Dê um reset na sua vida

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31 de Julho de 2023

Há certos momentos em que nos vemos inclinados a repensar nossas escolhas. Alguns de nós, resolutos, decidem que é mesmo chegada a hora de dar um reset na vida, nem que seja preciso se reinventar para isso. Nem todos, porém, vão em frente. Sobretudo à medida que o tempo passa e a idade avança, é natural surgirem dúvidas sobre a viabilidade de recomeçar. Já perdi as contas das mensagens que recebi de seguidores, alguns com 60, 50, 40 anos, outros, acredite, com pouco mais de 30, que se sentem “velhos” demais para resgatar seus sonhos. Quero, porém, ser categórico em afirmar que nunca, nunca é tarde para isso, e eu vou provar.

Antes de tudo, é preciso destacar que não gosto do termo “velho” quando se trata da idade de alguém. Como, aliás, nos ensina o professor Cortella, a noção de velhice está mais ligada ao estado de espírito que às condições físicas e mentais das pessoas. Existem “jovens” em idade que são velhos de espírito, ao mesmo tempo que há septuagenários com o vigor de gente vinte ou trinta anos mais nova. Acredito que a idade tem, portanto, mais a ver com a vontade de viver e, principalmente, de fazer a passagem na Terra valer a pena.

Além disso, convenhamos, a crescente expectativa de vida é um fenômeno que não deve ser ignorado, sobretudo por quem esteja pensando que já “passou da idade” para o que quer que seja. Ora, se em 1900 os brasileiros viviam, em média, meros 33,7 anos, em 2014 esse número subiu para 77,5 anos, e segue aumentando. É bem possível que você que me lê viva passe dos 90, o que nos coloca – a todos que vivem neste século – em um grupo privilegiado na história, com a possibilidade de planejar e realizar muito mais que alguém da mesma faixa etária um século atrás.

Pense comigo: quem hoje está com 45 chegou apenas à metade da jornada; quem tem 50 ainda pode contar com cerca de 40 pela frente; quem tem 60 viverá bem outros 30… Veja quanta oportunidade para recomeços! Se em uma década podemos viver tanto, por que desperdiçar várias delas achando que não somos capazes? Isso me faz lembrar de um ensinamento que o professor Aragonê expôs certa vez em uma live: “O concurseiro tem até os 75 anos para tentar” – embora eu acredite que mesmo a aposentadoria compulsória deva aumentar em breve.

Nas entrevistas para o blog do Gran e o meu canal no YouTube, não foram poucos os relatos que me mostraram por A mais B que recomeços são possíveis. Permita-me compartilhar brevemente algumas dessas histórias, como a de Rosely Liberal, minha entrevistada mais recente, que se tornou policial aos 44 anos de idade, depois de 17 anos sem estudar de maneira sistemática; ou a de Moabe Coelho, que, aos 56, “desaposentou” e passou a colecionar aprovações, entre TRT-ES (segundo lugar), TJ-ES (terceiro lugar) e Petrobras (primeiro lugar); ou, ainda, a de Nicanor Rodrigues, que trabalhou como vigilante e frentista por mais de uma década antes de, aos 48, ser nomeado Analista da Secretaria de Educação; ou a de Gustavo Dortas, que foi fisiculturista e, embora houvesse se mantido afastado dos estudos e do mundo jurídico por 10 anos, aos 45 acabou aprovado para Delegado da PC-BA; ou a de Alexandre Falchi, que aos 49 foi bem-sucedido em nada menos que 8 certames, depois de ter superado uma lesão cerebral que o forçara a abrir mão da carreira como professor de biologia; a de Andréa Martins, que, conciliando os estudos com o trabalho como vendedora de lanches numa barraquinha no Mineirão, veio a ser aprovada e nomeada aos 38 anos de idade; a de Jucilene Gomes, que se tornou Delegada aos 46, não sem antes ter vencido uma batalha contra o câncer; ou, por fim, a do nosso estimado professor Claudio Roisman, que tomou posse no cargo de Auditor aos 62.

Como será que essas pessoas – comuns, é importante ressaltar – conseguiram tais feitos? Não há muito mistério, mas vou tentar sintetizar:

1. Tenha clareza do que você quer mudar e de para onde quer ir.

Um ponto em comum entre os vitoriosos que mencionei acima é que todos eles estavam conscientes de que carregavam algum incômodo no coração. Mais que isso, sabiam que algo precisava ser feito a respeito disso, diferentemente de quem com o tempo simplesmente se conforma com o desassossego provocado por uma situação mal resolvida.

