A palavra “capricho” tem dois significados antagônicos. Pode denotar alteração repentina de comportamento, vontade súbita e injustificada de fazer algo de um determinado jeito. Nesse caso, trata-se de birra ou veneta mesmo; aquele comportamento que percebemos numa pessoa que do nada muda de ideia e passa a perseguir outro projeto, ignorando por completo o que o bom senso dita. Esse é o sentido, digamos, ruim do termo, mas há outro, positivo, em que ele é sinônimo de esmero, primor, cuidado, zelo para com algo. É sobre esse que quero conversar com você hoje.
Não sei se já deu para notar, mas sou do tipo sistemático. Tanto em casa como no escritório, sou muito, muito detalhista, além de extremamente metódico, esteja eu participando de uma reunião importante no trabalho ou malhando na academia; cuidando das plantas no jardim ou da limpeza e manutenção do meu carro. Tudo que faço, faço com capricho. Procuro dar o meu melhor sempre. Dá trabalho? Dá. Exige esforço e obstinação? Exige. Sou assim por me preocupar com opinião dos outros? Não, apenas sinto que é o certo a ser feito. A minha consciência não me deixa agir de outra forma, entende?
Aprendi que um grande incêndio não começa grande, mas com uma pequena faísca, uma centelha, uma fagulha. A vida me ensinou que mesmo o hábito mais consolidado pode se perder quando passamos a desdenhar de agir com atenção aos menores detalhes e nos tornamos menos diligentes. Isso vale para a família, para a igreja, para a empresa, para o grupo de amigos. É simples: basta começar a desmerecer o esmero nas pequenas coisas, que as médias e grandes nunca darão o ar da graça.
Como empreendedor, sou ainda mais exigente. Faço questão de me cercar de gente caprichosa, que entrega o seu melhor logo na primeira vez que apresenta um trabalho, um projeto, um plano, um relatório. Nada como lidar com profissionais assim, que têm zelo pelo que fazem e atuam com dedicação e cuidado, a fim de superar a expectativa do outro. Isso faz toda a diferença para quem almeja ser e oferecer o melhor.
Aliás, confesso que estou ficando cada dia mais chato em relação a isso. Posso dizer que, hoje, ao contratar alguém, seja para integrar a equipe do Gran, seja para trabalhar lá em casa, o que mais observo no candidato é se ele é caprichoso. Um pedreiro que entrega um serviço bem-feito e ainda deixa tudo limpo e organizado no fim, por exemplo, ganha minha confiança na hora. Enfim, aprecio quem trabalha com esmero, depositando amor e carinho em tudo que faz. Como dizia o grande Steve Jobs, o objetivo é ser “um padrão de qualidade”.
A propósito, certa vez o cofundador da Apple foi questionado por um engenheiro de produção da empresa acerca da “excessiva” preocupação que tinha em relação ao interior dos equipamentos e aparelhos que produziam. Ora, se aquela era a parte invisível do produto, quem ligava se seria bem-acabada ou não? Jobs nem titubeou. “Eu estou vendo a aparência, e isso basta”, disse. Pois bem, quem é cliente da Apple – e mesmo os haters da marca – reconhece a qualidade dos seus produtos e o capricho com que são feitos. Não à toa, quem compra um iPhone tem vontade de guardar até a embalagem, de tão caprichada nos detalhes que ela é. Também não por coincidência, a empresa da maçã é a mais valiosa do mundo.
É disto que estou falando: de fazer tudo com esmero, em busca de um padrão de qualidade alto, confiando no valor que isso agregará ao produto do seu esforço. Não se trata de buscar a qualquer custo a perfeição, até porque ela não existe – sem contar que perfeccionismo e paz de espírito são mutuamente excludentes. Então o que estou sugerindo? Nada além do que o filósofo Mário Sergio Cortella já propôs: que você dê “o seu melhor, na condição que você tem, enquanto não tem condições melhores, para fazer melhor ainda”.
Em tempo, a experiência também me ensinou que a vida não é uma emergência; ela segue seu curso mesmo quando as coisas não saem como planejadas. Ciente disso, continuo me empenhando ao máximo em cada uma das minhas tarefas, mas dentro das minhas possibilidades e com tranquilidade. Se até Madre Tereza dizia que tudo que podemos fazer na Terra são pequenas coisas com muito amor, quem sou eu para discordar dela?
O que é importa de verdade, em matéria de capricho e esmero, é que você, amigo leitor, esteja dando o máximo de si e caminhando na direção correta. Podemos não ser perfeitos de fato, mas é bom sermos vistos como caprichosos.
Cada oportunidade é uma chance de mostrarmos a melhor versão de nós mesmos. Apenas idiotas egocêntricos pensam que são bons demais para o que quer que a sua posição atual exija. Seja lá o que enfrentemos, nosso dever é responder com trabalho duro, honestidade, capricho e disposição para contribuir com excelência.
Sigo caprichando daqui, esperando que você, independentemente do papel que esteja exercendo, aja da mesma forma daí.
“Tudo que é feito corretamente, por mais humilde que seja, é nobre.” – Sir Henry Royce (1863-1933), pioneiro da indústria automobilística
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