Qual carreira pública devo escolher? Parte III

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“Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau da decisão de ser feliz.” Abraham Lincoln

Este é o último artigo da série em que atendemos ao desafio de responder à difícil pergunta: “Como escolher a carreira pública e ser feliz nela?”. Tal como combinamos, fecharemos a nossa análise com as carreiras jurídicas de nível superior, dos tribunais, da área bancária e das agências reguladoras.

Em todas as decisões importantes que tomamos ao longo da vida, é fundamental que sejamos o mais honestos possível com nós mesmos. Quando se trata de decidir por uma carreira profissional, ser honesto consigo mesmo significa escutar as suas mais íntimas necessidades, perceber quais são os seus reais talentos e objetivos e, por fim, descobrir a sua verdadeira vocação. Dar ouvidos ao seu verdadeiro eu na hora de escolher um cargo público ajuda a não esmorecer e a não falhar nem mesmo quando surgirem os obstáculos, que – não se engane! – serão muitos.

Um dos maiores poderes que uma pessoa tem é o de decidir, ou seja, de fazer uma escolha e assumir as consequências dela. Em outras palavras, o livre arbítrio. Meu conselho é que você faça uso dessa prerrogativa com cuidado e temperança. E saiba que são suas decisões, e não suas condições físicas ou materiais, que serão determinantes para você se sentir mais ou menos realizado no futuro.

A decisão por uma ou por outra carreira pública é um desses momentos divisores de água. Por isso, ao optar por uma entre as muitas que existem, é no mínimo prudente considerar todos os prós e contras dela, sobretudo se a ideia é permanecer no cargo até a aposentadoria. Para ajudar você que está nesse momento tão importante da sua vida, vamos aos relatos dos nossos professores que já passaram por ele, a começar por aqueles que escolheram a carreira jurídica.

Nosso professor Alberto Amaral, defensor público do DF, começa explicando que trabalhar na defensoria pública vai muito além de servir ao Estado. Se alguém se torna um defensor público, é porque escolheu ajudar a população pobre e marginalizada, garantindo seus direitos básicos e evitando que o sistema a oprima ainda mais. Assegurar o acesso à justiça para os mais necessitados e para grupos vulneráveis é uma missão nobre, que no Brasil foi alçada ao nível institucional, em uma carreira jurídica com reconhecimento e prerrogativas essenciais para a sua função.

“Inicialmente, é muito difícil ser defensor público caso você não exercite sua empatia diariamente. O defensor público normalmente defende os alijados e socialmente excluídos, devendo ter em mente a nobreza de sua função na defesa de jovens em conflito com a Lei, de adultos processados ou de famílias que invadem propriedade para assegurar sua moradia. O candidato a essa carreira precisa de uma boa base jurídica, que deve ser articulada com outros ramos da ciência, especialmente a antropologia, a sociologia e a criminologia, para desempenhar bem o seu papel, inclusive como órgão protagonista (incentivador ou desmotivador) de políticas públicas inclusivas e não elitistas. O estudo das normas, imprescindível, deve acompanhar o sentimento de querer melhorar a situação dos mais carentes. Com isso e com uma atuação inteligente e proativa, o servidor certamente será feliz na sua atuação diária e, mais importante, conseguirá diminuir muitas mazelas sociais”, explica o nosso mestre.

São abertos concursos para a área com muita frequência, pois há a Defensoria Pública da União e as de cada estado da Federação, além do DF. A propósito, o concurso para defensor público federal é iminente! Saiba AQUI tudo sobre essa carreira, que, além de defender os menos privilegiados e de contribuir imensamente para a sociedade, oferece excelente remuneração, de mais de R$ 20 mil por mês, além de diversos benefícios.

Luciano Dutra, nosso professor de Direito Constitucional, é advogado da União. Ele nos relata que escolheu essa carreira por identificar uma forte relação entre as funções do cargo e sua aptidão profissional. Mas alerta que, para exercer bem o cargo, o candidato há que “ser fiel à defesa da legalidade e intransigente na proteção do erário”. Também deve ser “estudioso e estar disposto a encarar novos desafios com os temas mais inovadores do Direito”.

Perguntamos a Gustavo Alves, nosso professor de Processo Civil, por que ele quis ser procurador federal. Ele nos respondeu que um dos motivos foi o tipo de serviço que esse servidor desempenha. O cargo exige conhecimento nas mais variadas áreas jurídicas. Para você ter uma ideia, todas as agências reguladoras, em todas as suas áreas de atuação, contam com a assessoria jurídica de servidores públicos ocupantes desse cargo. Aliás, a possibilidade de mudar de área de atuação é um diferencial da carreira. Outro fator de atração para ela é a remuneração. É fato que, por muito tempo, a carreira sofreu certa desvalorização em relação às outras funções essenciais da justiça, funcionando como intermediária para os bacharéis em Direito que se preparavam para a carreira de juiz ou de promotor. “Todavia, nos últimos anos, observamos grandes mudanças que valorizaram o cargo e trouxeram visibilidade maior para ele”, diz Gustavo.

A principal função do procurador federal é representar a União, suas autarquias e fundações públicas nas esferas judicial e extrajudicial. Ele também presta serviços de consultoria e de assessoramento jurídico àqueles mesmos entes, auxiliando no controle interno da legalidade dos atos praticados. Portanto, o candidato que pretende ingressar na carreira e ser feliz nela deve gostar muito da advocacia, em todas as suas áreas de atuação.

Para se candidatar a uma vaga de procurador federal, é preciso ter diploma de bacharel em Direito, ser inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e comprovar no mínimo três anos de prática forense. A par disso tudo, dadas as atividades do cargo, o profissional deve se manter atualizado quanto à legislação, à doutrina e à jurisprudência a respeito dos temas jurídicos mais relevantes.

Há a expectativa de realização de novo concurso para a advogado da União e/ou procurador federal até o fim deste ano ou em 2018. Fique ligado!

O nosso professor Sérgio Ricardo é servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Resumidamente, ele explica que escolheu ser servidor do Judiciário, e, mais especificamente, da Justiça Eleitoral, por se identificar com a dinâmica do processo eleitoral. De modo geral, os analistas e técnicos dos tribunais eleitorais examinam os contenciosos judiciais nessa matéria e prestam auxílio na administração das eleições.

Segundo Sérgio, para ser aprovado no concurso, o candidato precisa estar focado no entendimento jurisprudencial do TSE, sem, no entanto, desprezar o estudo dos principais institutos do Direito Constitucional, Civil, Administrativo e Processual. Além disso, como ocorre em todas as carreiras do serviço público, o candidato precisa ter consciência do dever de respeitar a todos, de zelar pela coisa pública e de ter idoneidade moral. Se observar esses requisitos básicos, o novo servidor terá tudo para ser feliz e realizado profissionalmente.

Clique AQUI e saiba tudo sobre o concurso do TSE. O último certame foi realizado em 2012, e tudo indica que o próximo ocorrerá ainda neste ano. Já há até previsão orçamentária para ele.

Outro professor do Gran Cursos Online que é servidor do Poder Judiciário, Rodrigo Cardoso, acrescenta que a carreira nos tribunais tem atrativos como boa remuneração, grau de responsabilidade razoável e carga horária flexível. Ele, que é da justiça trabalhista, lembra outro dado bastante relevante acerca dos tribunais em geral: o Judiciário tem tradição de nomear centenas de aprovados em todos os certames que realiza. “Sabemos que é difícil ser aprovado entre os dez ou mesmo entre os vinte primeiros colocados em qualquer concurso. No entanto, como os tribunais costumam nomear em média trezentos, quatrocentos candidatos, a possibilidade de nomeação fica mais concreta”, afirma.

Ele adverte que o candidato às carreiras do Judiciário tem de ser proativo, pois os processos precisam ter andamento. “A resolução dos conflitos da sociedade exige muito trabalho dos servidores e dos magistrados. Ter afinidade com o direito público e privado é essencial para aprovação na carreira dos tribunais. Se o candidato tiver intenção de trabalhar na Justiça comum, deve dedicar-se ao estudo do direito processual civil e penal, bem como do direito material civil, penal, constitucional e administrativo. Se sua intenção for trabalhar na Justiça especializada, tem de se dedicar ao direito do trabalho, eleitoral ou militar, disciplinas que fazem a diferença, principalmente na prova discursiva”, conclui.

