Equilíbrio: mito ou verdade?

O equilíbrio é realmente possível ou apenas uma ilusão? Descubra neste artigo como ele impacta nossas vidas.

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Atingir o equilíbrio pode parecer uma meta inalcançável. Para muitos de nós, o peso da desarmonia se torna um fardo que lutamos para carregar. Paradoxalmente, a tentativa quase desesperada de retomar o prumo pode nos desequilibrar ainda mais. O tique-taque do relógio soa implacável, e a lista de prioridades cresce a ponto de ser difícil identificar o que realmente merece atenção. Com isso, surgem as dores de cabeça e a sensação de descontrole e impotência. Acabamos estressados, ansiosos e sobrecarregados.

Mas a pergunta crucial é: existe, de fato, um estado de pleno equilíbrio?

Antes de tudo, é preciso esclarecer: equilíbrio não é sinônimo de estabilidade. A estabilidade é um estado de permanência e constância, em que as mudanças são mínimas ou inexistentes. Envolve previsibilidade. No entanto, já adianto, trata-se de uma grande ilusão. Mesmo quem atinge, por exemplo, a estabilidade financeira em um cargo público, continua sujeito a mudanças inesperadas. Ora, se são essas surpresas do destino que fazem da vida a experiência incrível que ela é, sejamos sinceros: teria a mesma graça sem elas?

Não, felizmente viver é uma sucessão de experiências desafiadoras, e é nesse contexto que entra a noção de equilíbrio. Viver é como caminhar em corda bamba: a cada passo, ajustamos nosso centro de gravidade, pé ante pé, apenas para, concluindo a travessia, retomar o fôlego e enfrentar a próxima. Apesar do medo de cair, o importante é continuar em movimento. O equilíbrio não é, portanto, o objetivo, mas o meio. O objetivo real é chegar ao outro lado.

A ideia de equilíbrio absoluto, então, embora atraente, requer cautela. Costumo dizer aos colaboradores do Gran que não existe uma divisão clara entre “vida pessoal” e “vida profissional”. Ambos são aspectos de uma única existência que inevitavelmente colidem e se influenciam. Tentar criar uma separação perfeita entre esses âmbitos pode, na verdade, gerar mais desarmonia. O equilíbrio não é um estado fixo, mas um processo dinâmico que se ajusta conforme as circunstâncias. Às vezes, é preciso dar atenção a algo mais urgente, mesmo que isso implique comprometer o tênue equilíbrio que ainda existia em nossa rotina.

Percebe como o equilíbrio que tanto buscamos parece estar no ato de saber priorizar? Cada fase da vida tem suas próprias urgências, e é para elas que devemos direcionar nossos esforços no momento. Nesse sentido, o que muitos chamam de “desequilíbrio” pode ser visto como clareza de propósito. Feliz de quem compreende que a vida é feita de escolhas.

Para o concurseiro, por exemplo, o foco é a preparação. Ele precisa ter isso em mente e, acima de tudo, estar em paz com essa realidade. A jornada rumo à aprovação não se constrói sobre uma base de harmonia estática; ao contrário, ela exige sacrifícios. Mas quem disse que renunciar a algo aqui e ali é algo ruim? Na verdade, as privações de hoje são investimentos invisíveis na pessoa que estamos nos tornando.

Saiba que a dor da renúncia faz parte do processo de transformação e refinamento que você deve atravessar, qualquer que seja o seu propósito. A inquietação é um sinal de que você está saindo da sua zona de conforto, e essa saída é essencial para que algo grandioso aconteça. Há uma frase que resume bem essa ideia: “O que não nos desafia, não nos transforma.” 

Pensar em equilíbrio como algo imutável é ignorar que passamos por ciclos em nossa longa trajetória na Terra. Hoje, você pode estar na fase de semeadura. O terreno que você cultiva com esforço e dedicação agora trará frutos no futuro. O equilíbrio, em tal contexto, não será encontrado no dia a dia, mas no devido tempo, quando as renúncias de ontem fizerem sentido diante dos resultados alcançados.

Antes disso, ele se revelará em pequenos momentos de paz em meio ao caos, em breves instantes de clareza que lhe mostrarão que você está no caminho certo. Fique atento aos sinais. Em meio à aparente desordem a sua volta, apoie-se nesses efêmeros pontos de equilíbrio para encontrar forças e seguir em frente.

Em resumo, não se cobre demais para equilibrar todas as áreas da sua vida ao mesmo tempo. Se até na natureza há um tempo para plantar e outro para colher, por que seria diferente com você? Priorize o que precisa ser priorizado e acalme seu coração. Ainda que as consequências imediatas dessa decisão lhe pareçam terríveis, tenha em mente que no tempo certo tudo melhorará.

Reforço: o equilíbrio vem da aceitação das nossas escolhas e da compreensão de que sacrifícios são necessários quando tentamos nos transformar em nossa melhor versão. O equilíbrio está em acolher a si mesmo nas fases mais difíceis desse processo de mudança. Então, amigo leitor, amiga seguidora, não tenha medo de desequilibrar-se de vez em quando. Isso faz parte do crescimento, da construção de algo maior. Confie no seu caminho, ajuste seu passo quando necessário, e lembre-se: o equilíbrio real é aquele que nos mantém em movimento, rumo ao nosso melhor.

Gabriel Granjeiro

Presidente e sócio-fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 15 anos. É autor de livros e artigos que já foram lidos por mais de 1 milhão de pessoas e formou-se com honors em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business.

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