Recentemente, entrevistei um aluno do Gran que foi reprovado incríveis 38 vezes antes de finalmente passar dentro das vagas, no concurso para Delegado da Polícia Civil da Bahia. Ranildo Júnior teve uma infância simples e sempre precisou batalhar pelas coisas que queria. O resultado? Hoje ele carrega uma nobre e incomum qualidade: resiliência, ou, dito de outra forma, força para ir atrás do que quer, custe o que custar. Ao lhe perguntar se teria um conselho para os concurseiros que hoje enfrentam momentos difíceis ou têm sofrido com múltiplas reprovações como aconteceu com ele um dia, Ranildo se saiu com a seguinte passagem bíblica: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á”.
Com essas palavras a Bíblia destaca o papel da iniciativa, da insistência e da ação, cruciais para quem almeja ser bem-sucedido no que quer que se proponha fazer. Afinal, portas só se abrem para quem bate antes. É preciso fazer acontecer, entende? Pretende obter alguma ajuda no caminho? Então faça por merecer, esperando menos e agindo mais. Peça, sim, mas não sem buscar e avançar!
Certamente você conhece alguém que pode ser descrito da seguinte forma: um sujeito que só fica em casa, passivo, dentro da sua zona de conforto, lamentando a atual situação e repetindo justificativas para sua infelicidade. “Não busco emprego porque já sei que não há oportunidades por aqui.” “Não comecei meu próprio negócio por falta de dinheiro.” “Nunca fui bom aluno, então não vejo razão para estudar. Será perda de tempo.” “Vou começar a cuidar da minha saúde quando estiver me sentindo melhor.” Você se surpreenderia se eu lhe dissesse quantas vezes já ouvi algo assim. Falas como essas são o reflexo de uma mentalidade perigosa de gente fadada ao insucesso; afinal, qualquer resultado só vem depois de alguma ação. Mas estariam elas dispostas a sair da inércia e agir?
Como diz um amigo e diretor do Gran, muitas vezes temos desculpas verdadeiras para as mais diferentes situações, porém isso não nos autoriza a usá-las como justificativa para a inação. Do contrário, nossa realidade permanecerá inalterada, e aquelas desculpas se perpetuarão como obstáculos à autorrealização. Em outras palavras, nossa iniciativa não deve ser posta em prática apenas quando todas as condições ideais estiverem atendidas. Ninguém deve esperar para sair de casa somente depois de ter recebido um sinal claro do que fazer. Seria muito fácil, não? Primeiro, há que se arriscar, se desafiar e aprender a navegar nesta confusão chamada vida. Faça isso para finalmente se entregar por inteiro à batalha. Nessa luta derradeira, talvez surjam apoio, instrução ou suporte inesperados, todos elementos que vêm depois, jamais antes. Em resumo, nada de esperar indefinidamente antes de agir, pois isso torna você menor do que de fato é.
Jesus falava de como a persistência pode render frutos. Na parábola contida em Lucas 11:5-10, Ele ensina a importância de sermos insistentes em nossas buscas. Ali, Ele narra a história de um homem que vai à casa de um amigo por volta da meia-noite lhe pedir pão. Mesmo relutante em se levantar, o amigo acaba cedendo devido à insistência do outro. Na mesma linha, Sêneca dizia que “um homem não pode aprender o que ele não suportou aprender”. A mensagem desse que foi um dos expoentes da filosofia estoica é simples: as dificuldades que enfrentamos na busca por nossos objetivos nos fortalecem e nos preparam para os desafios futuros. Tudo que devemos fazer é aceitar o esforço do aprendizado.
Sei que não estou à altura de Jesus, ou mesmo de Sêneca, mas procuro fazer minha parte entre as pessoas que me são próximas e vêm até mim em busca de conselhos. Costumo, por exemplo, orientar os colabores do Gran a sempre fazerem mais do que lhes é pedido. Penso ser essencial entregar, sempre que possível, um trabalho de qualidade superior ao padrão, à média e, sobretudo, ao esperado. Entendo que, agindo assim, a pessoa desafia a si mesma, aprende, eleva seu nível e contribui com e para o próprio potencial, num ciclo virtuoso que promove autodesenvolvimento. Essa atitude pode naturalmente resultar em promoções, com o profissional vindo a assumir novas e maiores responsabilidades e, por consequência, conquistando mais prestígio. De fato, os melhores líderes que temos hoje no Gran seguiram e seguem esse princípio, embora sempre haja quem opte por ancorar seu potencial num futuro incerto… Em geral, é o colaborador que espera primeiro ganhar mais para só então entregar na mesma proporção, cometendo a tolice de pensar que não deve nada a ninguém, nem a si mesmo. Um orgulho bobo!
Quer ser reconhecido no trabalho? Então faça mais do que lhe é solicitado. Supere a si mesmo, procurando atuar para além dos próprios limites, mesmo que isso obrigue você a valer-se de outras áreas do conhecimento. Faça a diferença em seu entorno. Quer ter a chance de implementar uma ideia, um projeto, uma iniciativa? Então bata de porta em porta em busca de apoio. Quer tornar-se um bom aluno a ponto de ser aprovado em um concorrido concurso público? Então comece a estudar já, encarando os desafios, aprendendo com os erros e seguindo em frente apesar deles. Faça acontecer, seja insistente. Aqui se encaixa bem um ensinamento de Epiteto, outro representante do estoicismo, para quem “a persistência é o caminho da verdade”. De fato, a busca por um objetivo é a busca pela verdade e pela realização pessoal.
Diante de uma rocha dura a ser perfurada, insista. Insista tanto e sempre, até que a pedra finalmente ceda. Beire a impertinência, como fez o amigo da parábola bíblica, e não aceite derrotas. Você só fracassa se desistir de vez. Uma hora a resiliência provará a que veio. No momento certo, a sua ação será seguida de uma reação positiva do universo. Confie, peça e aja!
“Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, àquele que bate, a porta será aberta.” – Mateus 7:7-8
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