“Três coisas são necessárias para a salvação do homem: saber o que deve CRER, o que deve QUERER e o que deve FAZER” – São Tomás de Aquino (1225-1274), filósofo e teólogo italiano
O filósofo Clóvis de Barros costuma dizer que metade do que acontece em nossa vida é resultado das nossas escolhas, das nossas iniciativas, das nossas decisões; os outros cinquenta por cento dependem do acaso, ou seja, estão fora do nosso controle. Ora, se é assim, há boas chances de fazermos as coisas acontecerem como desejamos. Não somos donos de tudo, mas somos donos de muito. Trabalhemos, pois, para a vida valer a pena. Afinal, não estamos nela só de espectadores.
“Trabalhemos, pois, para a vida valer a pena. Afinal, não estamos nela só de espectadores”.
Se a parcela que podemos influenciar corresponde mesmo à metade das experiências que vivenciamos, não tenho certeza e ninguém tem. Mas não importa. O que interessa é que devemos assumir os nossos erros e as consequências das nossas decisões. Precisamos lidar com nossas vulnerabilidades e engajar com elas, compreendendo que isso não é uma escolha. Não temos como desligar a chave de vulnerabilidade e incerteza na vida. O que nós podemos fazer é escolher como avançar sabendo dessa nossa vulnerabilidade e exposição diária ao risco. É isso que determina nossa clareza de propósito e a força de nossa coragem. É isso que determina a nossa capacidade de fazer a força acontecer do nosso jeito, por mais paradoxal que pareça, pois geralmente pensamos que vulnerabilidade está associada a ser um refém das circunstâncias – mas é justamente o contrário.
Quando digo “fazer a vida acontecer do nosso jeito”, refiro-me a cultivar a autenticidade, libertando-nos das aparências e vivendo sem nos preocuparmos demais com o que os outros pensam a nosso respeito. Trata-se de cultivar a calma e a tranquilidade, livrando-se da presença diária da ansiedade. É semear a gratidão, a alegria, a intuição e a fé, esquivando-se do sentimento de escassez, resistindo à necessidade de certezas e controlando o medo do desconhecido. É cultivar o espírito flexível, desvencilhando-se da monotonia e da impotência. É valorizar o lazer e o descanso, fugindo da exaustão como símbolo de status e de produtividade. É dar espaço à criatividade, ignorando comparações inúteis. É abraçar a vida tendo o amor próprio como base de tudo, com a convicção de que o próprio valor não se mede pela quantidade de likes numa rede social, e sim pelo coração misericordioso e justo que cada um carrega dentro do peito. Trata-se de saber plantar onde a terra é fértil e faz sol ou chove no período certo (quem planta uma goiabeira no ártico nunca colherá fruto algum…). Sabedoria, enfim, é a palavra-chave.
A verdade é que as pessoas nunca estão satisfeitas: reclamam de não terem o que desejam e queixam-se por não gostarem do que têm. Esquisito isso. Poucas se alegram com o que conquistaram, e menos ainda valorizam o que está à mão. Penso que talvez fosse melhor nos concentrarmos nas coisas que fazemos e para quem fazemos, atentando para a grandeza daquilo que é da nossa natureza e dando o devido valor ao que sabemos fazer com excelência. Você é bom empreendedor? Mergulhe no empreendedorismo! Sente que será um ótimo servidor do cidadão-cliente? Estude para se tornar um! É bom cantor, músico, pintor, jogador de futebol? Explore e desenvolva seu talento! Se fizermos as coisas acontecerem do nosso jeito, estaremos mais próximos de alcançar uma existência plena, com cada segundo equivalente a um instante de eternidade.
O concurseiro, por exemplo, precisa saber que, se entrou na fila para uma vaga, terá de ficar lá até ser aprovado, dando o seu melhor todos os dias de estudo e avançando posições prova após prova, certame após certame. Não falo isso da boca para fora; é nesse pensamento de perseverança que pauto meu jeito de agir, de trabalhar, de viver: todos os dias procuro fazer o meu melhor pela empresa que ajudei a fundar, pelos colaboradores e por nossos alunos. Eu sei que a vida é aqui e agora. Ela acontece durante o trabalho, enquanto estudo um novo assunto, quando ministro uma palestra, em meio a um GRAN DICA, no momento em que escrevo este artigo, buscando, com esmero, a melhor palavra, a melhor frase, a melhor citação para compartilhar com você, meu fiel leitor.
Estou à vontade no meu universo particular, o mundo empresarial em que me envolvi. Conheço minhas limitações, minhas fragilidades e meu potencial. Tenho consciência do que se encaixa e do que não se encaixa perfeitamente nesse meio que escolhi. Reconheço qual é o meu perfil, sei dos meus valores e princípios. Aproveito, então, para usar cada segundo, cada minuto, cada hora e dia da minha vida para extrair de mim mesmo a performance mais incrível e perfeita possível no contexto. E acredito de verdade que todos deveriam agir assim, especialmente quando em jogo os sonhos – nossos e dos outros.
Caro amigo, a vida pode ser maravilhosa, desde que alcancemos o ponto de lamentarmos o fim do expediente, do dia, da semana, do ano. Parece estranho, mas não deveria. O fim das coisas boas tem mais é de ser lamentado. Encante-se com o mundo que se apresenta a você, encante-se com o agora. Sinta-se surpreendido ao notar que o tempo passa rápido demais, que um bom papo com alguém querido tenha acabado. Abra os olhos para enxergar o valor do tempo e de tudo que acontece à sua volta. Assim, não tenho a menor dúvida, você honrará sua existência, dignificando-a com o melhor de si a todo instante.
Encante-se com o mundo que se apresenta a você, encante-se com o agora.
Nas palavras do filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre, “somos indivíduos livres e nossa liberdade nos condena a tomar decisões durante toda a vida. Não existem valores ou regras eternas, a partir das quais podemos nos guiar. E isso torna mais importantes nossas decisões, nossas escolhas. Viver é isto: ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequências”. Veja que liberdade não significa conquistar tudo que almejamos, mas nos manter determinados a fazer a vida – dentro dos cinquenta por cento que nos compete influenciar – acontecer do nosso jeito. Guarde a lição de Leandro Karnal, que dispensa apresentações: “A vida é primeiro o que eu tenho, depois vem a essência”.
Tenha pressa em viver! Se consegui incutir em você um pouco disso, a mensagem desta semana já terá valido a pena. Nesse caso, registre nos comentários: “Vou fazer a vida acontecer!”
“A vida é feita de escolhas. Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás.” – Caio Fernando Abreu (1948-1996), escritor, dramaturgo e jornalista.
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.