebrado com o governo. Em todos os casos, as contratações são pelo regime estatutário (estabilidade) e as remunerações já incluem o auxílio-alimentação, de R$ 458.
O risco de RH vivido pelo BC, como vem sendo chamada a situação pela qual o banco passa, evidencia e necessidade de novo concurso o mais rápido possível. O mais provável é que isso aconteça até o fim deste ano, uma vez que não há concursos vigentes e o órgão tem tradição de chamar novos certames a cada 4 anos. Por ser um concurso de alto nível e reunir um grande número de candidatos, é recomendando aos interessados em ingressar no BC que iniciem o quanto antes os estudos, tomando como base o programa do concurso anterior, realizado em 2013. Sendo assim, vamos analisar as oportunidades que deverão ser abertas e todos os detalhes da Carreira de Especialista do Banco Central do Brasil.
Atribuições dos cargos previstos e requisitos:
- Analista do Banco Central do Brasil
Requisitos: independentemente da área, é necessário diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de nível superior, em qualquer área, fornecido por instituição de ensino superior autorizada ou credenciada pelo Ministério da Educação (MEC)
Atribuições: ao cargo de Analista do Banco Central do Brasil correspondem as atribuições previstas no artigo 3º da Lei nº 9.650, de 1998, a seguir especificadas: I – formulação, execução, acompanhamento e controle de planos, programas e projetos relativos a: a) gestão das reservas internacionais; b) políticas monetária, cambial e creditícia; c) emissão de moeda e papel-moeda; d) gestão de instituições financeiras sob regimes especiais; e) desenvolvimento organizacional; e f) gestão da informação e do conhecimento. II – gestão do sistema de metas para a inflação, do sistema de pagamentos brasileiro e dos serviços do meio circulante. III – monitoramento do passivo externo e a proposição das intervenções necessárias, e outras.
- Técnico do Banco Central do Brasil
Requisitos: independentemente da área, é necessário certificado, devidamente registrado, de conclusão de nível médio completo, fornecido por instituição de ensino reconhecida oficialmente pelo órgão competente.
Atribuições: ao cargo de Técnico do Banco Central do Brasil correspondem as atribuições previstas no artigo 5º da Lei nº 9.650, de 1998, a seguir especificadas: I – desenvolvimento de atividades técnicas e administrativas complementares às atribuições dos Analistas e Procuradores do Banco Central do Brasil. II – apoio técnico-administrativo aos Analistas e Procuradores do Banco Central do Brasil no que se refere ao desenvolvimento de suas atividades, e outras.
- Procurador do Banco Central do Brasil
Requisitos: diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação de nível superior de bacharelado em Direito, fornecido por instituição de ensino superior credenciada pelo Ministério da Educação (MEC), inscrição na OAB e comprovação de, no mínimo, dois anos de prática forense.
Atribuições: ao cargo de Procurador do Banco Central do Brasil correspondem as atribuições previstas na legislação pertinente, em especial aquelas de que trata o art. 4º da Lei nº 9.650, de 27 de maio de 1998, quais sejam: I – a representação judicial e extrajudicial do Banco Central do Brasil; II – as atividades de consultoria e assessoramento jurídicos ao Banco Central do Brasil; III – a apuração da liquidez e certeza dos créditos, de qualquer natureza, inerentes às suas atividades, inscrevendo-os em dívida ativa, para fins de cobrança amigável ou judicial; e IV – a assistência aos administradores do Banco Central do Brasil no controle interno da legalidade dos atos a serem por eles praticados ou já efetivados
Progressão
O candidato aprovado no próximo concurso para as carreiras de técnico e analista do Bacen terá as atribuições da Classe A. Mas além das classes, os candidatos são postulados a um outro título dentro de uma classe, ou seja, ingressarão na Classe A padrão I, com exceção do posto de procurador, que ingressará na segunda categoria, conforme abaixo:
Entendendo…
Explicando melhor, cada ano equivale a um padrão. Anualmente os candidatos que ingressarem, serão avaliados e caso isso ocorra de forma positiva, acontecerá a progressão para o padrão posterior. Cada classe é composta por padrões e, ao final de alguns anos, os aprovados passarão de uma classe para outra. Isso acontecerá até que se chegue última classe e padrão, cerca de 13 anos, quando o servidor fará parte da Classe Especial – Padrão IV.
