“Todo corpo permanece em seu estado de repouso (parado ou em equilíbrio) ou em movimento retilíneo (uniforme ou com velocidade constante), a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.” – Primeira Lei de Newton
O que um conjunto de leis da física formuladas em 1687 tem a ver com estudo para concurso público, crescimento na carreira e desenvolvimento pessoal? Por incrível que pareça, tudo. Os ensinamentos encontrados nas três leis do grande Isaac Newton podem servir de base para analogias bem precisas sobre o modo como levamos a vida e as potenciais implicações disso. Com base na análise do cientista sobre o comportamento dos corpos materiais, pode-se compreender por que alguns de nós tendem à estagnação ao passo que outros estão sempre em franca atividade, atingidos por uma espécie de desconforto que funciona como impulso, um incômodo virtuoso que impele a sair do lugar.
Calma que tentarei explicar melhor tudo isso. Buscarei, para tanto, uma relação entre os dois mundos: o de Newton, gênio que revolucionou a ciência no século XVII, e o dos nossos sonhos, que têm tudo para atuar como esse incômodo virtuoso que citei, provocando uma verdadeira revolução em nossa vida.
Visualize a cena a seguir. No alto de uma montanha, há uma pedra enorme que precisa ser movida morro abaixo. Provavelmente só com a ajuda de dezenas de pessoas, além de equipamento pesado, será possível dar o primeiro impulso. A partir desse movimento inicial, porém, não será necessário nenhum esforço para o pedregulho seguir rolando até o pé da montanha. Note que, embora seja difícil tirar aquele corpo do repouso, uma vez em movimento ele se manterá assim com pouca ou nenhuma intervenção.
Com os estudos, acontece algo similar. Para que um concurseiro saia da inércia que o deixa estagnado e crie o hábito de estudar com constância, é necessário um esforço inicial gigante. Todavia, depois de estipulada uma rotina sustentável de estudo aliado a método, é só seguir o ritmo que os resultados começarão a surgir, desde que se tenha paciência para aguardar até a reta final. Começar é complicado, mas depois tudo começa a fluir com um pouco mais de facilidade (embora nunca de maneira linear na vida real, ressalto).
Você conhece alguém que, embora sonhe se tornar o próximo feliz ocupante de um cargo estável no serviço público, não faz nada além de se manter em frente à tela do computador, acompanhando os sucessivos editais publicados? Um colega que, não importa o que lhe digam, jamais dá o primeiro passo em direção a, de fato, se preparar para as provas? Alguém que talvez nem sequer tenha se inscrito no último concurso que dizia querer prestar? Uma pessoa que vive um dia depois do outro, ansiosa e esperançosa, mas sem agir de forma objetiva, como se esperasse um familiar ou amigo tomar a iniciativa por ela? Pois então. Eis alguém que está em repouso e tende a permanecer assim, tal qual descrito na Primeira Lei de Newton.
Quer outra analogia? Sem problema. Visualize uma bola de futebol e outra de boliche à sua frente. Se não aplicar nenhuma força sobre elas, sabe que continuarão exatamente onde e como estão. Agora veja que interessante: apesar de se tratar de duas bolas paradas, você concorda que a força a ser empregada para mover a de boliche terá de ser maior, certo? Ela é mais pesada e pressupõe mais esforço de quem decidir manuseá-la. É o que ocorre com um concurseiro particularmente ambicioso, que não se contente em ser aprovado para um cargo qualquer. Esse candidato precisa estar ciente de que, se a vaga pretendida é de seleção mais dificultosa, o esforço para conquistá-la também será maior. Tudo na vida é proporcional ao tamanho dos nossos sonhos. Se os seus são grandes, saiba que terá de reservar dedicação compatível. Fui claro?
Caro leitor, querida leitora, como você já deve estar deduzindo a esta altura, a ação é o único caminho para quem tem o sonho de ingressar no serviço público. É o seu caso? Então você precisa sair do estado de repouso e entrar em movimento – ou seja, iniciar a preparação. E, então, lamento dizer, deparará com a dura realidade descrita na Terceira Lei de Newton: toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas com atuação no sentido oposto. O concurseiro deve estar a par disso para saber como reagir em circunstâncias desfavoráveis. Se o momento é ruim, precisa adotar atitudes positivas; se todos estão pessimistas ao seu redor, há de reagir com otimismo. Alguém sugeriu que você faça uma pausa de alguns meses para descansar? Redobre a dedicação aos estudos! O cenário é de medo? Demonstre coragem. É escuro? Seja você a fonte de luz.
O que estou dizendo é que, mesmo para os candidatos que tomem a iniciativa com bastante antecedência, dispostos que estão a manter o ritmo de estudos numa constante, mesmo para esse tipo de candidato o movimento até a aprovação dificilmente será retilíneo. Ele provavelmente vai deparar com dificuldades e terá de desviar de obstáculos postos no caminho com a intenção de devolvê-lo ao estado de inércia. Amigo leitor, esteja preparado para isso. Empregue mais e mais energia, mais e mais força. Começou a sentir que está entrando em velocidade de cruzeiro? Acelere! Sinta saírem faíscas de você e continue implementando as mudanças necessárias para produzir melhores resultados.
Você pode, é claro, contar com uma rede de apoio funcional, formada por professores, coaches, colegas, família… Quando todos esses adjuvantes agem como equipe, como um time, investindo energia, esforço, talento e comprometimento na busca pelos objetivos traçados, os resultados costumam chegar mais rápido e ser mais expressivos. Se, porém, algum integrante do time joga contra, o avanço no projeto pode ser pífio ou até nulo, o que confirma a previsão da Segunda Lei de Newton, ou Princípio Fundamental da Dinâmica: a aceleração de um corpo é diretamente proporcional à resultante das forças que nele atuam. Da nossa parte, pode estar certo: aqui, no Gran, estamos todos atuando em sinergia para acelerar a sua aprovação, mas é fato: precisamos contar com a sua força, para juntos movimentarmos a rocha montanha abaixo. Você é o braço que falta.
Sei da dificuldade que é entender a lógica por trás da física e, mais ainda, aplicá-la à vida, até porque há sempre uma batalha sendo travada dentro de nós – que Martin Luther King Jr. chamaria de “guerra civil entre o norte e o sul de nossa alma”. De fato, todos vivenciamos algum conflito interno, forças antagônicas que pretendem nos manter na inércia. O que importa, então, é reunir as que estão do lado da ação, respirar fundo e empregá-las de uma vez para entrar em movimento. Aí, meu amigo, minha amiga, é acelerar a fim de alcançar o destino dos justos e laboriosos.
Sigamos firmes e juntos, resistindo aos obstáculos no caminho e mantendo ao máximo o controle sobre nossos movimentos. Vamos em frente, com pensamentos, ações e escolhas sob nosso domínio. Fechado?
“Quando você para de mudar, você para.” – Bruce Barton (1886-1967), autor americano
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