Tinha apenas 12 anos de idade. Voltava de uma aula de francês, quando me deparei com a seguinte pergunta: “você já pensou em ser diplomata”? Era uma colega que estudava comigo o idioma de Proust.
Já tinha ouvido falar, claro, da carreira diplomática, mas não tinha muita ideia de como seria a rotina de um profissional do serviço exterior brasileiro. É verdade que eu havia tomado gosto por aprender línguas – tinha alguma fluência em inglês e iniciava o estudo de francês porque a disciplina era ensinada na nova escola em que ingressara – e foi exatamente por isso que veio a sugestão daquela minha colega.
“Diplomata ganha em dólar, conhece o mundo todo e vive em festas!”, dizia ela. Fiquei encantado, porém eu não dispunha do fácil acesso à informação que nos proporciona hoje a Internet para comprovar se o que ela dizia era verdade. Comecei a pesquisar tudo o que achava em jornais e revistas sobre a carreira. Montei uma pasta volumosa que guardo até hoje.
A realidade que conheci muitos anos mais tarde me fez ver que há, sim, certo exagero em dizer que o diplomata vive cercado de glamour. O respeito que a sociedade brasileira tem pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) vem pelo resultado do bom trabalho que lá é produzido por seus profissionais.
Todo diplomata do Brasil tem a responsabilidade de manter uma longa tradição de excelência, mas o trabalho que enfrenta para isso é bastante árduo. Em média, demora 30 anos para sair do cargo inicial de Terceiro-Secretário até chegar ao último – Ministro de Primeira Classe, mais conhecido como Embaixador. A escada de ascensão profissional tem como degraus intermediários as funções de Segundo-Secretário, Primeiro-Secretário, Conselheiro e Ministro (de Segundo Classe).
Obviamente, não é preciso ser Embaixador para exercer um papel relevante no Itamaraty, apelido que ganhou o Ministério por conta do negociante português Francisco José da Rocha Leão, que recebera o título de Conde de Itamarati e foi proprietário do palácio no Rio de Janeiro batizado com seu nome e que entre 1899 e 1970 foi sede do MRE.
Não cheguei ainda à metade de minha carreira e já tive a oportunidade de fazer muita coisa interessante: servi por 3 anos na Embaixada do Brasil em Buenos Aires e outros 3 em Washington, fiz missões transitórias de alguns meses a Paris e Montevidéu, missões eventuais (de poucos dias) por países de todos os continentes e ainda trabalhei no Brasil com temas acadêmicos, promoção comercial, turismo e até transporte coletivo (em período de empréstimo para o Governo do Distrito Federal).
Para chegar lá, porém, a caminhada começa com o concurso público. Difícil para o aspirante a diplomata pensar que será um dos 30 aprovados entre milhares de candidatos, como deverá ocorrer no próximo exame, mas a recompensa é ter a certeza que os vitoriosos estarão entre os que mais estudarem e, mesmo em caso de reprovação, diferentemente da seleção para outras carreiras, sabe-se de antemão que no ano seguinte haverá um novo processo seletivo. Além disso, todos os que passarem serão nomeados e tomarão posse imediatamente.
R$ 15 mil de salário inicial, dois anos de preparação acadêmica e profissionalizante, já ganhando como Terceiro-Secretário, apartamento funcional em Brasília e perspectiva de ter, durante décadas, vários empregos em uma única carreira. Rodar o mundo, conhecer novos lugares e pessoas, ganhar em dólar quando estiver trabalhando no exterior fazem, sem dúvida alguma, o esforço de estudar para esse concurso tão difícil valer a pena.
A boa notícia é que com o objetivo de preparar os candidatos para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata, um dos mais difíceis do país, o Gran Cursos Online lançou um novo curso de preparação extensiva para o CACD 2017, composto por teoria e exercícios. Nosso objetivo é ajudá-lo na consolidação de seu conhecimento e, consequentemente, na realização de uma excelente preparação para o próximo concurso. Além das orientações de uma equipe altamente qualificada (diplomatas e especialistas), que irá destacar e desvelar os principais tópicos de cada disciplina, você contará, ainda, com as preciosas dicas sobre as particularidades da banca CESPE, um ano de acesso ao conteúdo, visualizações ilimitadas e outros diferenciais. Com esse curso você se prepara de forma antecipada e eficaz!
Confira abaixo o Gran Carreiras Diplomata com Jean Marcel:
Jean Marcel é Primeiro-Secretário no Ministério das Relações Exteriores. Foi nomeado Terceiro Secretário da Carreira de Diplomata, em 14 de julho de 2000. Serviu na Embaixada do Brasil em Paris, entre 2001 e 2002. Concluiu o Curso de Formação do Instituto Rio Branco, em julho de 2002. Lotado no Instituto Rio Branco como Chefe da Secretaria, em julho de 2002. Serviu na Embaixada do Brasil em Buenos Aires, Setor Político, entre 2004 e 2007. Promovido a Segundo Secretário, em dezembro de 2004. Concluiu Mestrado em Diplomacia, Instituto Rio Branco, em julho de 2005. Publicou o livro “A promoção da paz pelo Direito Internacional Humanitário”, Fabris Editor, Porto Alegre, em maio de 2006. Promovido a Primeiro Secretário, em junho de 2006. Concluiu o Curso de Aperfeiçoamento em Diplomacia do Instituto Rio Branco, em março de 2007. Concluiu o Curso de Doutorado em Direito Internacional pela Universidade de Buenos Aires, Argentina, em julho de 2007. Serviu na Embaixada do Brasil em Washington, Setores Econômico e de Promoção Comercial (Chefe), entre 2007 e 2010. Publicou o livro “La Corte Penal Internacional. Soberanía versus justicia universal”, Editoriales Reus/Zavalía/Temis/UBIJUS, Madrid/Buenos Aires/Bogotá/México, D.F., em novembro de 2008. Condecorado com a Ordem do Rio Branco, Grau de Oficial, em abril de 2010. Assessor do Embaixador Antonio Patriota, na Secretaria-Geral das Relações Exteriores, em junho de 2010. Chefe da Divisão de Operações de Promoção Comercial (MRE), desde agosto de 2011. Diretor do Departamento de Financiamento e Promoção de Investimentos no Turismo (DFPIT – Ministério do Turismo), 2013-2014. Chefe da Divisão de Operações de Promoção Comercial (MRE), atualmente. A Divisão de Operações de Promoção Comercial do Itamaraty é responsável pela promoção de exportações brasileiras e promoção do turismo estrangeiro no Brasil. Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP).
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Depoimentos de alunos aprovados AQUI. Casos de sucesso: