“Treine enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem, persista enquanto eles descansam e, então, viva o que eles sonham.” (Provérbio japonês)
Sou fã de carteirinha do povo japonês. Aprecio demais os valores e os princípios dessa cultura. Sem falsa modéstia, posso me considerar um contumaz estudioso da filosofia desse povo, que traduz sua sabedoria em provérbios – todos eles simples, mas muito objetivos e práticos – que procuro aplicar em todas as esferas da minha vida. Penso que especialmente os empreendedores têm muito a aprender com os japoneses, sobretudo quando se trata de processos, produtos e formas de atendimento ao público. Da mesma forma, os concurseiros podem e devem empregar os ensinamentos que o Japão tem a lhes oferecer. Como você verá em nossa conversa de hoje, o povo do sol nascente tem muito a ensinar a quem precisa otimizar processos a fim de produzir efetivas mudanças na vida.
Da sabedoria nipônica surgem provérbios e mantras que devemos aplicar tanto em nossas relações pessoais como na profissão que abraçamos. Empreendedor que sou, sigo vários deles, como o que transcrevi na introdução deste texto. Eis alguns outros que me inspiram diariamente: “Pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota”; “Até a jornada de mil milhas começa com um pequeno passo”; “Caia sete vezes, levante-se oito”; “Vença a si mesmo e terá vencido o seu próprio adversário”; “Aquele que ri ao invés de se enfurecer é sempre o mais forte”; “Se não é certo, não faça”; “Quanto mais forte você ficar, mais gentil você será”. Note que muitos desses ensinamentos caem como uma luva tanto para os candidatos a uma vaga no serviço público quanto para os que já conquistaram a sua. Não hesite em se lembrar deles, concurseiro amigo. Afinal, devemos imitar o que é bom e o que tem dado certo.
Os japoneses também têm lá os seus segredos que explicam como eles costumam obter sucesso em tudo que fazem. É notório que as empresas japonesas, por exemplo, conquistam mercados com relativa facilidade, graças, em grande parte, à confiança que inspiram. A confiabilidade é um desses segredos, mas não é o único.
Muitos deles são, na verdade, ideais filosóficos. Yamato Damashii é um deles e pode ser traduzido como patriotismo, orgulho da terra em que se nasceu e em prol da qual se faz qualquer sacrifício. Outro defende que se trabalhe com afinco, que se vista a camisa da empresa, que se aja sempre com lealdade ao empregador, não importa se a instituição é pública ou privada. Não tenha dúvida, caro leitor, de que esse ideal é seguido à risca pela sociedade japonesa. Você sabia que a maioria dos japoneses permanecem até a aposentadoria na mesma empresa em que iniciaram a carreira?
“…o trabalho em equipe e cooperativo é altamente valorizado. Os japoneses sabem que o esforço de um grupo produz melhores resultados do que a soma dos esforços individuais.”
Entre outras habilidades valorizadas na terra do sol nascente, está a de que os japoneses são capazes de controlar as finanças e os gastos. Eles estão sempre atentos para aproveitar as promoções do comércio e dominam como poucos a arte de pechinchar. Além disso, é da cultura nipônica ser obstinado e íntegro: todo japonês faz questão de pedir desculpas quando comete algum ato tido como indecoroso ou vergonhoso, e a corrupção não é tolerada naquele país. Por outro lado, o trabalho em equipe e cooperativo é altamente valorizado. Os japoneses sabem que o esforço de um grupo produz melhores resultados do que a soma dos esforços individuais.
Esse último segredo, em especial, pode ser facilmente seguido pelos concurseiros que estão se preparando para concursos de grande concorrência. Durante a preparação, é recomendável destinar parte do tempo para o estudo em grupo. Já falamos sobre isso em outras ocasiões, mas não custa repetir: valorize o conhecimento do colega e aprenda com ele. Você não vai se arrepender.
Quando frequentava o curso de Business na Universidade de Nova Iorque, eu quis me aprofundar no estudo de algumas ferramentas que nos foram apresentadas pelos gurus japoneses. Considero-as, hoje, um enorme diferencial entre o trabalho mediano e o excelente. Por isso, divido-as com você que tem a pretensão de ser o melhor entre os candidatos no concurso que vai prestar.
A primeira delas, Kaizen, significa a busca pela melhoria contínua de um produto, de um processo. Leve-a para a sua realidade buscando a melhoria contínua do seu plano de estudos, da sua nota em uma disciplina em particular ou em um bloco de provas… Enfim, empregue esse conceito em qualquer projeto no qual você queira alcançar excelência, com baixos índices de erros ou de defeitos.
“Avalie o seu plano e a sua técnica de estudo, bem como o ambiente que você elegeu para as atividades diárias. E não descuide nem da alimentação, nem da saúde! Acima de tudo, mantenha a disciplina e a determinação.”