Há 24 Tribunais Regionais do Trabalho no Brasil, além do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Dada a grande demanda na justiça trabalhista, anualmente são liberados diversos concursos na área. O maior destaque em 2017 é o concurso do TST, que já tem banca definida, a Fundação Carlos Chagas (FCC), e pode ter o edital publicado a qualquer momento.

Saiba tudo AQUI. A título de incentivo, confira abaixo o quadro de nomeados nos últimos dois concursos do TST. Os dados confirmam o que o nosso mestre Rodrigo disse sobre a grande quantidade de nomeações nos concursos do Judiciário.

 

Para conhecer um pouco mais sobre a área bancária, consultamos Cid Roberto, nosso professor de Conhecimentos Bancários. Ele nos confidenciou que não escolheu, de fato, a carreira no Banco do Brasil (BB). Na verdade, ele nem pretendia prestar concurso para o banco. Havia sido funcionário de um banco particular dos 14 aos 17 anos de idade e, desde que deixara o emprego, fazia questão de repetir que jamais trabalharia em bancos de novo.

Mas a vida prega peças… Em 1975, sua então namorada e atual esposa o convidou para se inscrever junto com ela no concurso do BB. A mulher achava que uma vaga no banco seria uma boa oportunidade profissional para ela. E eis que Cid foi aprovado e a mulher não. Ele assumiu a vaga e foi permanecendo no cargo até se aposentar, em 2005, e reforça que não se arrepende da decisão.

Os requisitos para participar do concurso do BB são poucos. O candidato precisa ter dezoito anos completos no dia da posse e comprovar a conclusão do ensino médio. Para ser aprovado, como ocorre em qualquer concurso, é preciso ser determinado e dedicado. Se quiser se preparar bem para a prova, o candidato deve se inteirar dos detalhes do edital e resolver o maior número possível de questões aplicadas em concursos anteriores.

Cid afirma que não é preciso muito para ser feliz na carreira de escriturário do BB. Basta dedicar-se com empenho às atividades que lhe forem atribuídas e aproveitar todas as oportunidades de aprimoramento que aparecerem. O ideal é que o funcionário do banco faça todos os cursos internos e externos que lhe forem oferecidos. Há um lema que nosso professor aprendeu com um dos seus superiores no banco: “Se você quiser ser promovido, faça tudo o que estiver ao seu alcance para que o seu chefe seja promovido. Se ele for promovido, com certeza você também será beneficiado com essa promoção”.

Clique AQUI e saiba mais tanto sobre a carreira de escriturário do BB como sobre os concursos para o banco.

Falta, agora, falar das agências reguladoras federais. Hoje, são dez dessas autarquias especiais que exercem a regulação de diversos setores no Brasil. Para evitar que este texto fique ainda mais extenso do que já está, recomendo a leitura de uma rica matéria que nossos colaboradores produziram a respeito delas. O material está disponível AQUI. Ele contém tudo que os candidatos que optaram pela carreira nas agências reguladoras precisam saber. Se a sua pretensão for trabalhar em uma delas, acesse o link e fique por dentro!

Para concluir nossa conversa sobre a escolha da carreira ideal, note que cada um dos professores com quem conversamos tem sua própria história e, no mínimo, um bom motivo para justificar a sua decisão. Comece você também a pensar nos seus próprios motivos. Reflita e faça a escolha certa. Será meio caminho andado para você alcançar a realização profissional e pessoal até a aposentadoria!

Visite nosso blog periodicamente. Nele você sempre encontrará informações atualizadas sobre todos os concursos e todas as carreiras. E lembre que a remuneração é um fator muito importante, mas não pode ser o único a ser levado em consideração.

Bons estudos e GRAN sucesso em sua nova carreira!

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Veja abaixo, mais artigos para ajudar em sua preparação:

O papel da atividade física na preparação para concurso
A ansiedade é sua inimiga. Aprenda a driblá-la.
Deseje, mentalize, receba!
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Atributos para ser bem-sucedido em provas e concursos
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há quase 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.

 

 

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