O incômodo deveria impulsionar as pessoas a agir, entende? Reconhecer a existência dele e buscar direção a partir daí é fundamental para encontrar coragem e recomeçar. Rosely, por exemplo, era atormentada pelo sonho de ser policial. A inquietude a tirou da inércia, apesar do medo do desconhecido. Ninguém está dizendo que é preciso ter toda a estrada mapeada; basta enxergar o suficiente para dar o próximo passo. Isso pode ser tão libertador quanto revolucionário.

2. Perdoe-se pelos erros do passado.

Com frequência ouço dos meus seguidores histórias de arrependimento. Muitos deles lamentam não ter começado a estudar para concursos mais cedo, quando “tinham tempo”… Ora, é fácil ser crítico da versão jovem de si mesmo sabendo o que sabe hoje, mas penso que a atitude mais eficaz é enxergar os erros como fonte valiosa de aprendizado. Meus entrevistados são unânimes em dizer que só conseguiram dar o primeiro passo rumo ao recomeço depois de perdoarem a si mesmos, deixando de remoer as decisões equivocadas do passado.

Entenda que errar é inerente ao processo de viver, e, como seres humanos, estamos em contínua evolução. Ao se perdoar, você se liberta para recomeçar com a mente mais leve e aberta às oportunidades que estão por vir.

3. Abra espaço para o novo em sua vida.

Ao tomar a decisão de recomeçar, é essencial despertar para novas possibilidades. Mudar a rotina, o ambiente e até mesmo as pessoas da sua convivência pode ser crucial para atrair novas oportunidades. Muitos têm o desejo de mudar, mas não estão dispostos a sair da zona de conforto e tentar algo diferente. No entanto, para que o recomeço seja efetivo, é preciso fazer isso.

Abra a mente – e o coração – para o novo. Comece um curso; leia um livro; altere seus planos, começando pela agenda semanal. Dê espaço para o diferente e se permita florescer em um ambiente mais propício ao crescimento pessoal e profissional.

4. Ouça sua intuição.

A intuição humana é bastante difícil de explicar, mas podemos dizer que ela é produto da nossa vivência, somado a uma profunda conexão que temos com o universo. Contudo, infelizmente, nesta que já é conhecida como “era dos dados”, parece que esse traço tão característico da humanidade vem perdendo valor. Estamos falando de uma ferramenta poderosíssima, que reflete a sabedoria acumulada ao longo de toda uma vida e, portanto, jamais deveria ser menosprezada.

Então nada de esperar surgirem sinais exteriores para agir a respeito de algo sobre o qual você no fundo já sabe o que fazer. Veja o exemplo dos vitoriosos que citei linhas acima: eles ouviram seus instintos, que lhes diziam para mudar de rumo e seguir carreira no serviço público. E note que a decisão que tomaram não foi irracional como se poderia imaginar. Essas pessoas tinham elementos concretos que as levaram a concluir que o recomeço fazia sentido, e na direção que escolheram seguir. Veja a íntegra das entrevistas  e conclua por si mesmo como você também pode – e deve – confiar em sua intuição.

Como se sabe, aparelhos eletrônicos costumam ter um botão bem pequeno, eventualmente acessado apenas por um clipe… O botão de reset. Ao acioná-lo, o dispositivo reinicia, não raro com as configurações de fábrica. Essa medida costuma ser a última opção para fazer o equipamento voltar a funcionar depois de uma pane mais séria. A vida, porém, não tem um recurso como esse. Não podemos simplesmente “resetá-la” ao clique de um botão, mas podemos fazer algo ainda melhor: tomar a decisão de mudar o seu rumo, sem perder todo o conhecimento e experiência que acumulamos ao longo da nossa jornada individual. Veja que beleza: recomeçamos mais sábios, mais resilientes, mais fortes, mais espertos. Isso para dizer o mínimo.

Recomeços são oportunidades de crescimento, aprendizado e superação. Como seres humanos, estamos em constante desenvolvimento, e nossa idade não deve ser obstáculo na busca por realização. O tempo pode até parecer cruel, mas na verdade é generoso, ao nos propiciar sabedoria, que, aliás, pode ser o maior diferencial de quem pôde ou teve de esperar a hora certa de resetar a própria vida.

Se for o seu caso, apenas não espere mais. Confie! Nunca é tarde para (re)começar, e sempre é cedo para desistir.

P.S.: Siga-me (moderadamente, é claro) em meu perfil no Instagram. Lá, postarei pequenos textos de conteúdo motivacional. Serão dicas bem objetivas, mas, ainda assim, capazes de ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço público.

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