Grande parte das ferramentas empregadas pelos japoneses dizem respeito a técnicas de aferição e de promoção da qualidade dos produtos que eles oferecem. Em uma delas, conhecida como 5S, são seguidos cinco princípios que resultam em maior qualidade. O primeiro deles, Seiri, trata do senso de utilidade. Deve-se, aqui, separar o que é útil do que é inútil e melhorar a usabilidade daquilo que foi considerado desnecessário. O segundo é o Seiton, que significa senso de ordenação. Uma empresa preocupada com a organização de processos, ferramentas e demais itens indispensáveis ao seu bom funcionamento ganha em tempo e em resultados. O senso de limpeza – Seiso – é o terceiro princípio observado nessa técnica. Ele preconiza que tudo no local de trabalho – ou de estudo, no caso do concurseiro – esteja sempre limpo. O principal, aqui, é evitar a sujeira. Em nome do senso de saúde – Seiketsu –, avaliam-se e padronizam-se as boas práticas, as mais indicadas para a saúde física, mental, social, financeira etc. Por fim, o senso de autodisciplina – Shitsuke – impõe que os padrões tidos como saudáveis sejam efetivamente seguidos. Como você já deve ter percebido, não é preciso se esforçar muito para adaptar a técnica dos 5S ao dia a dia de quem se prepara para concurso público. Avalie o seu plano e a sua técnica de estudo, bem como o ambiente que você elegeu para as atividades diárias. E não descuide nem da alimentação, nem da saúde! Acima de tudo, mantenha a disciplina e a determinação.
Outra característica do povo japonês é a longevidade, uma das maiores entre os seres humanos. É muito comum um japonês viver mais de cem anos de idade com saúde e disposição, não é mesmo? Mas qual será o segredo para uma vida tão longa e próspera? Na verdade, não se trata de nenhum mistério. O povo japonês segue algumas regras bem simples, inspiradas no estilo de vida dos habitantes da ilha de Okinawa.
Os centenários daquela ilha ensinam a cultivar amizades e a rodear-se de bons amigos. Além disso, seguem uma dieta leve, descansam adequadamente e se exercitam de forma equilibrada. Para eles, é imprescindível manter-se ativo mesmo depois da aposentadoria. E eles nunca comem demais. Pelo contrário: costumam dar a refeição por finalizada bem antes de se saciarem por completo. Mantêm-se em contato com a natureza, sorriem sempre, expressando positividade e amabilidade, e demonstram gratidão sempre que possível – novamente a gratidão aparece como característica das pessoas felizes. E vivem o momento e a oportunidade, pondo em prática o ensinamento contido no provérbio que inicia este artigo. Por fim – mas não menos importante –, são resilientes. Em outras palavras, concentram-se nos seus objetivos, naquilo que é mesmo importante, sem desanimar jamais. Os japoneses de Okinawa focam no que é verdadeiramente importante na vida, e não no urgente. E nada de emoções negativas!
No Japão, muitos acreditam que, para ser verdadeiramente feliz, é preciso encontrar o Ikigai. Trata-se de conceito que significa identificar a razão de sua existência. É oferecer a resposta para a pergunta “Qual o motivo que me faz levantar todos os dias?”. Ikigai traduz a razão pela qual todas as manhãs eu, você, nós nos levantamos. É aquilo que confere satisfação, felicidade e significado à vida; é a intersecção entre o que “amo fazer”, “sei fazer bem”, “aquilo que eu sou pago para fazer” e “aquilo que o mundo precisa de verdade”. Daí a relevância de, no caso do concurseiro, o candidato escolher bem a carreira pública em que vai ingressar: faz toda a diferença perseguir o seu verdadeiro Ikigai.
“Todos têm – consciente ou inconscientemente – um Ikigai, ou seja, um propósito que os faz acordar todos os dias, e bem cedo. Quando não se tem propósito na vida, não há razão nenhuma para viver.”
Todos têm – consciente ou inconscientemente – um Ikigai, ou seja, um propósito que os faz acordar todos os dias, e bem cedo. Quando não se tem propósito na vida, não há razão nenhuma para viver. Não há felicidade, logo não se justifica uma vida longa. Na tabela a seguir, você pode conferir os pontos que precisamos equilibrar no mundo de hoje se pretendemos encontrar a nossa razão de ser. Sugiro que você reflita um pouco sobre isso.
Descubra, amigo concurseiro, o seu Ikigai e seja mais útil, mais longevo, mais saudável e mais feliz.
Estamos de olho e lutando para que você que nos acompanha alinhe seus sonhos a seus projetos e alcance ainda mais felicidade e realização.
“Quando os pais trabalham e os filhos desfrutam, aos netos, restará mendigar.” (Provérbio japonês)
Gabriel Granjeiro
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Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há quase 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.