Sucesso no (aparente) fracasso

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24 de Julho de 2023

Você faz uma prova e, ao receber o resultado, é um não; não deu desta vez. Você tenta de novo, e recebe outro não como resposta. Mantém a calma, estuda bastante e… nova reprovação. Talvez seja preciso mudar o foco? Ok, você faz isso, mas… outro não. Poxa, já há algum tempo você tem trabalhado duro para que algo de bom aconteça em sua vida, mas o não parece que persegue…

Sem dúvida, deparar com negativas toda hora desanima qualquer um. Ninguém quer isso, obviamente. Mas por que somos tão cismados, se um não pode ensinar mais que um sim? Se ele funciona como um verdadeiro professor, e não tão impiedoso quanto aparenta, por que temos tanto medo de encontrá-lo em nosso caminho? Ora, em vez de temer esse mestre tão peculiar, melhor é desenvolver meios de lidar com ele. Em alguns casos, está aí a chave para alcançar o tão aguardado sim.

Sabe, o não pode abrir portas que nem sequer estávamos enxergando. Foi um não que fez o Gran (então Gran Cursos Online) nascer. Na época, minha ideia era trabalhar no mercado financeiro, e cheguei a tentar um estágio não remunerado na área, mas fui rejeitado. Veio o famigerado não (e para trabalhar de graça; há algo mais embaraçoso do que isso?). Foi, porém, a partir daí que busquei outra atividade e, com meus recém-completados 20 anos, uni forças com o Rodrigo Calado para começarmos um empreendimento que conciliaria educação e tecnologia.

O que veio a seguir foi uma sucessão de nãos. Ainda hoje eles aparecem de vez em quando. Nem me abalo como antes, pois reconheço que, em boa medida, devemos a eles o nosso crescimento. Primeiro foram os bancos que nos viraram as costas. Precisando de um empréstimo para fazer a companhia decolar, batemos à porta do banco laranja, depois do vermelho, do amarelo, do azul… Não. Não. Não. E, claro, não. O motivo? A ausência de lastro para pagarmos a dívida. Éramos mesmo muito jovens e não tínhamos nenhum patrimônio.

O fato é que esse primeiro não foi um divisor de águas para nós. Obrigados a operar com grandes restrições financeiras, tivemos de exercer a criatividade e pensar formas inovadoras de gerenciar a empresa. Em síntese, aprendemos a fazer o máximo com o mínimo. Recentemente um experiente professor comentou comigo, em tom brincalhão, que não há nada mais perigoso do que um empreendedor com muito dinheiro na mão. Realmente, o risco aqui é presente. O empreendedor naturalmente tem muita iniciativa dormente. É natural desse “ser”. Quando vem um caminhão de dinheiro sem o preparo para tal, não é incomum ver em alguns colegas uma gastança perigosa, talvez imprudente. No Gran, aprendemos a ser econômicos na marra, pois não havia alternativa. Quando vieram mais recursos, estávamos melhor preparados para mirar no alvo de maneira certeira.

Você acha que os nãos pararam por aí? Negativo. Em 2014, estávamos prestes a fechar negócio com um grande grupo educacional que pretendia comprar 100% da nossa empresa por valor equivalente a mais ou menos duas vezes o faturamento anual de então. Havíamos acabado de atravessar um ano particularmente difícil, de modo que aquela parecia uma excelente oportunidade. Seguiríamos à frente da companhia, porém sem o peso de arriscar tudo na pessoa física. Ao menos dormiríamos melhor… Na última hora, o grupo voltou atrás na proposta. Ou seja, mais um não… Todavia, o que parecia uma provação se revelou um livramento, já que, atualmente, nossa empresa fatura em mais ou menos uma semana o que seus potenciais compradores ofereceram pelo negócio inteiro.

Naquele mesmo ano, encarei outro não, agora na esfera pessoal: minha namorada terminou comigo. Até tentei reverter a situação, sem sucesso. Foi duro. Sabe como é, o coração não sabe lidar bem com a rejeição. Mas, veja só, foi essa desventura que me deixou receptivo a novos encontros, até que, quatro anos mais tarde, conheci a Vivi, que, aliás, também enfrentara seus próprios nãos no campo afetivo. É interessante como as coisas se conectam… Quem diria, seria graças aos vários nãos que recebemos da vida que um dia teríamos a oportunidade de formar a nossa bela família.

Em 2017, outro sobressalto. Recebemos na empresa uma notícia potencialmente trágica. Tentamos reverter o quadro, mas o resultado foi um sonoro não. Rodrigo e eu nos reunimos, fizemos uma oração na minha antiga sala e nos comprometemos a seguir trabalhando duro para converter aquele não em um sim, mesmo que o caminho para isso fosse longo. É difícil conjecturar o que teria acontecido em cenários paralelos, mas ouso dizer que o Gran só se tornou o que é hoje por termos aceitado aquele enorme não, que muitos, no nosso lugar, teriam interpretado como o fim da linha. Nossa reação foi mais proativa. Resilientes e decididos a agir com ainda mais ousadia, acabamos por consolidar o Gran, que desde então só cresceu.

Em suma, já perdi as contas de quantos nãos recebi como homem e empreendedor. Hoje num casamento feliz e à frente de uma bem-sucedida Edtech que soma 680 mil alunos ativos pagantes, 1,1 mil colaboradores e dezenas de milhares de alunos aprovados em todo o Brasil, sigo recebendo nãos sobre temas que julgava estarem “no bolso”. Faz parte. Quando isso acontece, penso nesses episódios que narrei aqui, por me fazerem lembrar que um não pode perfeitamente ser uma bênção disfarçada. E bola para a frente.

Na mesma linha, também perdi as contas de quantas reprovações meus entrevistados no canal Imparável já me relataram. Diria que somam mais de 1 mil. Veja bem: MIL reprovações com as quais tiveram de lidar pessoas que hoje são referência de sucesso. Quando se fala em concurso público, é raríssimo, algo na casa de 1 a cada 100, ver alguém que jamais tenha sido reprovado. Se você conseguir ser essa pessoa, ótimo, mas não tenha isso como propósito, pois a probabilidade de se frustrar será enorme.

Acredite: há sucesso no aparente fracasso. Cada má experiência oculta uma lição a ser aprendida; cada não esconde um sim que precisa ser descoberto. Então não desperdice um bom tombo. Ele pode ensinar bem mais que qualquer conquista.

O seu sim está logo ali. Partiu?

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