A promoção é a movimentação do servidor do último padrão de uma classe para o primeiro padrão da classe seguinte, observado o interstício de um ano em relação à progressão funcional imediatamente anterior, dependendo, cumulativamente do resultado de avaliação formal de desempenho e da participação em curso de aperfeiçoamento oferecido, preferencialmente, pelo órgão, na forma prevista em regulamento.
Evolução remuneratória: Consequentemente, os valores da remuneração aumentarão. Ganhando inicialmente até R$ 18 mil, o servidor chega a classe especial com até de R$ 23, conforme abaixo:
Os servidores contam ainda auxílio alimentação de R$ 458. Quem tem filho tem direito ainda a auxílio-creche de R$ 321. Há também benefícios como adicional de qualificação e adicional de cursos de capacitação.
Jornada de Trabalho: Os editais preveem 40 horas semanais. A definição do horário de entrada e saída é flexível, e varia conforme o setor de lotação.
Lotação: Os recém-concursados são lotados em unidades com necessidade de pessoal do Bacen em todo o país. O último edital ofereceu vagas para Belém, Brasília, Porto Alegre, São Paulo e Salvador.
Organizadora e etapas: Os concursos do Bacen não têm uma organizadora específica, sendo o último realizado pela principal banca do país, o Cespe/UnB, e demais pela Fundação Cesgranrio, Escola de Administração Fazendária (Esaf) e Fundação Carlos Chagas (FCC). As seleções compreendem prova objetiva e discursiva. Além desta etapa, há também avaliação de títulos, somente para os cargos de Analista e Procurador, prova oral para procurador, compondo a primeira etapa. Já a segunda etapa do concurso consiste de Programa de Capacitação, para os cargos de Analista, Técnico e Procurador, exigindo dos candidatos um altíssimo nível de preparação e um estudo pré-edital de muita dedicação.
Aplicação das provas: As provas do concurso costumam ser aplicadas em Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Brasília/DF, Curitiba/PR, Fortaleza/CE, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA e São Paulo/SP.
Demanda por servidores é alta: O excesso de aposentadorias, como já mencionado, foi o principal responsável pelo desmanche do efetivo do BC nos últimos anos, fazendo com que diversas atividades deixem de ser desenvolvidas, em função da falta de pessoal. O temor dos sindicatos dos servidores do banco é que a defasagem possa se agravar a ponto de atingir atribuições prioritárias, como a formulação da política monetária, que demanda a realização de uma série de pesquisas. Veja abaixo a situação.
Concorrência
Sempre muito disputados, os concursos para técnicos, analistas e procuradores do Bacen atraem muitos candidatos. Veja abaixo a relação de inscritos nos dois últimos concursos:
2013 (Cespe/UnB): Oferecendo 500 vagas de técnico e analista, concurso do Banco Central registrou o total de 89.052 inscritos. A concorrência geral foi de 178 candidatos por vaga. Para o cargo de técnico, a disputa foi mais acirrada, pois houve 478 pessoas disputando cada uma das 100 vagas (total de 47.800). Para o cargo de analista, que ofereceu 400 vagas, a concorrência geral foi de 103 pessoas por vaga (total de 41.200).
Para o cargo de técnico, a concorrência foi maior na área 1 (suporte técnico-administrativo): 524 pessoas para 78 vagas. Na área 2 (segurança institucional), que ofereceu 22 vagas, a concorrência foi de 311 pessoas por vaga. Para o cargo de analista, a área 1 (análise e desenvolvimento de sistemas) foi a mais disputada, com 221 pessoas concorrendo a 15 vagas. A área 4 (contabilidade e finanças) foi a que registrou menor concorrência, com 63 candidatos para 117 vagas.
