“Um dia é preciso parar de sonhar, tirar os planos da gaveta e, de algum modo, começar.” – Amyr Klink
Em 1984, um economista até então sem muito conhecimento de navegação, elaborou um plano um tanto ousado: atravessar a remo o Atlântico Sul, em um percurso que iria da África do Sul a Salvador, no Brasil, numa época sem celular nem GPS. O único combustível do marujo seria a força dos próprios braços, que impulsionariam o barco na direção desejada. Ondas de 20 metros de altura seriam rotina; tempestades na escuridão idem. E, o pior, a tripulação de um homem só estaria completamente à própria sorte, pois não contaria com o apoio de outras embarcações ou de equipes de resgate a postos.
O plano foi adiante, e o barco, apesar de pequeno e aparentemente frágil, não se portou como refém das surpresas reservadas pela natureza. Nas tormentas, virava para em seguida desvirar; subia as ondas e logo caía, com violência, mas inteiro. Era “capotável” e justamente por ser assim conseguiu se manter inteiro após todas as intempéries. Era, enfim, algo que se reinventava o tempo inteiro em meio ao caos.
No início, Amyr Klink queria construir uma embarcação infalível, indestrutível, “incapotável”. Conversou com inúmeros especialistas, e a unanimidade deles afirmou que a ideia era inviável. Por fim, conheceu um inteligente professor da USP que lhe disse algo que mudou tudo: ele estava analisando o problema pelo ângulo errado. Seria impossível construir um pequeno barco indestrutível, capaz de suportar todas as ondas e ventos sem jamais virar. Era algo improvável como passar pela vida sem enfrentar nenhuma adversidade. O acadêmico explicou que a embarcação precisava ser exatamente o oposto do que Klink almejava. Ela precisava ser “capotável”, mas do tipo que rapidamente conseguiria “descapotar”.
Em suma, tombar era preciso e inevitável para o aventureiro Amyr Klink, mas voltar rapidamente à superfície era imprescindível.
Assim, com planejamento e agora ciente de que teria de capotar algumas vezes no caminho, Amyr se organizou para fazer a tal viagem. Precisava pensar em cada grama de alimento não perecível que transportaria, em cada gota d’água, em cada item que seria indispensável para sua sobrevivência enquanto remasse 8 horas por dia. Se algo fosse esquecido, já era. Não haveria como pedir para entregarem, tampouco seria possível mudar a rota ou voltar para buscar… Cem dias mais tarde, concluiu a missão e só então descobriu que outras duas pessoas antes dele haviam tentado a mesma proeza, mas sucumbido. Até hoje, Klink permanece como o único a alcançar tal feito.
E o que isso tem a ver com a vida do estudante, do concurseiro ou de qualquer pessoa que decida se aventurar em um grande projeto? Tudo! Há quem não aceite nada aquém de um plano infalível, de uma empresa de sucesso absoluto, de um sistema à prova de erro. Todavia, desafiar a vida e a probabilidade é uma tolice. Sempre haverá surpresas, imprevistos, adversidades e turbulências. Assim, é mais sábio aceitar o inevitável como fez Amyr Klink e admitir ter controle apenas sobre o que efetivamente está ao nosso alcance, ficando de prontidão para fazer ajustes de percurso quando – e não se – for preciso. Sofremos uma queda? Tudo bem, desde que nos levantemos rápido. Capotamos? Então que “descapotemos” o quanto antes.
Da metáfora para a vida, falhar é tão necessário e provável quanto acertar. Erros costumam anteceder os maiores acertos. São eles que constroem nossa experiência ao nos cortarem fundo a carne, que depois cicatriza e se torna mais resistente às agressões. Trata-se de aprender a cada insucesso, reinventar-se, talvez errar de novo, reaprender e seguir em frente. Munir-se das armas certas ajuda, claro, mas o segredo está mesmo em encontrar meios de “descapotar” após cada capotagem.
Já disse isso em outras mensagens, mas torno a dizer: as pessoas mais bem-sucedidas não são as que erram menos. Pelo contrário: são as que falham mais, pois isso significa que também tentaram mais. O segredo? Aceitam o erro rapidamente e logo retomam a marcha, com a resiliência e a humildade de quem reconhece que nem sempre está certo. Elas retornam à arena assim que recuperam o fôlego, prontas para o próximo round.
Tendo vivido uma vida como poucos, Amyr dá seu testemunho: “Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de tudo, querer”.
Aqui, no Gran Cursos Online, seguimos essa filosofia. Trabalhamos duro para tornar nossos alunos imparáveis, sim, mas isso passa por fazê-los, antes, “capotáveis”. Perseguimos a aptidão de virar e desvirar quantas vezes forem necessárias nos altos e baixos da vida, com resiliência e força de vontade. É para isso que estamos sempre aprimorando o ambiente, os processos e as ferramentas tecnológicas que oferecemos, num trabalho que exige inventividade, desconstrução e reconstrução contínuas. No mundo de hoje, tão dinâmico, essa é mais do que uma necessidade.
Neste dezembro de 2021, quando aos poucos retomamos a normalidade, isso é mais verdade do que nunca. É chegado um novo tempo, pautado pela esperança. Encerra-se um ciclo e abre-se outro, pronto para acolher os projetos que estavam esquecidos na gaveta. Diferentemente de Amyr Klink, que não dispunha de uma rede de apoio em suas expedições, você tem a nós, do Gran. Pode contar conosco para acompanhá-lo até o outro lado da sua travessia. Estaremos com você o tempo todo, até o fim da sua jornada.
Em tempo! Imbuídos desse espírito de renovação, nós guardamos para 3 de janeiro, um grande anúncio. Nesse dia apresentaremos sete novos e poderosíssimos instrumentos que mesclam recursos pedagógicos, tecnológicos e de inteligência artificial para fazer a diferença na jornada de quem se prepara para concurso público. Serão como o celular, o GPS e o apoio dos quais Amyr não dispunha em sua jornada. Acredite. Você vai se surpreender. Clique AQUI para se inscrever no evento. É gratuito!
Encerro esta nossa última conversa do ano desejando-lhe, caro amigo, querida amiga, em nome de toda a equipe Gran, um feliz e abençoado 2022. Não estimo um novo ano sem adversidades, até porque isso soaria falso e fora do senso de realidade, mas estimo, sim, que, ao ser confrontado com uma dificuldade, você tenha de pronto uma solução pensada. Você é capaz de sempre dar a volta por cima em seu barco, não importa a fúria da tempestade atravessada na noite anterior. Entendido?
“Um planejamento adequado não busca a perfeição ou a eliminação de todos os riscos que possam ocorrer ao longo da execução, mas busca ao menos garantir um percurso mais tranquilo, ou pouco mais previsível e com mais chance de obter sucesso ao final. Não busca respostas para todas as adversidades, mas no mínimo para as que poderiam ser antecipadas.” – Armando Oliveira, autor do livro Capotar é preciso.
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