Imagine sua mente como um vasto jardim, onde as ideias, os hábitos e os sentimentos são as plantas que nascem e se desenvolvem no terreno fértil. A grande questão não é apenas o que você semeia ali, mas o que permite crescer. Cabe a você ser o jardineiro da sua mente, responsável por cuidar de cada broto que surge da terra e por eliminar as ervas daninhas e tudo mais que possa comprometer o seu desabrochar. Isso nos leva a uma reflexão essencial: como garantir o crescimento apenas das plantas corretas, aquelas que renderão os melhores frutos?
A sabedoria milenar da humanidade pode ajudar nesse intento. Segundo Aristóteles, “a excelência não é um ato, mas um hábito”, o que sugere que os frutos do nosso jardim são resultado direto do que cultivamos de forma consistente e disciplinada. Se permitimos que a preguiça, a procrastinação e o desânimo tomem conta, condenamos à morte tudo que estiver sob a sua sombra. Por outro lado, se nutrimos a disciplina, a curiosidade e a determinação, estamos preparando um terreno bastante promissor. A excelência está, portanto, naquele cantinho especial do jardim que precisa ser regado todos os dias, e não apenas nos períodos de seca.
A filosofia de Sócrates, por sua vez, enfatiza a importância do autoexame. Que seria isso? Explico. Muitas de nossas decisões são guiadas por expectativas alheias a nossa vontade, não raro pela pressão da família e dos amigos. O autoexame é, nesse contexto, a oportunidade de pensar melhor sobre o assunto. É olhar para o jardim da mente com toda atenção e se perguntar o que está crescendo ali. O exame honesto das ações e pensamentos que semeamos em nosso jardim mental permite identificar as ervas daninhas que devem ser arrancadas sem dó.
Além dos clássicos da Antiguidade, há outras lições, mais modernas, que podem ajudar nos cuidados com o nosso jardim mental. No livro Walden, Henry David Thoreau fala da necessidade de simplificarmos a vida se quisermos alcançar liberdade e crescimento pessoal. Sob essa perspectiva, nosso jardim mental pode ser sufocado por compromissos excessivos, distrações e preocupações triviais. Perguntar “o que está crescendo no meu jardim?” funcionaria como um convite para eliminar o excesso e focar o que realmente importa. Uma mente mais leve tem mais espaço para novas ideias e hábitos que efetivamente nutrirão o espírito.
Em Nietzsche, somos levados a abraçar nossa singularidade. No jardim de um concurseiro, isso significa reconhecer que cada um tem o próprio estilo e ritmo de aprendizado. Comparar-se constantemente com os outros seria, então, como plantar espécies inadequadas em um solo incapaz de abrigá-las. Para fazer uma flor rara desabrochar, o jardineiro tem de ajustar os cuidados às características únicas da planta. Por que seria diferente em nosso jardim pessoal, tão exclusivo?
Estar atento ao ambiente que oferecemos às plantas é igualmente crucial. Simone Weil, filósofa de destaque no século XX, lembra que a atenção é a forma mais pura de demonstrar generosidade. No contexto do nosso jardim, isso significa que o tratamento que damos às nossas plantas determina sua saúde e crescimento. Se estamos constantemente distraídos, estressados ou sobrecarregados, elas murcham. Já um meio saudável e equilibrado proporciona estabilidade e renova o vigor.
Viktor Frankl, no seu “Em busca de sentido”, defende que encontrar um propósito é fundamental para a resiliência, qualidade, por sua vez, indispensável em missões desafiadoras como a de se preparar para concursos públicos. No jardim mental do concurseiro, isso se traduz em entender a razão de estar cultivando o que se decidiu cultivar. Sabe, quando o objetivo é claro, nem mesmo as piores intempéries desanimam o jardineiro… Nesse contexto, a pergunta “o que está crescendo no meu jardim?” nos convida a alinhar nossas ações diárias ao nosso objetivo maior.
Nessa mesma linha, a brasileira Clarice Lispector dizia que “a vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver”. No jardim da mente de um concurseiro, isso quer dizer que há um potencial infinito para crescimento e transformação, desde que sejamos ousados o suficiente para explorar novas ideias e perspectivas. A estagnação acontece quando nos contentamos com o que é seguro e familiar. O crescimento, por outro lado, exige que arrisquemos plantar novas sementes e experimentar novos métodos.
Há que considerar, ainda, a alternância entre períodos de florescimento exuberante e de descanso. Como nos ensina a sabedoria oriental, a vida é feita de ciclos, e cada fase tem lá a sua importância. O inverno é tão valioso na natureza quanto a primavera. Aceitar os efeitos dessas “estações” no nosso jardim, em vez de resistir a eles, garante um pouco de paz mesmo nos momentos de aparente estagnação.
Como se vê, caro seguidor, amiga seguidora, cultivar um jardim é um ato de esperança. Pressupõe acreditar no potencial das sementes escolhidas e na própria habilidade como jardineiro. No jardim de um concurseiro, implica manter a dedicação e a disciplina, claro, mas também a atenção diária para com toda e cada planta semeada, confiando que o trabalho de hoje se transformará na colheita de amanhã.
Gabriel Granjeiro
Presidente e sócio-fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 15 anos. É autor de livros e artigos que já foram lidos por mais de 1 milhão de pessoas e formou-se com honors em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business.
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