Já para procurador, foram ofertadas 15 vagas e houve a participação de 5.349 inscritos (356,60 candidatos por vaga).
2009 (Fundação Cesgranrio): A concorrência foi alta e maior que a do concurso de 2013. Foram 244.401 candidatos inscritos. Do total, 54.747 concorreram ao cargo de analista e 189.654 disputara uma das vagas de técnico. O concurso ofereceu 500 vagas, sendo 350 para o cargo de analista e 150 para técnico. Veja abaixo a relação completa de inscritos no concurso de 2009.
2009 – Procurador (Cespe/UnB):
Histórico de nomeações
O concurso sempre nomeia um grande quantitativo de candidatos aprovados. Trazemos mais uma vez como base os dois últimos editais (2012 e 2007).
2013: Oferecendo 500 vagas em edital, foram convocados mais de 750 candidatos, sendo a maioria para o posto de analista, seguido do posto de técnico. Já para procurador todas as 15 vagas do edital foram preenchidas, além de adicionais.
2009: Oferecendo também 500 vagas em edital, foram mais de 630 nomeações para técnicos, analistas e procuradores. Os três concursos já nomearam todos os aprovados em relação às vagas oferecidas nos editais – 350 para analista, 150 de técnico e 20 de procurador, além de mais 83 para analista, 37 para técnico e 10 para procurador, todas adicionais.
Dicas para o início dos estudos
Nesta fase inicial de estudos é importante que o candidato entenda a banca dos últimos concursos e para isso pesquise sobre o examinador, conheça sua história, descubra suas tendências. Uma forma de conhecer a banca examinadora é refazer provas anteriores, disponíveis nos sites. Assim, é possível assimilar o modelo de avaliação.
É importante, antes de começar a estudar, planejar o estudo, para que não haja perdas de tempo e esforços desnecessários. Estudar para concursos exige eficiência, pois o tempo é o recurso mais precioso de todos. Quem se preparar com as melhores fontes (livros, cursos, aulas) estará na frente dos demais candidatos.
No último concurso para técnico, realizado em 2013, pelo Cespe/UnB, o programa foi considerado bastante equilibrado e tal equilíbrio se refletiu na cobrança feita na prova, com questões bem distribuídas entre as matérias. Com relação ao peso das disciplinas, na prova de Conhecimentos Básicos, idêntica para as duas áreas de atuação do cargo – Suporte Técnico Administrativo e Segurança Institucional -, o destaque foi Português, concentrando um terço dos pontos. As demais matérias dividiram de forma proporcional o restante da pontuação.
Na parte específica, cada matéria da área de administrativa ficou com um terço dos pontos, enquanto que na área de segurança Gestão de Riscos, Continuidade de Negócios e Inteligência teve um peso menor que as outras duas matérias, que dividiram quase que igualmente o restante da pontuação, apontou o especialista. De uma forma geral, todo o conteúdo de todas as matérias foram cobrados. Tal fato deixa um alerta importante para o candidato: não adianta escolher assuntos do edital para estudar e deixar outros de lado. Tudo foi cobrado e isso exige um estudo completo dos conteúdos programáticos.
A preparação para concursos públicos, seja qual for, exige cada vez mais um maior grau de comprometimento. E tratando-se de um concurso como o do BC, além de planejada, a preparação precisa ser focada, direcionada e objetiva. Saber dividir o tempo de forma proporcional à cobrança; fazer revisões constantes; elaborar resumos; saber quando é a hora de fazer simulados e exercícios gabaritados e comentados; dentre outros aspectos; é crucial na preparação daqueles que vão conseguir uma das vagas. E no que diz respeito à divisão do tempo de estudo entre as disciplinas.
Detalhes:
- Concurso: Banco Central (Bacen)
- Banca organizadora: a definir
- Cargos: Técnico; Analista; Procurador
- Número de vagas: a definir
- Remuneração: Até R$ 17 mil
- Escolaridade: níveis médio e superior
- Situação: Previsto
- Previsão p/ publicação do edital: 2016-2017
- Link do último edital
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