“Meu primeiro ato de livre-arbítrio será acreditar no livre-arbítrio.” – William James (1842-1910), filósofo e psicólogo americano
Entre as mensagens que recebo de seguidores, leitores e alunos, muitas são verdadeiros pedidos de socorro. “Gabriel, não consigo decidir o que fazer agora. Parece que tudo está dando errado…” costuma ser o desabafo. Os assuntos sobre os quais essas pessoas pedem meus conselhos são os mais variados: concurso público e carreira profissional; concentração e disciplina nos estudos; família e relacionamentos interpessoais; saúde financeira; alimentação, controle do peso e qualidade de vida… São, em geral, confidências de gente beirando o desespero por não saber como agir para enfrentar os problemas – os pequenos e os grandes. Aliás, minha impressão é que aqueles que me escrevem não conseguem mais resolver nem mesmo o que antes conseguiam.
Se, por um lado, fico feliz por tanta gente vir até mim em busca de ajuda, de aconselhamento e orientação, ou de uma simples palavra amiga que seja, confesso, por outro, que nem sempre me sinto apto a atender esse tipo de expectativa. Afinal – não é vergonha admitir –, também eu de vez em quando me vejo em situações com as quais não sei lidar.
Sou uma pessoa normal, entende? E o fato de eu aceitar isso não me diminui em face de ninguém, nem me torna menos capaz; apenas me faz mudar drasticamente o modo como encaro as dificuldades, passando a enxergá-las pelo que são: situações que precisam ser resolvidas, ou seja, momentos nos quais tenho de adotar uma postura mais decidida, assumindo o protagonismo da minha própria história.
Já dizia o filósofo Alfred Adler que vida “é uma série de momentos chamados ‘agora’. Não a trate como uma linha reta, mas como uma série de pontinhos. Se a vida fosse uma linha, seria possível planejá-la. Mas a vida é apenas uma série de pontos. Uma vida bem planejada é simplesmente impossível”. De fato, ninguém consegue controlar tudo, acertar todas, não fracassar nunca. Às vezes se ganha, às vezes se perde, e tudo bem. Faz parte da vida. É o que nos faz crescer e evoluir. Mas nem por isso devemos deixar tudo correr solto, como se as coisas fossem se resolver sozinhas, por que elas não vão! A chave é o equilíbrio entre a ação e a resiliência.
Então nada de sofrer em excesso, de se preocupar como se não houvesse amanhã, porque, de verdade, perder também é uma forma de ganhar. Há ensinamentos que sobrevivem velados nas coisas mais estranhas que acontecem conosco. É pensando nisso que hoje consigo lidar melhor com problemas inesperados. Quando me vejo numa espiral de sentimentos ruins como o de frustração, invoco os ensinamentos que aprendi nas escrituras e escolho suportar a minha dor. Penso ser esse o único jeito de seguir em frente e continuar servindo e agindo para mudar vidas, que é o que escolhi para mim, afinal. Foi assim que a dor se tornou minha mestra, mas também minha parceira. Não persegui isso; simplesmente aconteceu. A dor chegou, tomamos um café juntos, olhei bem em seus olhos e aceitei conhecê-la melhor e aprender tudo que pudesse com esse convívio.
Se eu pudesse sintetizar essa minha técnica, diria que costumo reagir com a alma. Nesse sentido, meu conselho para quem se encontra sem rumo – e, acredite, isso acontecerá com alguma frequência – é: use todo o potencial do coração que bate no seu peito, esfregue as mãos e tome a sua decisão. Aja como se fosse um atleta de elite. Sim, para alcançar os melhores resultados no esporte que pratica, um atleta empenha nisso a alma. Toda ela. É assim que as coisas acontecem para os vencedores. É assim que os bons resultados chegam aos borbotões.
Continua sem saber o que fazer? Então siga o conselho de Greg McKeown: “Diga não às oportunidades razoáveis e sim às verdadeiramente incríveis, ou seja, entenda que quase tudo é não essencial. Algumas coisas são tão mais importantes que compensam 10 vezes o esforço investido para encontrá-las.” Não sabe como começar? Pegue uma cadeira, sente-se e ponha no papel o seu sonho – ou consulte o seu mural dos sonhos, se você já tem um. Pergunte-se qual é o seu propósito e o que você precisa fazer imediatamente a fim de chegar mais perto dele? Registrar por escrito tudo que você quer alcançar ajuda a compreender a si próprio e a estabelecer metas. E, por favor, não queira fazer mil coisas diferentes que na verdade em nada contribuirão para o resultado ou o objetivo maior que você almeja atingir.
Uma última observação: o segredo para se ter mais entrega na vida é alinhar ação com paixão, é fazer o que se gosta de fazer, aceitando as pessoas como elas são. Inclusive – e sobretudo – a si mesmo.
“Aprenda a reverenciar o que há de melhor no universo, o que comanda todas as coisas. Da mesma forma, reverencia o que há de melhor em si mesmo, pois é o que a tudo comanda em seu interior, e o que governa a sua vida.” – Marco Aurélio, imperador de Roma
Se você chegou até aqui, gostaria de lhe pedir um favor: comente abaixo dizendo o que achou do texto. Foi útil? Não foi? Ajudou? Não ajudou? Seu feedback é muito importante!
Mais artigos para ajudar em sua preparação:
- Autoconhecimento é poder
- Autocuidado não é opcional
- Disciplina imparável
- Saia da inércia
- Acerte o próximo passo
- Como lidar com a pressão familiar
- Cuidado! Ladrão de alegria à vista.
- O tempo de cantar chegou
- Ressignifique-se e liberte-se!
- Quebrando hábitos ruins
- Compare-se menos, inspire-se mais
- Ainda dá
- Derrubando gigantes
- Decisões que mudam tudo
- Todo o amor que há em você
- Talvez…
- Faça as pazes com a sua história
- PARE de querer controlar TUDO
- Encare a solidão
- Você dá conta