Poucas criações do homem agradam tanto quanto a música! É um poderoso instrumento em diversas fases de nossas vidas. Existe música para tudo: relaxar, namorar, animar, emocionar ou aprender. Eu, particularmente, sou suspeito para falar desse assunto. Sou apaixonado por diversos tipos de canções e composições. E é de berço; meu avô tocava viola, e foi dele que ganhei o primeiro violão, aos 10 anos de idade. De lá para cá, passeei por vários gêneros musicais e cheguei a uma conclusão: não existe música ruim! Existem, sim, aquelas de que não gosto! Mas, com certeza, alguém no mundo é feliz com aquelas que me desagradam!
Já há bastante tempo incluo a música em meus projetos acadêmicos e profissionais. No trabalho de conclusão do meu curso de Letras, na Universidade de Brasília, fiz a análise das preposições presentes em canções de Tião Carreiro e Pardinho. E nem a escolha dos artistas foi aleatória. Há justificativa teórica e ideológica para isso. O que posso garantir é que canções – independentemente de gênero – são um ambiente extremamente profícuo para a identificação de propriedades do nosso vernáculo!
Para o programa desta semana, escolhi uma música que é tocada com frequência em rádios e festas: fiquei sabendo, do conjunto Aviões do Forró. Sempre que ouço uma composição, atento-me a estruturas gramaticais que possam colaborar com minhas aulas. E percebi, logo nos primeiros versos, algo que merece minha atenção: o pronome relativo, assunto frequente em diversos certames. E essa inspiração veio quando eu havia terminado uma aula destinada a candidatos que estão se preparando para o concurso do CBMDF. A banca organizadora é a IDECAN, que tem paixão incontrolável por esse conteúdo.
Primeiramente, é necessário entender que pronome é definido como palavra que tem a função de acompanhar ou substituir substantivos. Aquele é chamado de pronome adjetivo; este, pronome substantivo. O pronome relativo desempenha apenas papel de pronome substantivo, e é introdutor de oração subordinada adjetiva. Vejamos:
Ex: As músicas que foram escritas por Chico agradam-me muito.
Nesse exemplo, temos duas orações: “as músicas agradam-me muito” e “que foram escritas por Chico”. Perceba que a segunda oração tem a função de caracterizar o substantivo “música” (não se fala de músicas quaisquer, mas daquelas que foram escritas por Chico); por essa razão, é classificada como oração subordinada adjetiva (já que adjetivo é o termo que caracteriza um substantivo). O “que” que a introduz é um pronome relativo da língua portuguesa. Outro teste comumente adotado é a substituição do “que” por “o qual, a qual, os quais ou as quais”. Caso a troca seja válida, classifica-que o “que” como pronome relativo.
Ex: As músicas as quais foram escritas por Chico agradam-me muito.
Na música, há um trecho que possui tal vocábulo:
Ouvi falar que você está de namorado novo,
Mas é só passatempo, para não ficar sozinha,
Porque seu coração bate por outro cara que sou eu.
Veja que a oração “que sou eu” funciona como um caracterizador do substantivo “cara”. Além disso, seria gramaticalmente possível escrever “seu coração bate por outro cara o qual sou eu”. Temos, portanto, um pronome relativo, introdutor de oração subordinada adjetiva.
Como eu havia dito, o pronome relativo é sempre usado para substituir um substantivo. No primeiro exemplo, ele é usado para retomar e substituir o termo “músicas”. Na música, para retomar e substituir “cara”. Por esse motivo, o pronome relativo possui função e classificação sintática. Ele pode ser sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, entre outras. E essa é uma abordagem também muito explorada pelos examinadores em questões de provas.
Todavia, para saber mais, você deverá assistir ao sexto episódio de Na Ponta da Língua, que vai ao ar sexta-feira (19 de agosto de 2016), às 12h, no canal do YouTube do Gran Cursos Online! Espero você, com muito forró e pronome!
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Elias Santana é Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por esta razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
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